Em possível trégua, Wagner admite que se excedeu e André espera apoio do ex-deputado no 2º turno
Além da interação entre os candidatos, debate contou com discussões sobre segurança pública, cultura, saneamento básico e meio ambiente
Após uma disputa eleitoral marcada pela troca de ataques entre os candidatos à Prefeitura de Fortaleza André Fernandes (PL) e Capitão Wagner (União Brasil), o debate realizado nessa quinta-feira, 3, pela TV Verdes Mares teve como um dos principais momentos a interação entre os dois postulantes em uma possível trégua.
Em coletiva de imprensa realizada logo depois do fim do debate, os candidatos avaliaram o encontro entre os adversários e comentaram os principais pontos.
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Wagner considerou que, em determinado momento da campanha, os “ânimos se acirraram” e admitiu ter ultrapassado limites. O candidato do União Brasil também avaliou que, na reta final da disputa, busca conquistar o eleitor indeciso sem o uso de ataques contra o adversário.
“Todo eleitor tem o direito de conhecer o passado dos candidatos e a gente apresentou o passado do Evandro, o passado do Sarto, o passado do André. Em determinado ponto, às vezes, a gente ultrapassa certos limites. Eu acho que a maturidade que a gente adquiriu nesses 45 anos, permite entender que esse momento é de tranquilidade, de mostrar propostas, de conquistar um eleitor indeciso e não vou conquistar nenhum eleitor indeciso com qualquer ataque em um momento crucial como esse”, destacou.
Em seguida, Wagner afirmou que a fala para André durante o debate não foi um pedido de desculpas, mas um reconhecimento de que se excedeu. O ex-deputado federal também pontuou as diferenças entre a própria candidatura e a do candidato do PL, enfatizando a maturidade e a experiência em eleições.
“Na verdade, eu não pedi desculpas. Eu disse que me excedi, que cometi alguns erros, fui além do que deveria ter ido e espero que a gente tenha oportunidade para manter um bom nível do debate, mostrando o que a nossa candidatura tem de diferente da deles. A nossa candidatura, por exemplo, é diferente da do André, porque a nossa é mais madura, é mais experiente. Já disputei três eleições na cidade e tenho um conhecimento que é necessário para a gente reduzir a violência, investir em saúde, a experiência que eu tive na Secretaria de Saúde de Maracanaú e também a minha experiência em sala de aula”, apontou.
O candidato ainda ressaltou que o objetivo inicial da campanha era “fazer um bom debate”, mas que, durante a disputa, “a temperatura aumentou”.
“Então, eu estou aqui para fazer um bom debate, desde o começo da campanha a nossa proposta era essa. Em um dado momento, logicamente, os ânimos se acirraram, a temperatura aumentou, isso é normal em qualquer eleição majoritária”, completou.
Perguntado sobre o assunto, André Fernandes considerou a mudança de atitude como boa e disse esperar o apoio de Capitão Wagner em um possível segundo turno.
“O que mudou é que, talvez, ele reconheceu que saiu do campo político e entrou no campo pessoal e, como cristão, pediu desculpa e, como cristão, aceito e também pedi desculpas. Isso faz parte, até porque eu não poderia ter outra postura como cristão. Não é uma estratégia política, mas que bom que isso aconteceu. Segundo turno está aí e espero receber o apoio do Capitão Wagner”, disse.
A mudança na relação entre os candidatos na reta final surpreende após as críticas trocadas entre os dois, observadas desde o início da campanha eleitoral.
A letra de um dos jingles de Fernandes, por exemplo, não menciona nomes, mas pontua a existência de um candidato “tapioca”, termo utilizado para se referir a pessoas que trocam de lados, em uma indireta a Capitão Wagner.
Porém, no início de setembro, os ataques entre Wagner e Fernandes ficaram mais diretos, com conteúdos exibidos durante o horário eleitoral e vídeos de resposta nas redes sociais. A crítica mais recente de Wagner contra Fernandes foi feita durante debate da TV Cidade, no último sábado, 28, quando o ex-deputado federal acusou o bolsonarista de nepotismo cruzado.
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