Queda de cabelo, espirros e dificuldade de ejacular: veja principais sintomas da Covid longa

Estudo aponta necessidade de mais pesquisas sobre sintomas persistentes após a infecção por Covid-19

14:04 | Jul. 26, 2022

Por: Alexia Vieira
Foto de apoio ilustrativo. A espanhola Cristina Valdivia, 47, afetada pela perda do olfato devido à Covid-19, usa seu kit de teste de treinamento de olfato em Barcelona em 30 de setembro de 2021. (foto: PAU BARRENA / AFP)

Pesquisa realizada no Reino Unido com pessoas que foram infectadas pelo vírus Sars-Cov-2 mostrou que os sintomas mais comuns pelo menos depois de 12 semanas de infecção são: perda de olfato, queda de cabelo, espirros, dificuldade de ejaculação e redução da libido. Este estudo procura entender os sintomas persistentes da Covid-19, denominados como "Covid longa".

Para chegar à lista dos sintomas mais comuns da Covid longa, os pesquisadores da universidade de Birmingham tiveram acesso a registros de saúde anônimos de 2,4 milhões de pessoas. Dentre esses dados, 486.149 pessoas tinham infecção prévia por Covid-19 e não foram hospitalizadas, e 1,9 milhão de pessoas não tinham indicação de infecção pelo vírus.

Pelo menos 62 sintomas foram associados à Covid-19 pelo menos 12 semanas após a infecção, incluindo os 30 sintomas definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como Covid longa e outros 42 frutos de pesquisas prévias, com questionários de pacientes e trabalhadores da saúde.

Confira os principais sintomas registrados pelos pacientes estudados:

  • Anosmia (perda do olfato)
  • Perda de cabelo
  • Espirros
  • Dificuldade para ejacular
  • Redução da libido
  • Falta de ar em repouso
  • Fadiga
  • Dor no peito
  • Rouquidão
  • Febre

Os dados mostraram que pacientes que foram infectados pelo coronavírus tiveram mais propensão a reportar mais de um dos sintomas listados. A pesquisa foi publicada na revista científica Nature na segunda-feira, 25.

Pessoas do sexo feminino, negros, de minorias etnicas, com privação socioeconômica e com diversas comorbidades, segundo o estudo, têm mais risco de apresentar os sintomas de Covid longa. Também tiveram mais propensão à síndrome aqueles que foram infectados pelo vírus na segunda onda da pandemia no Reino Unido, entre setembro de 2020 e abril de 2021.

Os pesquisadores acreditam ainda que pode existir uma subnotificação de dados de pessoas que tiveram sintomas pelo menos 12 semanas após a Covid-19. Isso pode ser explicado com a falta de acesso à atenção primária, devido aos pacientes não procurarem unidades de saúde para relato de sintomas ou à escassez de testes para identificação do vírus.

De acordo com o estudo, mais pesquisas precisam ser feitas para caracterizar melhor os grupos de sintomas da Covid longa, bem como a fisiopatologia e os resultados clínicos. O impacto social e na saúde de indivíduos com sintomas persistentes também precisa ser mais estudado, para que seja possível apoiar pacientes com sequelas e desenvolver tratamentos.