Estar solteiro pode aumentar risco de morte em pessoas com problema cardíaco, diz estudo

Estudo foi feito com 1.022 pacientes internados por insuficiência cardíaca descompensada entre 2004 e 2007

Uma pesquisa recente realizada no Hospital Universitário de Würzburg, na Alemanha, apontou um fator de risco de morte para pacientes com problemas cardíacos: o estado civil. De acordo com o estudo, pessoas com insuficiência cardíaca solteiras correm maior risco de morte do que pessoas casadas com a mesma condição. O motivo desta condição seria porque o apoio social no manejo do tratamento é apontado como fator para a "proteção" oferecida pelo matrimônio. As informações são do jornal O GLOBO.

O estudo incluiu 1.022 pacientes internados por insuficiência cardíaca descompensada entre 2004 e 2007. Destes, 1.008 forneceram informações sobre o estado civil: 633 (63%) eram casados e 375 (37%) solteiros, incluindo 195 viúvos, 96 nunca casados e 84 separados ou divorciados. Os participantes foram acompanhados por dez anos.

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"A conexão entre casamento e longevidade indica a importância da sociedade", afirmou em comunicado Fabian Kerwagen, autor do estudo e pesquisador do Centro de Insuficiência Cardíaca Abrangente do Hospital Universitário de Würzburg.

No início, fatores como qualidade de vida, limitações sociais e autoeficácia foram medidos usando o Questionário de Cardiomiopatia de Kansas City, projetado especificamente para pacientes com insuficiência cardíaca.

  • A limitação social se refere à extensão em que os sintomas de insuficiência cardíaca afetam a capacidade dos pacientes de interagir socialmente, como praticar hobbies e atividades recreativas ou visitar amigos e familiares.
  • A autoeficácia descreve a percepção do paciente sobre sua capacidade de prevenir a descompensação da doença e gerenciar complicações. O humor deprimido foi avaliado por meio do Questionário de Saúde do Paciente.

Resultados

 

Durante o período de acompanhamento, 679 (67%) pacientes morreram. Os resultados indicaram que estar solteiro foi associado a maiores riscos de morte por todas as causas e também por problema cardiovascular, em comparação com ser casado. Pacientes viúvos apresentaram o maior risco de mortalidade, em comparação com o grupo casado.

"O apoio social ajuda as pessoas a lidar com as condições de longo prazo. Os cônjuges podem ajudar na adesão aos medicamentos, incentivar e ajudar no desenvolvimento de comportamentos mais saudáveis, o que pode afetar a longevidade", explicou Kerwagen.

Os resultados revelaram também que os pacientes solteiros exibiram menos interações sociais do que os pacientes casados e não tinham confiança para gerenciar sua insuficiência cardíaca. "Estamos explorando se esses fatores também podem explicar parcialmente a ligação com a sobrevivência", completou o pesquisador.

Não houve diferença em relação à qualidade de vida geral ou humor deprimido entre pacientes casados e solteiros. No entanto, o grupo de solteiros teve pior pontuação em limitações sociais e autoeficácia - definido como a percepção do paciente sobre sua capacidade de prevenir exacerbações de insuficiência cardíaca e gerenciar complicações, em comparação com o grupo de casados.

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Estado civil insuficiência cardíaca Ciência & Saúde

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