Pesquisas apontam que a qualidade do sêmen humano diminuiu nas últimas décadas
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Os hábitos tecnológicos da sociedade contemporânea podem ocasionar uma redução e queda da qualidade do sêmen, antecipando assim danos à fertilidade masculina - que tendem a ocorrer a partir dos 50 anos. É o que acredita especialista com base nos resultados na pesquisa de mestrado da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), feita com homens atendidos na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo, que indica declínio na qualidade do esperma nos últimos 27 anos.
De acordo com o estudo, a concentração seminal dos mais de 16 mil pacientes examinados caiu quase pela metade, passando de 86,4 milhões de espermatozoides por mililitro (ml) no período de 1989 a 1995, para 48,32 milhões/ml entre o período de 2011 a 2016. Já as análises de motilidade, que avaliam a capacidade de movimentação e agilidade do espermatozoide para encontrar o óvulo, revelaram que esse índice baixou de 47,6% para 35,9%, no mesmo período.
Quando analisada a morfologia dos espermatozoides, a pesquisa mostrou que a porcentagem das amostras que apresentavam formas normais caiu de 37,1% para 3,7%. Os fatores determinantes para a alteração do sêmen ainda são a obesidade, sedentarismo, tabagismo e o consumo exagerado de bebida alcoólica, de acordo com o especialista em medicina reprodutiva e diretor da Clínica Fertibaby Ceará, Daniel Diógenes.
No entanto, o uso inadequado de novas tecnologias soma-se aos agentes. “Com o advento e uso de novas tecnologias, acredita-se que exista interferências na produção e qualidade seminal”, destaca.
“Muitos aparelhos têm baterias que geram calor, muitas vezes, são colocados próximo aos testículos como um laptpop. "A temperatura é um fator importantíssimo”, explica o impedimento da espermatogênese -processo fisiológico responsável pela formação das células reprodutivas masculinas, causando a azoospermia (ausência de espermatozoides no sêmen).
Estudo
A pesquisa avaliou um total de 18.902 amostras de sêmens entre os anos de 1989 e 2016, no Hospital da Mulher Prof. Dr. J.A. Pinotti - Caism. Foram avaliados três aspectos seminais: a quantidade de espermatozoides na amostra, capacidade de movimentação e forma dos espermatozoides. O especialista explica que “a capacidade do espermatozoide manter-se vivo após a ejaculação representa a vitalidade dele”.
Assim, é importante que ele não tenha deformações. “Quanto menor a qualidade, menos chances de ocorrer a gravidez do ponto de vista espontâneo”, destaca o medico Daniel Diógenes.
“É preciso parar de pressupor que a infertilidade conjugal é sempre causada pela mulher. Homens apresentam, praticamente, a mesma probabilidade de ter algum problema para gerar uma gravidez. As causas da dificuldade para se ter um filho devem ser investigadas em ambos os cônjuges”, alerta. Quem pretende ter filhos, portanto, deve ter hábitos saudáveis e, no caso do homem, evitar posturas errôneas ao usar aparelhos eletrônico.
Redação O POVO Online
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