Em sabatina, Wagner critica André: "Nunca administrou nada na vida a não ser um canal no YouTube"
Candidato do União Brasil foi o sabatinado desta quinta-feira no OP News 1ª Edição. Acompanhe ponto a ponto os temas abordadosO candidato Capitão Wagner (União Brasil), que concorre a prefeito de Fortaleza, defendeu críticas que vem tecendo ao opositor André Fernandes (PL), afirmando que eleitores têm que conhecer o histórico dos candidatos. Ele disse que André mudou de comportamento "da noite para o dia" como estratégia de marketing e que o ex-aliado só administrou "o próprio canal no YouTube".
A crítica foi feita durante sabatina no programa O POVO News 1ª Edição, nesta quinta-feira, 26, um dia após pesquisa Datafolha contratada pelo O POVO apontar que André e Evandro dividem liderança na disputa pelo Paço Municipal.
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Wagner destacou diferenças que tem em relação à outra candidatura forte no campo da direita, comandada por Fernandes. "O eleitor tem todo o direito de conhecer o histórico dos candidatos. Enquanto o André tem como principal ocupação criar polêmicas e ganhar dinheiro com isso no seu canal no YouTube, no meu caso é diferente. Comecei a trabalhar com 14 anos, assinei minha carteira já com 18 anos de idade, tenho 31 anos que trabalho e meu trabalho é cuidar das pessoas", disse.
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O candidato afirmou que André tem se mostrado calmo e pacificador na campanha, mas que isso é apenas estratégia eleitoral. "O André, da noite para o dia, mudou de comportamento e mudou a forma de se portar. Fica muito claro que é uma estratégia de marketing. Diferente da gente, todo mundo me conhece, meu histórico, meu passado", pontuou.
Questionado sobre ter sido aliado de Fernandes até pouco tempo, Wagner citou ser necessário mais do que alinhamento político para governar Fortaleza. "O André não era candidato a prefeito da 4ª capital do país, não era candidato a comandar uma prefeitura que tem um orçamento de R$ 14 bilhões, então, como parlamentar, para representar aquele nicho que representa, eu não via grandes problemas. Mas para ser um gestor da cidade de Fortaleza, é necessário que você tenha experiência em gestão, você comandar um orçamento de R$ 14 bilhões sem nunca ter sido gestor de nada antes, é preocupante e é temerário", explicou.
Reta final da campanha
Restando pouco dias para o primeiro turno das eleições, Capitão Wagner afirmou que focará em mostrar as diferenças entre as candidaturas, para que o eleitor possa decidir a quem entregar a chave da cidade.
"Para quem entregar a chave do cofre? Para quem entregar a responsabilidade de cuidar da saúde, segurança e educação de 2,5 milhões de fortalezenses? Vai entregar para quem já teve a chance e não fez? Vai entregar para quem não tem autonomia sequer para responder um questionamento em uma entrevista ou debate? Ou mesmo a possibilidade de entregar a quem não tem experiência de gestão, quem nunca administrou nada na sua vida a não ser um canal no YouTube? Vamos mostrar que temos experiência e um programa de governo melhor do que todos os nossos adversários", acrescentou.
Queda nas pesquisas
Questionado quanto ao resultados das últimas pesquisas, que têm mostrado queda na preferência do eleitorado, o candidato disse não se abalar. "As pesquisas nunca me abalaram, nunca me colocaram em situação de euforia e nunca me desanimaram. Há muitas pesquisas, está tudo embolado, empate técnico. Agora nessa reta final, o eleitor vai se informar sobre os candidatos, conhecer as propostas. 40% ainda se mostram indecisos na pesquisa espontânea", afirmou.
