Coração é impresso em 3D a partir de tecido humano

11:19 | Abr. 23, 2019

Israelenses apresentam protótipo de órgão do tamanho de uma cereja, produzido com células de paciente. Segundo cientistas, é o primeiro coração com vasos sanguíneos, ventrículos e câmaras impresso em laboratório.Cientistas da Universidade de Tel Aviv, em Jerusalém, apresentaram nesta segunda-feira (15/04) um coração vivo feito a partir de tecido humano com uma impressora 3D. O estudo, publicado na revista Advanced Science, abre caminho para a realização de transplantes sem risco de rejeição, já que o órgão é feito com células do próprio paciente. "Já haviam conseguido imprimir em 3D a estrutura de um coração, mas esta é a primeira vez que alguém conseguiu projetar e imprimir um coração inteiro, repleto de células, vasos sanguíneos, ventrículos e câmaras", disse o professor Tal Dvir, que liderou a pesquisa, ressaltando que o coração está completo, vivo e palpitando. "Realizamos uma pequena biópsia de tecido adiposo do paciente, removemos todas as células e as separamos do colágeno e de outros biomateriais, as reprogramamos para que fossem células-tronco e, então, as diferenciamos para que sejam células cardíacas e células de vasos sanguíneos", detalhou o pesquisador. Posteriormente, os materiais biológicos foram processados para convertê-los em bio-tinta, o que permite imprimir com as células, afirmou. O protótipo de coração apresentado a jornalistas nesta segunda-feira tem cerca de três centímetros, o equivalente ao tamanho do órgão de um coelho ou de uma cereja. No momento, as células podem se contrair, mas o coração completo não bombeia. "Ainda é muito básico", diz Dvir. De acordo com o pesquisador, é preciso desenvolvê-lo mais, para conseguir um órgão que possa ser transplantado para um ser humano. "O próximo passo é amadurecer essas células e ajudá-las para que se comuniquem entre elas, de forma que se contraiam juntas. É preciso ensinar as células a se comportarem adequadamente", explicou Dvir. "Depois, teremos outro desafio, que é conseguir desenvolver um coração maior, com mais células. Temos que descobrir como criar células suficientes para produzir um coração humano", acrescentou. Futuramente, a equipe liderada por Dvir planeja transplantar os corações em pequenos animais, como coelhos e ratos. "Talvez, em dez anos, haja impressoras de órgãos nos melhores hospitais do mundo, e esses procedimentos sejam conduzidos rotineiramente", disse Dvir. LE/efe/dpa/afp ______________ A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App | Instagram | Newsletter