Após apoio, André elogia legado de RC, mas defende mudanças em regionais e ciclofaixas
Encontro seria um debate, mas candidatura de Evandro Leitão informou indisponibilidade de agenda
21:41 | Out. 17, 2024
André Fernandes (PL), candidato do segundo turno à Prefeitura de Fortaleza, foi sabatinado nesta quinta-feira, 17, no programa O POVO News. O momento era previsto como debate, mas seu oponente, Evandro Leitão (PT), não compareceu por indisponibilidade de agenda. Na ocasião, o candidato do PL ressaltou que, apesar do apoio do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), não tem problemas em rever políticas do ex-gestor.
"O apoio de Roberto Cláudio é importante. Ele traz, sim, experiência e isso não muda absolutamente em nada o fato de eu ter criticado e, sim, de continuar com a minha política de rever vários pontos feitos pela gestão Roberto Cláudio e feitos também pela gestão Sarto", pontuou, exemplificando ação dos pedetistas em aumentar o número de regionais da capital cearense.
"E antes, o que deveria ser algo simplificado, que foi uma ideia brilhante na reforma administrativa feita pelo ex-prefeito saudoso Juraci Magalhães, de transformar em seis prefeiturinhas, onde o cidadão, para resolver qualquer problema, ia na regional e era de fato resolvido. Hoje você precisa ir até a regional, a regional consulta a Seger (Secretaria Municipal da Gestão Regional) e a Seger consulta a prefeitura. Ou seja, burocratizou, em nada melhorou e inchou a máquina pública", avaliou André.
Além desse ponto, o candidato citou plano de rever as ciclofaixas e corredores exclusivos e concluiu que "foram medidas tomadas apenas para ganhar prêmios internacionais".
"Eu recebi o apoio de Roberto Cláudio e nada me impede criticá-lo. Sabe por quê? Porque eu tenho independência. Eu não fechei acordo para ter espaço dentro de prefeitura. Eu critico naquilo que está errado, assim como também posso elogiar naquilo que acertou", disse Fernandes.
Acertos de Sarto, erros de Elmano
O encontro rendeu elogios à gestão do atual prefeito José Sarto (PDT). "Acertou quando fez grandes reformas e urbanizações em parques e aí eu estou falando do atual prefeito, como, por exemplo, o Parque Rachel de Queiroz. Vamos dar prosseguimento nessa política de urbanização, tratando o meio ambiente como tem que ser tratado", disse.
Na ocasião, André direcionou o discurso para crítica à atuação do governador Elmano de Freitas (PT). "Vou solicitar de volta a posse, para a Prefeitura Municipal de Fortaleza, da lagoa lá da Maraponga, que o Governo do Estado do Ceará assumiu prometendo fazer uma grande obra e até agora não fez. O Governo do Estado do Ceará prometeu uma grande obra lá na lagoa do Porangabussu e, até agora, não fez".
"Está na hora de tratar o meio ambiente, de expandir essa boa política de meio ambiente feita pela gestão atual, e, aí, é onde entram os elogios, assim como também revisaremos aquelas políticas que discordo totalmente, que inchou a máquina pública e que deixou deficitário os serviços ofertados ao povo fortalezense", reforçou André.
Qual a maior referência na política de André Fernandes?
Ao ser questionado sobre qual a maior referência na política, ele afirmou que não conseguiria especificar apenas uma figura, mas citou os ex-prefeitos de Fortaleza, RC e Juraci Magalhães, e o ex-governador e ex-senador Tasso Jereissati (PSDB) como gestores que possuem "bons adjetivos".
"Vários políticos, cada um tem os seus defeitos, mas também tem aquelas coisas que fizeram, que ficaram marcadas na história. Por exemplo, a gente pode falar, Roberto Cláudio teve alguns feitos inéditos em Fortaleza. Juraci Magalhães também teve alguns feitos inéditos na nossa Cidade. Tasso Jereissati, quando governador, também teve alguns feitos no Estado do Ceará. Então, não consigo determinar uma pessoa única, mas eu consigo pegar bons adjetivos de cada um deles e dizer isso aqui é o que eu vou fazer, que será elevar Fortaleza a um patamar nunca visto antes", concluiu o bolsonarista.
A falta de menção ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), principal liderança do partido de André, foi notada em uma das perguntas direcionadas ao sabatinado. Diante do questionamento, ele rechaçou o cenário nacional, levando o foco para o Município.
"Gente, 2026 é logo ali e lá eu estarei pronto e preparado para debater o cenário nacional. Mas, enquanto nós estivermos falando sobre a Prefeitura de Fortaleza, fique tranquilo, eu vou falar sobre as referências, sobre os projetos e sobre a mudança que Fortaleza tanto precisa".
Evandro Leitão também foi alvo de críticas de André. "Sabe o que é que é interessante? É que do outro lado, o meu adversário, a todo momento fica dizendo eu sou candidato de Lula, Elmano e Camilo. Ele esconde Eunício Oliveira e o José Guimarães, que é o do dinheiro na Cueca. Ele esconde tantos outros aliados. Ele esconde que deu a rasteira na sua colega de partido Luizianne Lins. Ele esconde que cuspiu no prato que comeu dando as costas para o PDT, partido de Ciro Gomes, Roberto Cláudio e Sarto".
O candidato do PL abriu o debate lamentando ao ausência do adversário, menção que fez ao longo da sabatina, e pontuando que ser jovem "não é demérito" para assumir o comando do Executivo municipal. Participaram da sabatina os colunistas de política do O POVO, Carlos Mazza e Henrique Araújo, além da editora de Economia, Beatriz Cavalcante, e da jornalista Sara Oliveira, repórter especial de Cidades.
Por que não houve debate?
André Fernandes foi sabatinado pelo O POVO depois que a candidatura de Evandro Leitão não assinou o acordo para realização de debate na data. A proposta de realização do debate e a sinalização da data foram feitas após a definição dos candidatos que passaram para o segundo turno.
A campanha do candidato do PT, no entanto, informou a indisponibilidade de agenda. Na reunião para discutir as regras, realizada na sexta-feira, 11, apenas representantes da campanha de André compareceram.
Sem o acordo para a realização do debate, conforme previsão em regra, ocorreu, então entrevista com o candidato que comparecer. A entrevista com Fernandes ocorreu no mesmo horário previsto para o debate.