Wagner nega que pedido de desculpas foi combinado: "Acho até que o André se surpreendeu"
Candidato falou que maturidade o fez tomar essa atitude e explicou estratégia para as últimas 48 horas de campanha
12:33 | Out. 04, 2024
O candidato a prefeito de Fortaleza Capitão Wagner (União Brasil) iniciou o penúltimo dia antes do primeiro turno em caminhada na Messejana, rodeado de candidatos a vereador e apoiadores ao longo da feirinha do bairro. Em conversa com O POVO, ele tratou das formas de fugir da polarização nacional envolvendo PT/PL, do pedido de desculpas a André Fernandes (PL) e de estratégias para essa reta final da campanha.
Pedido de desculpas
Wagner respondeu sobre o pedido de desculpas que fez a Fernandes, durante debate na noite desta quinta-feira, 3, em que admitiu que "pode ter se excedido" nas críticas ao adversário durante a campanha. O candidato disse que demonstrou maturidade e que o pedido não foi pré-combinado.
"Eu acho até que o André (Fernandes) se surpreendeu na hora. Isso mostra nossa maturidade, eu tenho 45 anos de idade, já é minha terceira campanha majoritária aqui em Fortaleza. O André está na primeira candidatura, provavelmente ele não sabia como ia se dar o desenrolar da campanha e eu deixei muito claro que isso é natural, campanha majoritária. E a partir de agora a ideia é conquistar votos, ir para o segundo turno e, chegando lá, tentar conquistar mais apoios e ganhar a eleição", explicou.
Debate e foco
Ainda sobre o debate, Wagner afirmou que focou e seguirá focado em mostrar que tem as melhores propostas para Fortaleza. "Nessa reta final, o eleitor está muito focado em conhecer o histórico dos candidatos, e os históricos já foram apresentados, e também as propostas. Focamos nas propostas, mostramos que nosso plano de governo é o melhor, o único que tem experiência de gestão nas três grandes áreas, saúde, segurança e educação. E vamos focar nisso até o domingo", adiantou.
Leia mais
Fuga da polarização
O candidato do União Brasil afirmou que, em uma gestão municipal, a polarização nacional envolvendo o PT e o bolsonarismo não deve ter influência. "A gestão municipal não depende de nenhuma polarização. A gente sabe que há uma influência muito forte da polarização nas eleições gerais, mas o eleitor de Fortaleza é muito inteligente, na eleição passada, para governador, eu ganhei a eleição na Capital, mesmo fugindo dessa polarização, já que no primeiro turno o meu partido tinha uma candidata a presidente. Por conta disso, eu não me posicionei na polarização e vencemos a eleição na Capital", lembrou.
Boné com W
No evento, vários apoiadores utilizavam boné azul, com a letra W em destaque, muito parecido com o utilizado na campanha de Pablo Marçal (PRTB), em São Paulo. Wagner, porém, disse não fazer relação entre as candidaturas.
"Provavelmente quem criou o boné, quem tá vendendo essa correlação (com Pablo Marçal), mas não é uma correlação definida pelo marketing da campanha, nem por mim. É uma coisa muito espontânea e natural que deve ter acontecido. Eu estou muito focado aqui e não estou muito interessado no que está acontecendo em São Paulo", explicou.
O que fazer a 48 horas para eleição
"Dá para fortalecer o contato com as pessoas, todas as minhas campanhas têm isso muito forte. O contato com as pessoas, o olhar no olho, conversar, tirar dúvidas e explicar o que tem no programa de governo. Isso acaba virando muito voto, quem tá indeciso acaba vindo para o nosso lado a partir desse contato. Então até sábado à noite, muito contato com as pessoas com caminhada, carreata, esperando que as pessoas indecisas possam comparar as candidaturas e possam optar por nós", adiantou.
Segundo turno
Capitão Wagner afirmou que, caso chegue ao segundo turno, irá manter uma campanha com viés propositivo. "Se chegarmos ao segundo turno, nas próximas semanas vamos seguir em uma campanha propositiva, mostrando a diferença em relação a todas as outras candidaturas. Não há dúvida de que ter experiência na saúde, segurança e educação nos diferencia dos demais e é nisso que a gente vai focar no segundo turno", explicou.
Ele disse que estará aberto para conversar sobre eventuais apoios, após o segundo turno, mas mostrou descrédito sobre a presença de José Sarto (PDT). "Quem teria motivo para não apoiar alguém seria eu, que tive ataques de todos os lados. A gente foi atacado pelo PT com 400 propagandas na TV contra a nossa candidatura, tentando nos desgastar, fui atacado também por outros candidatos, então tenho tranquilidade de, no segundo turno, conversar com aqueles candidatos que não chegarem lá, desde que a condição seja a mudança segura, a mudança responsável. Acredito que haja uma dificuldade do atual prefeito em chegar ao segundo turno, então seja quem for o candidato que não esteja no segundo turno e quiser conversar conosco, a gente vai estar aberto, com muito responsabilidade, estabelecendo critérios, para que a gente possa fazer uma mudança que gere o enxugamento da máquina, que gere a sobra de recursos para investir nas pessoas e não só em obras", completou.
Wagner destacou ainda que as pesquisas mostram um bom desempenho de sua candidatura contra eventuais adversários no segundo turno. "Todas as pesquisas mostram um cenário de segundo turno com a nossa candidatura muito forte, vencendo qualquer outro candidato. Então, eu espero que a gente chegue no segundo turno, para concretizar o que as pesquisas dizem hoje", finalizou.