Prefeitura de Fortaleza alerta para raiva humana, doença que mata em quase 100% dos casos

Levantamento do Ministério da Saúde aponta que apenas duas pessoas contagiadas no Brasil sobreviveram à doença. Os casos de cura foram registrados em Pernambuco e no Amazonas

13:06 | Out. 17, 2022

Por: Gabriel Borges
Morcego é um dos animais transmissores da doença a humanos (foto: Divulgação/Governo do Estado de Santa Catarina)

Dados do Ministério da Saúde (MS) indicam que o número de casos de raiva em humanos voltou a subir no Brasil em 2022. Até o último dia 2 de agosto, cinco pessoas haviam sido contaminadas pela doença neste ano, sendo quatro em Minas Gerais e uma no Distrito Federal. Todas morreram em decorrência da doença. O alerta por parte da Prefeitura de Fortaleza tem o objetivo de orientar e advertir a população para os cuidados necessários.

Desde 2018, quando houve um surto de raiva em humanos no estado do Pará, onde dez pessoas foram contaminadas por morcegos, o País não registrava um número tão alto de casos. Em todo o histórico da raiva em humanos no Brasil, apenas duas pessoas foram curadas, sendo um dos casos em Pernambuco (2008) e outro no Amazonas (2017).

O levantamento realizado pelo Ministério da Saúde aponta que, entre 2010 e o início do mês de agosto de 2022, 45 pessoas foram acometidas pela doença em território nacional. Do número total de contaminados, quatro foram registrados no Ceará, sendo dois casos em 2010, um em 2012 e outro em 2016. "Para que essa delegacia possa ter exclusividade para investigar e aprofundar essas investigações", disse.

O relatório detalha os municípios cearenses em que os casos foram registrados, sendo eles: Ipu, Chaval, Jati e Iracema. Das contaminações ocorridas em solo cearense, duas delas foram atribuídas a primatas, uma a um cão e outra a um morcego.

Prefeitura de Fortaleza alerta para prevenção

 

Por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), a Prefeitura de Fortaleza faz um alerta sobre os agentes transmissores da doença, que podem ser animais silvestres, como raposas, guaxinins, primatas, morcegos ou domésticos, como cachorros e gatos.

A raiva pode ser transmitida por mamíferos através da saliva de animais infectados. De acordo com a Prefeitura, a maneira mais comum de contaminação é pela mordida, mas também há casos de transmissão após arranhões e lambidas.

"O alerta quanto à doença tem o intuito de orientar sobre a importância de procurar atendimento imediato nos casos de agressão em que o indivíduo não conheça a procedência do animal, a fim de evitar qualquer tipo de risco”, destaca em nota Atualpa Soares, gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da SMS.

De acordo com o Ministério da Saúde, o período de incubação do vírus varia, sendo, em média, de 45 dias no ser humano adulto. Passado esse período, os sintomas mais comuns entre os contaminados são mal-estar, aumento de temperatura, anorexia, cefaléia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia.

Por fim, o MS aponta que a vacinação anual de cães e gatos é eficaz na prevenção da raiva nesses animais, o que consequentemente previne também a raiva humana. É importante que se evite tocar em cães e gatos sem donos, além de nunca tocar em morcegos e outros animais silvestres.

Formas de prevenção

 

- Vacinação dos animais de estimação
- Evitar contato com animais que você não conhece
- Nunca tocar em animais silvestres
- Prevenir que morcegos entrem nas casas
- Não separar brigas entre animais, nem mexer com fêmeas e suas crias

 

Atualizada às 13h17