Após operação contra ameaças a eleitores, Justiça suspende comícios, por 2 dias, em Jijoca

Situação acontece após circular mensagens com teor de ameaça a eleitores de um candidato a prefeito

A Justiça suspendeu por dois dias todos os comícios e eventos eleitorais em Jijoca de Jericoacoara, distante 297 quilômentros de Fortaleza. A decisão foi tomada nesta terça-feira, 24, pela juíza Ana Celina Monte Studart Gurgel, da 30ª Zona Eleitoral do Ceará.

A determinação ocorre após manifestação do promotor eleitoral Irapuan da Silva Dionízio Júnior. Ele aponta que a coligação formada pelo PSD e pela federação PSDB-Cidadania alega estar sendo prejudicada com a disseminação de supostas mensagens no Whatsapp e nas redes sociais, que visariam "intimidar e coagir" a população a não comparecer aos eventos do candidato a prefeito Márcio Aldigueri (PSD), irmão do deputado e líder do Governo Elmano (PT), Romeu Aldigueri (PDT).

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"Indiscutível que as mensagens supostamente enviadas por grupos criminosos estejam deixando a população intimidada e desprotegida, bem como que isso pode resultar em um grave desequilíbrio no processo eleitoral, comprometendo a liberdade de escolha dos eleitores e a igualdade de condições entre os candidatos", argumenta o promotor.

A juíza, por sua vez, entendeu que as mensagens "possuem semelhança com as normalmente enviadas por grupos criminosos, que agem com intimidação, ameaça e violência". Além disso, ela aponta que os textos têm o intuito de "desequilibrar o pleito, já que se direcionam a determinado grupo político concorrente" ao cargo de prefeito no município.

 

Ao longo desta terça-feira, em entrevista coletiva, a Polícia Civil do Ceará informou que capturou um homem de 23 anos que compartilhou, nas redes sociais, mensagem com teor de ameaça a eleitores de um candidato em Jijoca de Jericoacoara. Conforme a corporação, a operação cumpriu 17 mandados de busca e apreensão relacionados à investigação. 

Este caso, no entanto, não é isolado. Candidatos a prefeito em Sobral, Caucaia e outros municípios têm relatado casos de ameaças. Na Capital, um candidato a vereador fez boletim de ocorrência após relatar ter sido impedido de fazer campanha em determinados bairros por pessoas que se identificaram como membros de facção criminosa.

Candidaturas se acusam

Na manifestação do promotor, ele cita a ação da coligação de Mário que acusa a chapa adversária, que tem como candidato a prefeito Leandro Cesár (PP), de não ter "repudiado as ameaças". No entanto, na tarde desta terça, Leandro, juntamente com o candidato a vice-prefeito, Roberto Canuto (PP), emitiu nota de repudio nas redes sociais "em relação a todo e qualquer ato de violência".

"Vale ressaltar que, a agressão, seja física, moral ou verbal, é sempre um ato reprovável, independentemente das razões que possam levar alguém a cometer tal atitude", incia o comunicado. "Por fim, reforçamos nosso compromisso com a democracia, cidadania e combate à violência, motivo pelo qual não mediremos esforços para que essa violência seja combatida", consta em trecho da nota.

Márcio, por sua vez, adiou para quinta-feira, 26, evento de campanha. "Tenham certeza que será ainda mais forte e com a presença de todos vocês", escreveu em publicação nas rede sociais, acrescentando que será o momento de mostrar "força e união".

Veja nota de Leandro na íntegra:

Veja manifestação de Márcio na íntegra:

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