Anvisa aprova medicamento semanal para tratamento da obesidade

A substância desempenha funções que colaboram com a perda de peso, como aumento da sensação de saciedade e redução do apetite

12:37 | Jan. 03, 2023

Por: Gabriel Damasceno
Foto de apoio ilustrativo. Medicamento poderá ser mais uma ferramenta de combate à obesidade (foto: Reuters/Michael Weber/Imago Imagens/Direitos reservados)

A primeira injeção semanal para o tratamento de sobrepeso e obesidade foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nessa segunda-feira, 2, conforme decisão publicada no Diário Oficial da União (DOU). Ainda não existe uma previsão de quando o medicamento, chamado de Wegovy (semaglutida 2,4mg), chegará às farmácias e nem de quanto custará. 

A substância desempenha funções que colaboram com a perda de peso, como aumento da sensação de saciedade e redução do apetite. 

A semaglutida se tornou popular nos Estados Unidos após o dono do Twitter, Elon Musk, atribuir seu emagrecimento a ela. O medicamento chegou a ficar em falta nas farmácias estadunidenses. Lá a injeção foi aprovada ainda em 2021 pela Agência Nacional Reguladora (FDA) e tem um preço de tabela de US$ 1.349, cerca de R$ 6.000, de acordo com informações da Folha de S. Paulo.

A aprovação da Anvisa se baseou em estudos realizados em mais de 4.500 pessoas ao redor do mundo, nos quais o medicamento levou a uma redução média de 17% do peso corporal dos pacientes ao longo de 17 meses de tratamento. Um a cada três participantes da pesquisa chegaram a perder 20%.

Paulo Miranda, endocrinologista e presidente da Associação Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), acredita que a aprovação do medicamento poderá ser mais uma ferramenta no arsenal de estratégias para o tratamento da obesidade.

Miranda, no entanto, reforça que as mudanças de hábitos de vida continuam sendo a base para qualquer tratamento para a obesidade. “A obesidade é uma doença crônica altamente recidivante. Uma vez que você interrompe o tratamento não é uma surpresa que a pessoa reganhe peso. Assim como não é surpresa quando uma pessoa com hipertensão suspende a medicação e a pressão volte a subir”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo.

O médico também condenou o uso da medicação sem acompanhamento profissional e por pessoas que não precisam dela.