Wagner disse que focará a reta final em mostrar que tem as melhores propostas, o melhor programa de governo. Ele se mostrou preocupado com a possibilidade de ter um segundo turno envolvendo o PL e o PT, de respectivamente André e Evandro. "É preocupante nós termos no segundo turno um cenário como esse, a única capital onde a polarização está se apresentando é aqui, por isso que eu acredito que isso vai mudar até 6 de outubro, as pessoas vão ver quem tem as melhores propostas para a cidade, quem tem autonomia para a gestão e vão fazer a melhor escolha", disse.
Segundo turno
Perguntado se, mesmo com ataques durante a campanha, receberia de bom grado um eventual apoio de André Fernandes no segundo turno, Wagner lembrou que, mais do que apoio dos candidatos, num segundo turno é necessário correr atrás do apoio do eleitor. "Lógico que qualquer apoio que venha com objetivo da mudança de verdade, a mudança segura, vai ser acolhida com muito respeito, muita tranquilidade, até porque em outros momentos estivemos caminhando juntos", ponderou.
Questionado sobre como se posicionaria caso o segundo turno ocorresse justamente entre André e Evandro, afirmou que há pesquisas que apontam que ele pode ir ao segundo turno contra André, mas disse ser complicado qualquer apoio eventual à candidatura petista.
"Eu não voto no PT, é muito complicado defender um projeto que comanda há 20 anos no Ceará, que aumentou a violência. Se vocês pegarem as campanhas na TV, o PT me ataca desde o primeiro dia de campanha. Fica muito claro, os analistas políticos já perceberam, que o PT quer enfrentar o André no segundo turno, porque é muito mais fácil desmontar o André do que me vencer no segundo turno", afirmou.
Confrontado com o apoio que deu à candidatura petista de Elmano de Freitas em 2012, Wagner disse que manteve a coerência de oposição, voltando a tecer críticas ao PT. "Em 2012, o grupo dominante era dos Ferreira Gomes e eu já era oposição. E o PT era a candidatura que à época se apresentava como contraponto a esse grupo dominante. Passada a eleição, infelizmente o PT se dobrou, se rendeu aos Ferreira Gomes e eu continuei na minha mesma posição de oposição, que eu estou até hoje. Eu não mudei de lado, estou na política na oposição desde 2010", explicou.
Apelo aos antigos eleitores
Capitão Wagner lembrou que, na eleição de 2022, quando concorreu a governador do Estado, venceu a disputa em Fortaleza. "Ganhei a eleição na Capital em 2022, então eu falo para quem votou em mim, lembrar que, de 2022 para cá, eu melhorei, tive experiência como secretário de saúde de Maracanaú, as coisas melhoraram por lá", disse.
O candidato destacou o trabalho de humanização no atendimento de saúde em Maracanaú, onde foi secretário de saúde por pouco mais de um ano. "Fortaleza tem 130 postos de saúde, e apenas um tem telemedicina, enquanto Maracanaú tem 28 postos e os 28 têm telemedicina, é um sinal muito claro de que o Sarto teve quatro anos para fazer e apenas um posto tem, eu tive um ano e 1 mês e conseguimos e fazer isso e queremos trazer para cá", ponderou.
Antissistema?
Wagner teceu críticas ao discurso de André Fernandes, que se diz antissistema. Ele relembrou que o pai de André, deputado estadual Pastor Alcides (PL), votou em Evandro Leitão na eleição na Assembleia Legislativa. Afirmou ainda que foi Evandro quem garantiu apoio jurídico a André quando o então deputado estadual respondia por nepotismo ao Ministério Público. "Me parece que essa tentativa de os dois chagarem juntos ao segundo turno é bem mais antiga do que se está noticiando", cutucou.
Relação com governistas
Caso eleito prefeito de Fortaleza, Wagner disse que não terá problemas em sentar com o governador Elmano ou com membros do Governo Federal, duas administrações petistas. Falou que já teve boas relações enquanto secretário em Maracanaú e lembrou que a boa relação com parlamentares fez com que arrecadação em 2022 de Maracanaú subisse de R$ 4 milhões para R$ 30 milhões em emendas.
