Escoliose na infância ou adolescência não é causada por peso de bolsas e mochilas, dizem ortopedistas

A doença intriga especialistas por não se ter ainda uma causa conhecida e, portanto, que possa ser evitada. As pesquisas indicam que a doença é causada por fatores genéticos

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, se surgida durante a infância ou adolescência, a escoliose - curvatura lateral da coluna, que pode ser única ou múltipla - não tem relação com nada que os pais tenham feito ou deixado de fazer. Os pesos de mochilas ou bolsas podem ser responsáveis por alterações na postura e na forma de caminhar, além de dores nas costas, mas não têm relação com a curvatura lateral da coluna, que caracteriza a escoliose. Junho é o mês de conscientização da doença.

Os motivos do surgimento do transtorno são classificados pela medicina como idiopáticos, de acordo com o ortopedista Romero Bilhar, médico assistente e preceptor da residência médica do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), da Universidade Federal do Ceará (UFC). Ou seja, ainda são desconhecidos. Além disso, a escoliose pode ter várias causas e pode estar associada a alguma doença, segundo Bilhar. “Já se tem evidências que o surgimento dela é genético, mas a evolução da escoliose ainda é uma incerteza. Não se sabe como chegou até ali e se vai ter a necessidade de cirurgia”, pontua.

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O esclarecimento da causa da doença, de acordo com Bilhar, pode estar perto de ser descoberto com a pesquisa genética. Muitas pessoas convivem com a escoliose e ela não traz nenhum tipo de limitação. Alguns atletas, pessoas com atividades de alta performance têm escoliose e a condição não altera os resultados nos esportes. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2% a 4% da população do Planeta sobre com o problema. No Brasil, 1,5% das pessoas são afetadas com o problema, principalmente as adolescentes do sexo feminino.


O mais comum é de a escoliose acontecer em meninas e também não se sabe e o porquê dessa predileção ligada ao sexo do paciente. “É comum de pais chegarem aos consultórios de ortopedistas ou se culpando ou culpando a criança por ela dormir ‘enrolada’. Isso pode trazer prejuízos e desgastes na postura mas não é a causa da escoliose”, informa.

Em alguns casos, existe a indicação de intervenção na mesa de cirurgia. O grau aceitável para a alteração da coluna é até o 10. Acima dele, é o paciente é considerado com a doença. Entre 40 e 50 graus, a indicação é cirúrgica. "O que se espera com as pesquisas é conseguir subtipar a escoliose e saber o quanto ela vai evoluir", diz.

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