Espasticidade: saiba o que é condição e a importância do tratamento precoce

Condição afeta cerca de 40% dos pacientes que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC) e pode ser ocasionada por lesões no sistema nervoso central

Rigidez muscular dos membros inferiores ou superiores. Esses são alguns indícios da espasticidade, condição que afeta cerca de 40% dos pacientes que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC) e deve ser tratada de forma precoce, segundo Associação Brasileira de Fisiatria e Reabilitação Física (ABFRF). 

De acordo com Rodrigo da Ponte, médico especialista em Medicina Física e Reabilitação pela Associação Médica Brasileira (AMB), a espasticidade é causada por uma lesão no sistema nervoso central, que é composto tanto pelo cérebro como pela medula espinhal. 

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"Quando a gente tem uma lesão em determinadas estruturas do cérebro ou então na medula espinhal, ocorre em alguns pacientes uma perda do controle do tônus muscular. O músculo da gente sofre essa regulação por meio dessas estruturas. Quando existe essa perda do controle, alguns pacientes acabam desenvolvendo a espasticidade, que se manifesta no corpo por meio de uma rigidez muscular", explica.

Segundo Ponte, além de poder ser provocada em decorrência do AVC, a condição pode ocorrer após outras lesões no cérebro, como tumores ou traumatismos, e por lesões na medula espinhal, provocadas por acidentes, quedas ou de outras formas não traumáticas.

"Uma das principais repercussões da espasticidade é na funcionalidade. O paciente ele passa a ter dificuldades de realizar determinados movimentos por conta dessa rigidez (no músculo). Ele vai ter dificuldade pra andar, pra trocar de roupa, pra manipular objetos", frisa o especialista. 

Em alusão ao Dia Mundial do AVC, celebrado em 29 de outubro, a ABFRF, em conjunto com a Allergan, tem realizado a campanha Tempo É Movimento, conscientizando população sobre sequelas provocadas pelo derrame cerebral, sendo uma delas a espasticidade.

Tratamento precoce é fundamental na melhora do paciente

Segundo ABFR, "o diagnóstico da espasticidade é clínico e depende do grau do tônus muscular e da dificuldade do paciente em alongar o músculo afetado". Condição começa a aparecer nos primeiros três meses após o AVC, ou outra lesão, e atinge tanto membros inferiores como superiores. 

"O ideal é que todos os pacientes que tenham as condições sejam acompanhados e seguidos de forma mais próxima pela equipe de saúde, pra que assim que ele começar a apresentar sinais de espasticidade ele possa ser direcionado para o tratamento mais adequado", frisa Rodrigo.

De acordo com médico, se condição não for tratada de forma precoce pode haver piora da qualidade de vida do paciente. Isso porque a espasticidade, se não for tratada, pode evoluir para encurtamentos de tendões e de articulações, podendo causar deformidades.

"Tratar precocemente da espasticidade é uma das coisas mais importantes (...) Pois é uma condição que é possível que a gente atinja um bom controle dela com as ferramentas que nós temos atualmente. Só que isso precisa ser feito o mais precoce possível, até pelas consequências", destaca profissional.

Em caso de evolução do quadro, Ponte explica que o paciente pode precisar de mais medicações, cirurgias e ter a vida social afetada. O tratamento é feito com o acompanhamento de diversos especialistas, como neurologistas, fisioterapeutas, entre outros.

"Se a gente consegue tratar de forma precoce esse paciente consegue voltar não só pra vida social dele como muitas vezes, dependendo dos casos, a gente consegue que ele retorne até ao trabalho (...) Não há como estimar quem vai desenvolver ou não (a condição), o mais importante é o encaminhamento e o seguimento de forma precoce (ao médico), para identificar os sinais", frisa especialista.

 

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