Girão promete pré-natal a vítimas de estupro: "Para não serem pressionadas a abortar"
Entrevistado desta segunda-feira no OP News, senador Eduardo Girão apresentou propostas para comandar Fortaleza, caso seja eleito prefeito
A sabatina do OP News 1ª edição desta segunda-feira, 30, foi com o candidato a prefeito de Fortaleza, Eduardo Girão (Novo). O senador foi entrevistado pelo apresentador Ítalo Coriolano e o colunista de política de O POVO, Carlos Mazza. Girão explicou defendeu acolhimento para vítimas de abuso sexual, explicou propostas e criticou o que chamou de "oligarquia PT-PDT", que, segundo ele, comanda a cidade há vários anos.
Acolhimento de vítimas de abuso sexual
Militante antiaborto, Eduardo Girão foi questionado sobre casos em que meninas menores de idade acabam engravidando, vítimas de abuso sexual. Estaria garantido o direito ao aborto nesses casos? "O prefeito não tem o que fazer em relação a isso, é uma lei federal e eu sou cumpridor de leis. Com relação a mulheres, independente da idade, que acontecem abusos e elas engravidam, eu tenho projeto de acolher essas pessoas, para que possam ter um pré-natal, com parcerias com hospitais, casas de acolhimento de gestantes, para que elas não sejam pressionadas a abortar. É uma decisão de cada uma, a gente tem que respeitar, mas a gente dá esse conforto também", explicou.
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PM e Polícia Civil focadas no crime organizado
Segundo o candidato, 50% dos atendimentos do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) são de ocorrências como briga de vizinhos, casos de embriaguez e som alto. "A Guarda Municipal, que deveria se chamar Polícia Municipal, vai ter essa amplitude para que a gente possa resolver esses pequenos problemas, para que a Polícia Militar e Polícia Civil possam enfrentar quem precisam realmente enfrentar, que é o crime organizado", explicou.
Para Girão, a questão da insegurança é um fator dos mais importantes a serem abordados. "Estamos vivendo uma tragédia humanitária no Ceará. Aqui nós tivemos mortes equivalentes a cinco aviões de Vinhedo que caíram no Ceará no mês de março, não vejo essa repercussão. A cidade de Fortaleza é uma das top do mundo em termos de violência. É uma humilhação que o fortalezense está tendo, pela falta de liderança, falta coragem", disse.
Girão defendeu que o trabalho de ronda da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF) tenha helicóptero e drones. "Eu trabalho com segurança há 30 anos, tenho conhecimento de causa, tenho na equipe o General Teófilo (ex-candidato a governador do Ceará), muito competente, que alertou a população tudo que iria acontecer na gestão do PT. Vamos fazer um trabalho não apenas com drones ou com helicóptero. Tem (helicóptero) em Curitiba, que é menor do que aqui. Poderá auxiliar na segurança, e até ajudar na saúde, quando necessário. Vamos usar a tecnologia, sempre preservando a privacidade. Vamos ainda colocar nas paradas de ônibus o botão de pânico", explicou.
Fundo eleitoral
Questionado sobre o fato de, pela primeira vez, o Novo utilizar fundo eleitoral na campanha, o senador afirmou que segue sendo contrário, mas justificou. "Seguimos coerentes, continuamos votando contra o fundo eleitoral, mas fazendo uma analogia com o futebol, não podemos disputar com os pés contra candidatos disputando com os pés e as mãos. Não dá para comparar os valores de campanha, a nossa é R$ 2 milhões e pouco, a do Sarto, por exemplo, é R$ 17 milhões", argumentou.
Ampliação de Areninhas
Eduardo disse que, enquanto alguns bairros têm até cinco Areninhas, outros não têm nenhuma. Ele falou que trabalhará ao lado do governo do estado e o governo federal para resgatar esses aparelhos públicos que, segundo ele, estão tomados pelas facções criminosas. "A ideia é ampliar as Areninhas, inclusive com outras modalidades esportivas", adiantou.
Bolsonarismo x mandato independente
Questionado sobre a postura pró-Bolsonaro durante o mandato de senador, Girão reiterou ser independente. "Enviei quase R$ 206 milhões, sem nenhum tipo de orçamento secreto, para todos os municípios do Ceará, independentemente do partido do prefeito. Enviei 98 respiradores para o Ceará durante a pandemia", relembrou.
