Como se comportam as epidemias? Especialistas explicam

Sars, Mers, Ebola, H1N1, coronavírus. Especialistas comparam características comuns entre epidemias virais recentes

Epidemias acontecem sazonalmente e, a depender do agente patógeno, podem ser muito perigosas a uma população. No inverno, com a aglomeração mais frequente de indivíduos, a probabilidade de propagação de um vírus respiratório também aumenta, desde simples resfriados a doenças mais graves.

Antônio Silva Lima Neto, gerente da Vigilância Epidemiológica de Fortaleza e pós-doutor em Arboviroses na Harvard School, detalha que a epidemias de vírus respiratórios no Nordeste do Brasil estão mais associadas à aglomeração e períodos de chuva. "Tanto que a transmissão do influenza no Nordeste tem calendário diferente do Sul", exemplifica, lembrando da pandemia do vírus H1N1, variante da gripe suína, em 2009.

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Fator adicional comum às epidemias iniciadas na China, como a Covid-19, em 2020, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), entre 2002 e 2003, é a alta densidade populacional chinesa. "O país tem vivido surtos e epidemias de vírus atípicos porque os patógenos zoonóticos passam por mutações. Ao infectarem os hospedeiros humanos, se multiplicam rapidamente", analisa o médico infectologista Rafael Mesquita, do hospital São Camilo Fortaleza.

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Análises de cientistas chineses, publicadas no começo de fevereiro na revista Nature, revelam que 80% do material genético dos dois vírus é idêntico. Assim como o novo coronavírus, o vírus da Sars foi transmitido de morcegos para os humanos.

Epidemias são classificadas pela forma de transmissão do agente. Têm maior potencial pandêmico também aquelas que não matam o hospedeiro rapidamente, ao contrário do que aconteceu nos dois recentes surtos do vírus ebola - o primeiro, na África Ocidental, entre 2014 e 2016, e o segundo no Congo, no ano passado.

Como o ebola tem letalidade de até 90%, é menos provável que cause pandemia, por exemplo. Além disso, o vírus não é transmitido pelo ar, mas sim por contato direto com o sangue ou outros fluidos corporais de
pessoas infectadas.


 

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