André Figueiredo fala em reunificar PDT e defende "bom diálogo" da sigla com Evandro
Presidente do PDT também comentou sobre mágoas internas do partido e negou que sigla seja "puxadinho"
21:55 | Out. 29, 2024
André Figueiredo, presidente nacional do PDT e deputado federal, falou sobre o desejo de reunificar a sigla, após divisão do partido na campanha à Prefeitura de Fortaleza, e de integrar a base do prefeito eleito, Evandro Leitão (PT).
"O que queremos agora é realmente é reunificar o partido, termos um bom diálogo com o prefeito Evandro Leitão para que possamos, insisto, dá continuidade, e Fortaleza possa avançar cada vez mais, justamente com essa política de geração de emprego e renda, de uma educação pública de qualidade, de valorização da nossa economia, que é o maior PIB do Nordeste de hoje", reforçou em entrevista nesta terça-feira, 29, ao programa O POVO da Tarde na rádio O POVO CBN.
Figueiredo destacou o sentindo de "continuidade" ao fazer referência as gestões do PDT em Fortaleza nos últimos 12 anos, com dois mandatos do ex-prefeito Roberto Cláudio e um do prefeito José Sarto.
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"São avanços que nós tivemos nos últimos 12 anos e que nós queremos, evidentemente, que a gestão Evandro Leitão possa ir no mesmo patamar e nós estamos abertos para dialogar com o Evandro. Já vi também que ele manifestou esse interesse de continuar esse diálogo, que acho que é extremamente salutar para Fortaleza", completou.
No dia anterior, segunda-feira, 28, Evandro Leitão disse em entrevista a rádio O POVO CBN que irá procurar os vereadores do PDT para conversar, buscando estabelecer um diálogo e uma possível base no Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor).
André Figueiredo também desejou sorte para a gestão de Evandro Leitão e destacou a proximidade que os dois possuem, após serem colegas de partido. O presidente do PDT apoiou a candidatura do petista nos segundo turno a Capital cearense.
"Eu tive a honra de tê-lo como colega de partido durante muitos anos, desde o início da sua vida pública, não posso deixar de saudar a eleição do Evandro e desejar muito sucesso", acrescentou.
Mágoas internas do PDT
André Figueiredo negou que as eleições à Prefeitura de Fortaleza tenham criado feridas internas no partido. O caso é diferente de 2022, quando a aliança com o PT foi quebrada, tendo em vista que o Partido dos Trabalhadores apoiava o lançamento da então governadora Izolda Cela, na época no PDT, para a disputa do governo, enquanto a ala de Ciro Gomes queria o nome de Roberto Cláudio. No fim, Izolda saiu da legenda e hoje está no PSB, enquanto RC foi candidato e perdeu para Elmano de Freitas (PT).
"Eu não vejo que essa eleição (teve mágoas), diferentemente de um processo que iniciou-se em 2022, que teve a culminância em 2023 e assim sim deixou muitas feridas no PDT. Esse processo agora foi, digamos assim, maduro, respeitando quem tomou uma posição divergente da direção nacional do partido, até porque, como foi colocado, declaramos inicialmente neutralidade", explicou.
Para a disputa de Fortaleza no segundo turno, o PDT estadual declarou neutralidade e viu o partido rachar entre apoios para Evandro Leitão e seu opositor, André Fernandes (PL). Um dos destaques foi o endosso de Roberto Cláudio a campanha bolsonarista.
"PDT não é puxadinho"
O presidente da sigla também destacou que o PDT não é "puxadinho" de nenhum partido. O termo foi usado por Ciro Gomes, ao defender que a legenda não deveria apoiar o PT em Fortaleza para não ser um "puxadinho".
"O PDT não é puxadinho de nenhum partido, o PDT é um partido que tem história", reforçou. No entanto, ele destacou que com a derrota de José Sarto no primeiro, foi necessário fazer um alinhamento com "algum partido".
E apesar da declaração de neutralidade da sigla, André Figueiredo deixou claro que ele se posicionou a favor de Leitão, assim como o presidente licenciado, Carlos Lupi, por entender que as "questões ideológicas" não podem ser deixadas de lado, mesmo em uma eleição municipal.
'Nós temos aí um grande número de pessoas ligadas a história do nosso partido que não poderiam tomar outro rumo (de apoio a Evandro). Lógico, existem mágoas? Existem mágoas, mas mágoas são superadas a partir que temos um projeto maior para a nossa cidade, para o nosso estado e para o nosso país", argumentou.