Quando quatro planetas se alinham, Vênus e Júpiter 'colidem'
Neste fim de semana, Vênus e Júpiter performam uma conjunção tão próxima que parecerão estar colidindo um com o outro. Os dois planetas mais brilhantes do sistema solar estão alinhados com Marte e SaturnoPlanetas e estrelas se alinham com frequência, mas abril de 2022 foi um deleite raro, com quatro dos vizinhos mais próximos à Terra no sistema solar – Vênus, Marte, Júpiter e Saturno – se alinhando quase perfeitamente e visíveis a olho nu sem um telescópio. E há mais um destaque: entre este sábado, 30, e domingo, 1º, Vênus e Júpiter parecerão estar colidindo quando se unirem no que é conhecido como uma conjunção ultrapróxima.
Vênus e Júpiter – os dois planetas mais brilhantes do céu – estarão na verdade distantes um do outro. Mas dependendo de onde o espectador estiver, Vênus parecerá estar cobrindo ou cutucando Júpiter.
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A conjunção não será tão próxima quanto a de Júpiter e Saturno em dezembro de 2020, ainda assim, observadores do céu da Nasa dizem que o fenômeno será "realmente impressionante e proporcionará vistas emocionantes no céu da manhã".
Marte e Saturno tiveram uma conjunção próxima semelhante no início de abril.
O que é uma conjunção de planetas?
Uma conjunção acontece quando dois planetas, ou um planeta e uma lua, ou um planeta e uma estrela parecem estar próximos quando vistos da Terra. Conjunções planetárias ocorrem frequentemente em nosso sistema solar, uma vez que os planetas têm órbitas eclípticas semelhantes – embora não iguais – ao redor do Sol. Mas as constelações variam.
Tudo depende da velocidade com que os planetas orbitam o Sol em relação um ao outro. As conjunções entre Vênus e Júpiter, por exemplo, são comuns, ocorrendo cerca de uma vez por ano.
Mesmo que rotineiras – e com a Nasa dizendo que elas não têm "qualquer significado astronômico profundo –, as conjunções proporcionam uma bela visão aos observadores na Terra.
É possível ver a conjunção de qualquer lugar?
É possível observar os quatro planetas alinhados de qualquer lugar do mundo, mas tudo é uma questão de perspectiva. Quem está no hemisfério norte vê os quatro planetas em uma linha diagonal no céu noturno. Já no hemisfério sul, eles aparecem mais como uma linha vertical.
Vênus é o segundo planeta a partir do Sol, então sua órbita está mais próxima do astro do que a da Terra. Júpiter é o quinto planeta a partir do Sol, então sua órbita é muito mais distante. Isso significa que a "proximidade é uma ilusão, ocorrendo apenas porque a Terra, Vênus e Júpiter estão aproximadamente alinhados", explica a Nasa.
Na grande conjunção de 2020, por exemplo, Júpiter e Saturno pareciam estar muito próximos, mas ainda estavam a cerca de 800 milhões de quilômetros de distância.
O que há de tão especial na conjunção atual?
Levando em conta que as conjunções de quatro planetas podem ocorrer cerca de uma vez por ano, há quem diga que não há nada de especial na conjunção que ocorre neste momento. Mas esse evento é único porque consiste em duas conjunções planetárias ocorrendo aproximadamente ao mesmo tempo, criando uma constelação de quatro planetas muito maior.
Alguns chamam esse fenômeno de um pequeno desfile de planetas. Não é um termo científico, mas descreve perfeitamente o que ocorre quando mais de dois planetas parecem se alinhar na mesma parte do céu noturno.
Conjunções e alinhamentos maiores são muito menos comuns. Cinco planetas se alinham aproximadamente a cada 19 anos, e há quem diga que todos os oito planetas se alinham a cada 170 anos. Mas isso depende especificamente do que o observador define como alinhamento.
Alguns especialistas afirmam que a última vez em que os oito planetas estiveram em alinhamento perfeito foi há mil anos. Outros dizem que isso nunca acontece porque os planetas orbitam em planos ligeiramente diferentes – e que só seria possível ver alinhamentos perfeitos em filmes ou em mapas ilustrados do sistema solar.
Autor: Zulfikar Abbany