Pesquisas em Fortaleza acertaram ou erraram? Veja desempenho dos institutos
Divulgadas na véspera da eleição, pesquisas apontaram tendência de André Fernandes e Evandro Leitão no 2º turno. Mas, números foram diferentes do que se verificou nas urnas, acima da margem de erro. Migrações de última hora podem explicar a disparidadeO resultado do 1º turno da eleição para a Prefeitura de Fortaleza confirmou o cenário de 2º turno apontado por cinco pesquisas divulgadas na véspera da eleição. Todas indicavam confronto entre André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT). Apenas a pesquisa Ideia, embora trouxesse ambos numericamente à frente, tinha um quadro embolado, com empate técnico com José Sarto (PDT) e Capitão Wagner (União Brasil).
Comparação entre pesquisas em Fortaleza e resultado da eleição
Em azul, resultados na margem de erro. Em vermelho, fora da margem. A cor mais azul indica resultado mais exato. Quanto mais vermelho, mais distante da margem de erro
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Números negativos (-) indicam que o instituto projetou menos votos do que o candidato acabou tendo. Quando não há sinal, o número é positivo e sinaliza que a pesquisa apontava mais votos do que as urnas mostraram
Gráfico dos resultados das pesquisas na véspera e o resultado da eleição para prefeito de Fortaleza
Pesquisas acertaram resultado de André Fernandes?
Porém, em todos os institutos o percentual de intenções de voto de André Fernandes foi diferente além da margem de erro. O candidato do PL foi para o segundo turno com 40,2%. Os cinco institutos apontavam as intenções de voto do candidato abaixo desse patamar.
Quem mais se aproximou da votação de Fernandes foi o Futura, com 34,5%. A seguir, apareceram Datafolha e Quaest, que davam o mesmo percentual, de 33%. Atlas e Ideia ficaram mais distantes, com 28% e 27,62%, respectivamente.
Pesquisas acertaram resultado de Evandro Leitão?
O percentual de votos de Evandro também ficou acima do que projetavam as intenções de voto. No caso de Datafolha e Quaest, que apontavam índice igual, a diferença ficou além da margem de erro por décimos. O petista teve 34,33%. Os dois institutos apontavam 31%. Com diferenças maiores o Futura dava 29,2%, a Atlas, 28,1% e a Ideia, 25,41%.
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Pesquisas acertaram resultado do prefeito Sarto?
Já o resultado do prefeito José Sarto (PDT) foi abaixo do que projetavam os institutos. O Datafolha foi o que mais se aproximou, e o único cujo percentual ficou dentro da margem de erro. Sarto teve 11,75%. O Datafolha indicava 14%. Segundo a ficar mais próximo, o Futura apontou 16,2%. Na Quaest, ele alcançava 19%. Na Ideia, 22,1%. E a Atlas dava a ele 23,2%.
Pesquisas acertaram resultado de Capitão Wagner?
Os números de Capitão Wagner (União Brasil) também ficaram abaixo do que indicavam os institutos. Nos casos de Quaest e Futura, passou da margem de erro por décimos. O candidato teve 11,4%. Na pesquisa Quaest, aparecia com 15%. Na pesquisa Futura, 15,1%. Em Datafolha e Atlas, as diferenças eram maiores: 17% e 17,6%, respectivamente. Maior ainda foi a distância entre as intenções de voto e as urnas na Ideia, que apontava Wagner com 20,99%.
Pesquisa indicava possibilidade de mudança
As diferenças não significam necessariamente erros das pesquisas. As intenções de voto foram captadas alguns dias antes da votação, em diferentes prazos, indo no máximo até o sábado anterior a eleição. Todos os institutos realizaram pesquisas em dias anteriores. As mudanças de última hora estavam passíveis a mostrar diferença em relação às urnas.
Essa possibilidade estava sinalizada na pesquisa Datafolha no próprio sábado, véspera da eleição. O instituto perguntou se o eleitor estava totalmente decidido ou se o voto ainda pode mudar. Admitiam ainda mudar de candidato 25% dos entrevistados — um em cada quatro.
E a pesquisa indicava que justamente os líderes, André e Evandro, tinham voto mais consolidado. Eram 16% e 19% os percentuais dos respectivos eleitores que diziam ainda estar abertos a mudar o voto.
Entre os eleitores de Sarto, 29% podiam trocar de candidato, segundo admitiam. E a maior vulnerabilidade à perda de eleitores era de Wagner, que tinha 45% de eleitores que afirmavam ainda poder trocar de candidato. O que demonstra que Wagner, seguido do prefeito, estavam mais vulneráveis a perder eleitores para os adversários na migração de última hora.