Elmano diz que Evandro venceu "aliança" de André, RC, Ciro, gestão Sarto, Tasso e Capitão

Governador agradeceu população da Capital e avaliou que o eleitorado sentia uma necessidade de mudança nos rumos da cidade

13:06 | Out. 28, 2024

Por: Vítor Magalhães
Elmano de Freitas na Radio O POVO CBN (foto: AURÉLIO ALVES)

O governador Elmano de Freitas (PT) avaliou, nesta segunda-feira, 28, o resultado das urnas que confirmou a vitória de Evandro Leitão (PT), contra André Fernandes (PL). Para o petista, a candidatura de Leitão enfrentou uma “aliança” que se formou em torno de Fernandes e confirmou o que classificou como processo de “recuperação do PT”. O gestor fez a avaliação da vitória durante entrevista concedida à Rádio O POVO CBN.

“A primeira leitura é de que saímos do primeiro turno num desafio muito grande. Quero, de antemão, agradecer ao povo de Fortaleza pela confiança em nosso projeto, possibilitando que nós, de mãos dadas, Estado, Prefeitura e governo Federal, possamos desenvolver políticas públicas na saúde, segurança, educação. Do ponto de vista político, temos que analisar que enfrentamos no 2° turno uma aliança”, disse.

Elmano continuou a explicação: “Não foi apenas a candidatura do André (que enfrentamos), disputamos com uma candidatura apoiada pela Prefeitura de Fortaleza, apoiado na prática pelo governo do prefeito Sarto e somos testemunha de perseguição a pessoas do governo que apoiaram Evandro (...) foi uma candidatura com apoio do Roberto Cláudio; do Ciro Gomes atuando nos bastidores; com apoio do Tasso (Jereissati) e do (Capitão) Wagner”, listou o governador.

O governador lembrou ainda do cenário do 1° turno, quando André terminou à frente com vantagem significativa em comparação a Evandro.

“Tínhamos um desafio grande porque quando terminou o primeiro turno, André tinha uma vantagem de 80 mil votos e se somássemos os votos do Sarto e do Wagner era uma vantagem ainda maior. Em 15 dias, graças ao povo de Fortaleza, saímos de uma votação de 34,3% para 50,3%. Em 15 dias, crescemos 15 pontos. Foi um ponto percentual por dia para ganhar a eleição dessa aliança que se formou contra o projeto popular e de prioridade dos mais pobres. Tenho uma avaliação positiva”.

O petista lembrou ainda que a disputa refletiu uma vontade de mudança por parte da cidade.

“Um resultado que demonstra um desafio para todos nós, da insegurança pública, da saúde e que tínhamos duas propostas de mudança. Uma que consideramos mais segura, representada pelo Evandro e sua experiência e uma que na nossa leitura era uma aventura. Há um sentimento de (necessidade de) mudança, mas não de mudança de alguém que está no governo, mas de mudança da vida das pessoas. Um número significativo enxergou que André poderia ser essa mudança, mas uma maioria quis essa mudança unindo as forças da prefeitura com o Estado e com o governo federal”, concluiu.

Saldo das eleições

Questionado sobre o saldo da eleição nacionalmente para o PT, que conquistou apenas uma Capital neste ano, Elmano avaliou estar ocorrendo uma recuperação do partido ao longo dos últimos anos.

"É bom a gente estabelecer o critério para saber se a gente foi bem ou mal. O PT não elege prefeito de Capital desde 2016, e a capital era Rio Branco. Fizemos mais prefeitos agora que em 2020. Efetivamente não temos o mesmo resultado que tivemos em 2012, mas é muito melhor do que em 2016 e do que em 2020, então o resultado do PT é razoável. Ganhamos em Fortaleza e fomos a segundo turno em outras capitais, coisa que não íamos. Temos um processo de recuperação do PT, interpreto dessa forma".

Elmano reforçou ainda as vitórias de aliados de partidos que compõem a base do presidente Lula. "Outro ponto, é avaliação do nosso campo. Temos uma base aliada, tivemos vitórias importantes. Belo Horizonte e Rio de Janeiro ganharam aliados que podem ser importantes para a eleição presidencial de 2026. Um cenário é a eleição municipal, a outra é a geral. São coisas distintas", apontou, avaliando ocorrer uma "divisão no campo da direita, entre Tarcísio (governador de SP) e Bolsonaro (ex-presidente)".

E seguiu: "Penso eu que o campo de aliança do governo Lula é vitorioso nesta eleição. Se tivermos essa manutenção e um cenário econômico em 2026, o que considero fundamental é isso, o cidadão vai avaliar se o Brasil que o Lula recebeu, estará numa vida melhor ou pior do que antes (...) Tem muita coisa para acontecer até 2026, e temos que trabalhar", finalizou.