Especialista explica o que é AIT, doença que acometeu o humorista Renato Aragão
Enfermidade é parecida com o AVC, mas há diferenças na duração e no efeito do quadro clínicoO acidente isquêmico transitório (AIT), doença que acometeu o ator e humorista Renato Aragão, é frequentemente confundido com o Acidente Vascular Cerebral (AVC) pela semelhança dos sintomas. Embora ambas as patologias estejam relacionadas a danos no sistema neurológico, há diferenças no efeito e na duração de cada uma.
O neurologista Gustavo Vieira Rafael, coordenador da Unidade de AVC do Hospital Regional do Cariri (HRC), de Juazeiro do Norte, explica que o AIT é como um "AVC benigno", com possibilidade de reversão total do quadro clínico. “O paciente melhora completamente e fica sem sequelas”, explica.
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Já no caso do AVC, acrescenta o especialista, as lesões cerebrais são permanentes. “A falta de circulação sanguínea leva a um dano permanente no cérebro, gerando sequelas no paciente", afirma o neurologista.
As duas doenças resultam na formação de coágulos ou placas de gordura que comprometem a irrigação sanguínea do cérebro. O médico afirma que não há diferenças em relação à sintomatologia.
"Os sintomas são os mesmos. Quando a boca fica torta, quando há fraqueza no braço ou perna, e a fala fica embolada, deve-se procurar a emergência hospitalar o mais rápido possível".
O tratamento inicial tanto para o AVC quanto para o AIT é o mesmo, segundo o neurologista. "A diferença é que o paciente com AIT conseguirá ficar sem sequelas. Lembrando que, se o paciente tiver mais de 60 anos, pressão alta, diabetes e, dependendo da duração dos sintomas (mais de uma hora, por exemplo), existe um risco de o AIT evoluir para um AVC (até 8% nas primeiras 48 horas; 12% nos primeiros sete dias e 18% nos primeiros 90 dias)".
Como as doenças têm os mesmos sintomas e fatores de risco, a prevenção também se repete. O médico recomenda a prática de atividades físicas, o abandono do cigarro e a redução do consumo de bebidas alcoólicas como atitudes essenciais no dia a dia.
“No caso de pessoas com comorbidades, como hipertensão, diabetes e doenças cardíacas, é importante realizar acompanhamento médico para manter os quadros de saúde sob controle”, complementa.