Dermatite atópica: entenda causas e tratamentos da doença crônica

Doença causa lesões avermelhadas na pele, e pode causar consequências psicológicas em pacientes; entenda causas e como o tratamento ajuda a controlar a dermatite atópica

02:51 | Ago. 17, 2022

Por: Bemfica de Oliva
Dermatite atópica afeta, principalmente, rosto e dobras do corpo; coçar as lesões pode levar a sangramentos (foto: Aleksandrs Balodis/Wikimedia Commons/CC-BY-SA 3.0)

Pele com inchaço, avermelhada, coçando e com ardência, em especial no rosto e dobras do corpo, podem ser sinais de dermatite atópica. A doença, crônica, afeta cerca de 10% da população adulta, número que chega a 25% entre crianças e adolescentes.

Embora a doença tenha pouco potencial danoso, os sintomas, por serem amplamente visíveis, podem gerar impactos na saúde mental de pessoas acometidas. Por isso, é importante conhecer causas e tratamentos.

Por se tratar de uma doença crônica, a dermatite atópica, ou eczema, não tem cura conhecida. Alguns passos, no entanto, podem ser tomados para controlar o aparecimento das lesões.

O primeiro é conhecer as causas. A dermatite atópica pode ser reação a uma série de fatores, como problemas psicológicos, clima seco e alergias. É necessário compreender o que leva ao início das crises, para evitar situações que exponham o paciente a um episódio da doença.

Uma maneira de fazer isso é consultando dermatologistas e alergologistas, que podem solicitar exames de alergênicos. Produtos químicos, ácaros e tecidos sintéticos estão entre as causas mais comuns nesta categoria.

Também é preciso ter disciplina durante as crises: apesar do comichão intenso ser um sintoma comum, coçar a região pode aumentar as lesões na pele, levando inclusive a sangramento.

Por fim, deve-se dar o tratamento adequado. Apesar de não haver cura, a dermatite atópica pode ser controlada, com a redução de intensidade dos sintomas.

Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do upadacitinibe, que ajuda a reduzir a intensidade das inflamações, atuando dentro das células. O tratamento mais adequado para dermatite atópica, porém, varia para cada paciente, e deve ser receitado por médico dermatologista ou alergologista.

Preconceito e saúde mental

Também é necessário combater a desinformação. A dermatite atópica não é contagiosa, nem tem relação com sujeira. Estes dados, no entanto, são desconhecidos por grande parte da população: pesquisa do Datafolha realizada em 2021 revelou que 30% dos brasileiros acreditam que a doença pode infectar outras pessoas, e 47% acham que é causada por má higiene.

Com isso, muitos pacientes acometidos pela dermatite atópica sofrem estigmas e relatam problemas de saúde mental. A coceira pode atrapalhar o sono, e sintomas como ansiedade e depressão são frequentes neste grupo.

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