Além de remover vídeos contra André, Sarto terá de veicular direito de resposta
Conteúdo removido se refere a uma fala antiga do candidato do PL sobre estupro. Defesa do pedetista diz "não houve qualquer distorção"A Justiça Eleitoral concedeu direito de resposta a André Fernandes (PL), candidato a prefeito de Fortaleza, a ser veiculado nas redes sociais do adversário e candidato à reeleição, prefeito José Sarto (PDT). Tomada na segunda-feira, 21, a decisão do juiz Victor Nunes Barroso, da 115ª Zona Eleitoral da Capital, também estabelece a exclusão de conteúdos do pedetista com trechos de vídeos antigos do bolsonarista.
"Assim, acolho integralmente o parecer ministerial para julgar totalmente procedente a presente ação, concedendo o direito de resposta ao representante para o restabelecimento da verdade dos fatos e assegurando um debate político justo e honesto, bem como determino a imediata exclusão, por parte do representado, dos links indicados no relatório da presente sentença", diz o magistrado.
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Na terça-feira, 22, a defesa de Sarto entrou com recurso eleitoral com pedido de efeito suspensivo da decisão. "Todavia, da simples visualização do vídeo, verifica-se que não houve qualquer distorção, mas tão somente a extração de um trecho do depoimento do recorrido [André], sem descontextualizar com o seu posicionamento ideológico", argumenta.
Em outro ponto, a campanha do candidato do PDT pondera que o vídeo "não traz qualquer opinião" de Sarto, mas que "reproduz, tão somente, trechos de um vídeo" de Fernandes. "Não há manipulação do conteúdo, editoração de imagens, tampouco qualquer truncagem", acrescenta.
A defesa de André, por sua vez, apresentou à Justiça o direito de resposta e apontou descumprimento de Sarto por manter o conteúdo no ar. Já nesta quinta-feira, 26, os vídeos do pedetista publicados no Instagram e no TikTok estavam indisponíveis.
Conforme o pedido da equipe de André, o trecho compartilhado por Sarto é "descontextualizado" e "distorce os fatos", "induzindo o eleitor" a considerar que o candidato do PL "disse que mulheres não podem opinar sobre estupro por não possuírem órgão reprodutor masculino".
"No vídeo original, a fala de Fernandes é apresentada em um debate argumentativo, onde ele faz uma crítica ao argumento 'sem útero, sem opinião' ao questionar a lógica por trás desse raciocínio, referindo-se à opinião sobre estupro como um exemplo. Intencionalmente, o representado [Sarto] corta a fala do representante [André] exatamente antes da conclusão do raciocínio, em que André Fernandes se opõe exatamente a ideia constante no recorte utilizado pelo representado".