Dia Mundial de Combate ao Estresse: 10 dicas para lidar com a sobrecarga
Quando os sintomas do estresse começam a prejudicar o funcionamento ou a qualidade de vida é necessário procurar ajuda profissional
00:34 | Set. 23, 2021
Em meio ao cenário ainda desafiador da pandemia de Covid-19, o Dia Mundial de Combate ao Estresse, comemorado nesta quinta-feira, 23, reforça os cuidados durante a rotina para evitar a sobrecarga emocional. As preocupações financeiras, incertezas, medo do contágio pela doença, excesso de uso das redes sociais neste período podem agravar ainda mais essa tensão. No entanto, algumas dicas podem ser essenciais para lidar com o estresse e ter um cotidiano mais leve.
O médico psiquiatra Thiago Holanda, doutor em ciências médicas pela Universidade Federal do Ceará (UFC), explica que o estresse é um estado de sobrecarga emocional desencadeado por alguma emoção externa adversa, ou seja, circunstâncias desafiadoras do cotidiano. “Uma pandemia, uma situação de catástrofe, sobrecarga no trabalho, por exemplo, faz com que haja uma sobrecarga, ou seja, uma tensão emocional”, explica.
Segundo o especialista, os sintomas do estresse podem se manifestar em quatro categorias: físicas, emocionais, comportamentais e cognitivas.
Sintomas físicos:
- Sensação de opressão no peito;
- Respiração curta;
- Dores musculares;
- Dor de cabeça;
- Palpitação;
- Aumento dos batimentos cardíacos;
- Má digestão, entre outros
Sintomas emocionais:
- Tristeza;
- Raiva;
- Culpa;
- Medo;
- Preocupação;
- Desânimos;
- Irritabilidade;
- Sensação de estar com os nervos à flor da pele.
Sintomas Comportamentais:
- Discussões;
- Perda de paciência;
- Abuso de substâncias, como álcool, remédios, drogas, cigarros;
- Comportamento violento;
- Isolamento para evitar expressar os sentimentos;
- Agitação, entre outros.
Sintomas cognitivos:
- Dificuldade de lembrar informações;
- Má concentração das tarefas;
- Dificuldade em tomar decisões;
- Confusão.
O psiquiatra Thiago Holanda esclarece que é possível perceber quando o estresse está presente no cotidiano. A primeira percepção é quando esses sintomas prejudicam o funcionamento da vida de uma pessoa no âmbito profissional, social, familiar e intelectual.
“É quando eu não consigo mais agir, atuar, produzir da mesma maneira que antes, em consequência desses sintomas, significa que aquilo já está entrando em um nível patológico”, informa.
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A segunda percepção é quando prejudica a qualidade de vida da pessoa. “É quando ela tem dificuldade para relaxar, quando a qualidade de sono não está boa como antes, quando a pessoa não consegue desligar de um problema, mesmo em momentos de lazer. Isso tudo afeta a qualidade de vida e também é um sinal que está entrando em um nível patológico e que precisa de ajuda”, explica o psiquiatra.
Quando os sintomas começam a prejudicar o funcionamento ou a qualidade de vida é necessáro buscar ajuda profissional. Conforme Thiago, as pessoas podem procurar médicos psiquiatras, que vão estar aptos a lidar, conversar e acompanhar os casos. Elas também podem receber um acompanhamento de psicoterapia.
O psiquiatra complementa que cada pessoa também pode ter acesso a uma rede de apoio ou suporte. Essa rede é caracterizada pelo suporte pessoal, como familiares, ou através de amigos próximos, pessoas que tenham empatia com a situação de sobrecarga e solidariedade com o próximo.
Dicas e recomendações para manusear o estresse:
- Separar horários para trabalho;
- Lazer e interação com a família;
- Diminuir o tempo de exposição à internet e às redes sociais;
- Planejar atividades durante o dia;
- Planejar a semana para evitar que as atividades se acumulem;
- Fazer uma política de tarefas com ordem de prioridades;
- Estabelecer pequenas recompensas para si mesmo;
- Evitar procrastinação;
- Fazer planejamento financeiro;
- Praticar exercício físico.
Thiago Holanda explica que o estresse em si não é um transtorno mental, mas ele se apresenta com sintomas de sofrimento psíquico. Quando não é tratado, ele pode cronificar. Com isso, ele pode desencadear um quadro de transtorno depressivo.
O especialista ressalta que atuar nessa fase que ainda não é um transtorno é fundamental para prevenir o agravamento ou aparecimento de um transtorno mental mais grave.
Conforme a Associação Internacional do Controle do Estresse (Isma), 70% da população brasileira já apresentou sintomas relacionados ao estresse. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) também informam que pelo menos 90% da população sofre com o problema.
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