Reunidos em Bali, na Indonésia, as 20 maiores economias do mundo devem investir 1,4 bilhão de dólares contra o coronavírus. Críticos, porém, falam que o montante é apenas um décimo do que seria necessário.Os países que compõem o G20 decidiram neste sábado (12/11) pela criação de um fundo de 1,4 bilhão de dólares para combater e controlar a pandemia de coronavírus. A iniciativa, tomada pelos ministros da Saúde e das Finanças – e também por três organizações beneficentes –, busca fortalecer sistemas de saúde e controlar brechas orçamentárias ao longo de cinco anos. O anúncio foi feito pelo governo da Indonésia, que sedia o encontro das 20 maiores economias do mundo na ilha de Bali. A Alemanha deve arcar com 69 milhões de dólares. "Quando nossa saúde sofre, sofre também a nossa economia. O trabalho conjunto entre [ministérios de] Finanças e Saúde nos deixa mais fortes", declarou o ministro da Saúde da Indonésia, Budi Gunadi Sadikin, na abertura do encontro, que marcou a última reunião de ministros antes das cúpulas de chefes de Estado, marcadas para terça e quarta-feira. Especialistas, porém, mostraram-se céticos e críticos em relação ao fundo, argumentando que a iniciativa cobriria apenas um décimo do necessário. O Banco Mundial e a Organização Mundial da Saúde, por exemplo, acreditam que seriam necessários 10,5 bilhões de dólares para combater a pandemia nos próximos cinco anos. "Estamos navegando no navio enquanto o construímos", disse Fiona Uellendahl, do fundo de caridade infantil World Vision. O secretário-geral do Ministério da Saúde da Indonésia, Kunta Wibawa Dasa Nugraha, reforçou que é preciso criar uma estrutura de saúde mais resiliente. Já a ministra da Economia da Indonésia, Sri Mulyani Indrawati, destacou que a varíola dos macacos é um alerta de que a próxima pandemia não é uma questão de "se vai acontecer", mas sim "quando vai acontecer". Os ministros da Saúde dos países do G20 também concordaram em reavaliar o chamado "Acelerador de Ferramentas de Acesso à Covid-19", um programa internacional criado para combater a pandemia. Responsável pela distribuição de vacinas em todo o mundo, por exemplo, o programa não funcionou conforme projetado. Críticos acusam os países ricos de agirem de maneira egoísta, algo que teria levado a um desequilíbrio frente aos países pobres que não foi superado até hoje. Ainda que indiretamente, os ministros reconhecem problemas e falhas, destacando que, futuramente, todas as nações devem ter "igual acesso a cuidados médicos em situações de emergência", com o programa tornando-se mais "sustentável e durável". Outros temas mencionados na reunião foram a melhoria da vigilância genética, a promoção da mobilização de recursos de saúde para contramedidas médicas e a expansão das redes de pesquisa e produção de vacinas, tratamentos e diagnósticos. gb (dpa, EFE, ots)