Quanto ao alinhamento com o bolsonarismo, listou momentos de críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. "No meu relatório, eu critico a questão de aglomeração feita por presidente, as declarações contra a vacina. Mas aquela CPI (da Covid) foi descaradamente politiqueira, não quiserem investigar os escândalos dos governadores do Nordeste, que eu denunciei. Quem comandava aquela CPI era aliado e estava ao lado de quem, na eleição? Do Lula, isso eu não aceito", explicou.
Marco Legal do Saneamento x Taxa do lixo
Confrontado sobre o fato de ter votado a favor do Marco Legal do Saneamento, que serviu de justificativa pela Prefeitura de Fortaleza para a criação da Taxa do Lixo, da qual é contra, o candidato lembrou que a aprovação foi unânime entre os senadores cearenses, e que não obrigava a criação da taxa.
"O voto que nós demos no relatório do senador Tasso Jereissati foi para 100 milhões de brasileiros que não têm acesso ao saneamento, poderem ter, em parceria com a iniciativa privada. Está previsto no Marco do Saneamento, mas a maioria (das cidades) não cobra a Taxa do Lixo. O prefeito Sarto poderia não ter cobrado, como a maioria fez. Ele cobrou e agora está perdendo a eleição. A partir do momento que eu assumir a Prefeitura de Fortaleza, porque a maioria está indecisa e o fortalezense quer algo novo, eu vou enviar uma mensagem para a Câmara Municipal para acabar com a Taxa do Lixo. Quero ver qual vereador que vai votar contra o povo", adiantou.
Escolas cívico-militares
Girão também foi questionado sobre a defesa que faz às escolas cívico-militares, que já foram consideradas como inconstitucionais pela Controladoria Geral da União (CGU). "A gente não pode colocar ideologia acima dos dados técnicos. Escolas cívico-militares que o Governo Federal acabou, mas os estados e muitos municípios viram que era um 'crime' tirar essa opção e continuaram o projeto, como em Santa Catarina. Dados dos MEC mostram que evasão escolar despenca, o ambiente escolar melhora bastante, índices importantíssimos. Por que não se ter alternativa? Tem a escola normal, que vamos manter, e terá também a cívico-militar que vamos colocar em cada uma das seis Regionais que vamos manter - pretendo diminuir para 6, das 12 atuais.
Por que votar em Girão?
O senador defendeu que, no primeiro turno, o eleitor deve votar em quem considera mais preparado. "No primeiro turno, é necessário que se vote no melhor. Pode ter convicção que a questão da gestão é o que eu sei fazer, e vamos tirar essa gente que está no poder há muitos anos, porque PT e PDT estavam juntos até outro dia. Temos tudo para fazer de Fortaleza a capital nacional da vida, da família e da paz", disse.
Festas populares
Grande combatente ao uso de bebidas alcóolicas, Girão foi questionado sobre a realização de grandes festas populares na cidade, mas defendeu a importância de cada uma delas. "Precisamos resgatar o Maracatu. Cultura para todos, e o Carnaval faz parte, o Pré-Carnaval também. Precisamos manter o Réveillon, um dos mais tops do país, com parcerias público-privadas, além de trazer outros eventos. Mas a minha maior preocupação é a violência, já que ouço que de uns anos para cá estão diminuindo funcionamento de bares e restaurantes, porque os trabalhadores sofrem com toque de recolher por causa do crime. Temos que ser firmes em relação a isso", garantiu.
Centro da cidade
O candidato defendeu uma atuação no Centro, que, destaca, fica cheio de pessoas em situação de rua à noite. "Local histórico, com movimento grande durante o dia e à noite totalmente abandonado. Vamos, através de parcerias com igrejas e com ONGs, dar dignidade. Os que estão com problemas com drogas terão comunidades terapêuticas. Para que essas pessoas voltem para o trabalho, capacitados, com treinamento, porque o trabalho dignifica o homem", explicou.
Sobre isso, apesar de prometer uma diminuição drástica nos gastos da Prefeitura com publicidade, prometeu colocas nos Centros Urbanos de Cultura, Esporte e Lazer (Cucas) núcleos pró-vida e contra as drogas.
Acabar com 50% das multas
Girão explicou a proposta que fala em acabar com 50% das multas na cidade. "Sou favorável a campanhas educativas, não punitivas, mas sou cumpridor de lei. Esse negócio de reduzir multas, não é acabar, o que nós vamos fazer são blitze e campanhas educativas, e aí poderemos reduzir as multas", argumentou.