Alzheimer: conheça a ginástica cerebral, que pode prevenir sintomas

Alguns métodos de ginástica cerebral podem prevenir e proteger os primeiros sintomas de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer

00:23 | Set. 04, 2020

Por: Redação O POVO
O praticante pode aumentar a reserva cognitiva, por treinar o cérebro para desenvolver uma resiliência ao lidar com as alterações cerebrais (foto: Reprodução/ Assessoria SUPERA)

O dia 21 de setembro é conhecido como uma data de conscientização da Doença do Alzheimer. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de 50 milhões de pessoas tenham algum tipo de demência no mundo, e 70% desses casos, foram provocados pela Doença de Alzheimer. Como forma de prevenção, alguns métodos de ginástica cerebral podem prevenir e proteger os primeiros sintomas de doenças neurodegenerativas.

O Alzheimer é o tipo mais comum de demência, e se caracteriza como uma perda ou redução progressiva das características cognitivas, como linguagem, atenção, percepção, raciocínio entre outros. A tendência é que, até 2050, o número de casos triplique no Brasil , e no mundo, chegue a 152 milhões.

Mesmo com diversas pesquisas médicas sobre o assunto, a doença ainda não possui uma cura. Porém, a prática de exercícios cognitivos pode postergar o aparecimento de sintomas. Conhecida como ginástica cerebral, as atividades praticadas tentam tirar o cérebro da ‘zona de conforto’, apresentando novas e variadas atividades, apresentando novos desafios ao cérebro, com grau crescente de dificuldade. As atividades são baseadas no conceito de neuroplasticidade, estudada pela neurociência, que justifica a capacidade do cérebro em se desenvolver a partir de novos estímulos. A partir disso, o praticante pode aumentar a reserva cognitiva, por treinar o cérebro para desenvolver uma resiliência ao lidar com as alterações cerebrais.

A Diretora Acadêmica do Método Supera, programa brasileiro que trabalha com Ginástica Cerebral, Solange Jacob, afirma que a melhor forma de prevenir os sintomas  de declínio cognitivo é melhorar o desempenho, de forma sustentada. Ela também conta que a modalidade pode oferecer uma neuroproteção, que contribui para uma melhor qualidade de vida. O método do local trabalha com jogos online e de tabuleiro, apostilas com exercícios cognitivos, dinâmicas, entre outros, que estimulam habilidades cognitivas e socioemocionais dos alunos, como memória, atenção, raciocínio e criatividade, por exemplo.

A gerontóloga da USP e consultora da Supera explicou que o processo acontece por conta do maior fluxo sanguíneo que passa pelo cérebro, ao ser estimulado, aumentando a produção de proteínas de aprendizagem e da rede neural. Segundo a pesquisadora, os exercícios também estimulam a neurogênese, ou seja, o nascimento de novos neurônios, que deixam o cérebro mais resistente ao desenvolvimento de doenças neurológicas.

Foi o caso da aluna Maria Santana, 71, que mora no Paraná e buscou os exercícios por casos de Alzheimer em sua família. Ela conta que percebeu, desde o início do curso, uma melhora na capacidade de concentração, memorização e autoestima, além de melhorar a vida social, por fazer amizades no local. “Hoje consigo lembrar onde guardei algumas coisas, horários, entre outras tarefas”, conta.