Propostas diferentes para a segurança
Capitão Wagner defendeu armamento para a Guarda Municipal de Fortaleza, mas teceu críticas às propostas de André Fernandes para a segurança, ponderando serem bem diferentes das dele. "Teremos pela primeira vez um prefeito que irá assumir a responsabilidade em relação à segurança da população, mas sem colocar caveirão para invadir comunidades, aumentando a insegurança para a população inocente e colocando em risco a vida dos profissionais", disse.
O candidato afirmou que sua proposta visa a utilização de tecnologia no auxílio do combate à violência. "O que tem de diferente é que a gente usa a tecnologia, com ônibus com câmeras de videomonitoramento com reconhecimento facial. Vamos usar a inteligência, a tecnologia, e treinar, equipar e armar o profissional de segurança para se proteger e proteger a população. Nós propomos a pacificação das comunidades, enquanto que tem gente propondo criar guerra com o crime organizado, levando as pessoas a terem risco", pontuou.
'Neopetista' e legado de Luizianne
Lembrado pelos jornalistas que muito falou na campanha da ex-prefeita Luizianne Lins (PT) e de obras tocadas por ela, Wagner disse que Evandro Leitão até outro dia era crítico da hoje companheira de partido. "Evandro tem dificuldade para falar da Luizianne porque ele atropelou a Luizianne, isso é muito claro. Eu nunca tive uma relação que não fosse respeitosa com a Luizianne, mesmo disputando eleição contra ela em 2016, 2020. É difícil para o Evandro falar do legado da Luizianne porque até bem pouco tempo atrás ele criticava isso. Ele criticou quanto apoiou o Sarto em 2020, ele estava do lado do Cid quando ele disse 'O Lula tá preso, babaca', ele não era do PT até meses atrás", explicou.
Chamando Leitão de "neopetista", Wagner disse que está recebendo o apoio de muitos eleitores que dizem ser antigos votantes na petista. "Hoje vemos muitos ex-eleitores dela estarem querendo votar na gente porque não identificam nele a continuidade das políticas exitosas implantadas pela Luizianne", acrescentou, lembrando que a gestão de Lins teve erros, mas também teve acertos, dos quais citou o projeto Vila do Mar e a construção do Hospital da Mulher.
Saúde
Apesar de prometer criar a Cidade do Autista e o Hospital do Idoso, Wagner disse que a melhor forma de fazer funcionar a área da saúde é colocar para funcionar os equipamentos que já existem. "O Sarto errou quando quis ampliar muito a rede, e agora tá tendo que tirar equipamentos do Hospital N. S. da Conceição no Conjunto Ceará, onde nasceu meu filho, para levar esses equipamentos para inaugurar o Gonzaguinha da Messejana", denunciou.
Juventude
Wagner prometeu criar 50 cuquinhas ao longo da gestão, onde os jovens vão tem com o que se ocupar inclusive no final de semana. "Precisamos reprogramar a mente dos nossos jovens, levando esperança. Infelizmente hoje, o exemplo de sucesso na comunidade, hoje é chefe da facção. No nosso governo, a gente vai levar ex-atletas, pessoas que conseguiram avançar e serem grandes profissionais, para mostrar pros jovens que é possível ter um futuro diferente do que estão vendo nas suas comunidades", explicou.
Enxugar gastos e aumentar receita
Wagner citou formas de enxugar gastos que considera altos hoje na Prefeitura de Fortaleza. "Prefeitura paga para Enel por ano R$ 200 milhões, eu vou implementar painéis de energia solar em todos os prédios públicos, reduzindo R$ 100 milhões em 2 anos", adianta.
O candidato citou ainda a negociação de naming rights para equipamentos públicos como forma de arrecadar fundos. Nesse modelo, grandes equipamentos públicos são batizados com nome de marcas famosas e, em contrapartida, as gestões recebem recursos dessas empresas.