Sobral: Deputado Moses recebe voz de prisão por aglomerações

Filho do candidato a prefeito Oscar Rodrigues (União), o parlamentar foi escoltado por causar aglomerações em frente a colégios eleitorais

17:16 | Out. 06, 2024

Por: Guilherme Gonsalves
O deputado federal Moses Rodrigues (União) recebeu voz de prisão por aglomerações em colégio eleitorais (foto: Reprodução/Instagram: Moses Rodrigues)

O deputado federal Moses Rodrigues (União) recebeu voz de prisão no fim da tarde deste domingo, 6, devido às aglomerações realizadas em frente a colégios eleitorais com padronização em Sobral. Ele é filho do candidato a prefeito Oscar Rodrigues (União).

Moses foi escoltado pela Polícia Federal (PF) até o Fórum Eleitoral Desembargador Júlio Carlos de Miranda Bezerra para prestar depoimento. 

Um grupo de apoiadores de Oscar Rodrigues se reuniu nas proximidades do local onde está Moses em Sobral, distante 233,78 km de Fortaleza.

A Associação Cearense do Ministério Público (ACMP) enviou uma nota repudiando a postura do deputado federal por desrespeitar as orientações dos Promotores Eleitorais, Rodrigo Manso Damasceno e Karina Mota Correia.

Ainda de acordo com a ACMP, eles têm a "orientação de garantir a lisura das eleições e a proteção dos eleitores, evitando possibilidade de boca de urna ou outra situação ilegal que possa comprometer a integridade do processo eleitoral".

Ao ser conduzido, Moses afirmou que o promotor ficou "chateado" por ele dar uma declaração contra ele e de que tinha coragem de tirar os "laranjas" que estava em frente no local. Segundo o deputado, Rodrigo teria dado a voz de prisão sem dizer o motivo e classificou como "abuso de autoridade".

"O promotor eleitoral Rodrigo ficou chateado porque eu dei uma declaração que ele tinha coragem de tirar os laranjas que estavam aqui na frente do Farias Brito. Ele soube que eu estava aqui e chegou me dando uma voz de prisão sem dizer o motivo, eu aqui com vários motivos na esquina, pessoas que estavam votando e eu conversando naturalmente, chegou me dando voz de prisão e querendo me conduzir ao cartório eleitoral", disse o deputado.

"Eu disse que não seria detido, eu sou representante da coligação e que eu não iria. Então eu estou indo agora lá na Justiça, porque ele deu voz de prisão e eu dei voz de prisão pra ele por abuso de autoridade e ele tá chateado porque eu dei uma declaração contra ele", completou.

Confira a nota completa da ACMP:

A Associação Cearense do Ministério Público, vem, por meio desta, manifestar veemente repúdio à atitude do Deputado Federal Moses Haendel Melo Rodrigues ao desrespeitar as orientações dos Promotores Eleitorais Karina Mota Correia e Rodrigo Manso Damasceno no sentido de que fossem interrompidas as aglomerações nas imediações dos locais de votação na cidade de Sobral-CE.

As orientações dos Promotores Eleitorais, amparadas na Constituição Federal, no art.39-A,§ 1º da Lei 9.504/97, além de outros dispositivos legais a ser apreciado pelas autoridades competentes, objetivaram garantir a lisura das eleições e a proteção dos próprios eleitores, evitando qualquer possibilidade de “boca de urna” ou situação ilegal que pudesse comprometer a integridade do processo eleitoral no município sobralense.

Destaca-se que o Ministério Público Eleitoral detém a atribuição constitucional de fiscalização do correto andamento das votações, garantindo com imparcialidade a observância da ordem jurídica durante todo o pleito, bem como assegurando a todos os cidadãos o direito de votar de forma livre, segura e consciente.

O desprezo à lisura das eleições e às orientações das autoridades competentes não é uma postura condizente com um parlamentar federal, cujo comportamento deveria ser de completo respeito e compromisso com os princípios democráticos, principalmente neste momento tão importante para uma nação.

Diante do exposto, quaisquer atitudes ofensivas às instituições públicas ou ao sistema de justiça devem ser amplamente condenadas, devendo todos os representantes públicos reafirmarem seu compromisso com a lei, com a ética, com a segurança da sociedade e a defesa da democracia.

Com informações de João Victor Costa