Camilo cita "coerência" e retribuição a 2022 em apoio a adversários do PT no Interior

Ministro diz que contrariar o PT nesses casos é um ato de coerência em relação a lideranças que o apoiaram em 2022

22:16 | Set. 24, 2024

Por: Carlos Holanda
Ministro da Educação Camilo Santana falou sobre política no Ceará em entrevista ao O POVO (foto: Samuel Setubal)

O ministro da Educação, Camilo Santana, está contra o PT em pelo menos três municípios do Interior: Acopiara, Canindé e Palmácia. Ele disse ao O POVO nesta terça-feira, 24, que a "decisão pessoal" foi informada ao comando partidário com antecedência. 

Em Palmácia, Camilo apoia o ex-deputado estadual Leonardo Araújo, do PSB, contra o candidato Marcondes Barbosa, do PT, atual vice-prefeito. Somente neste município o PT tem espaço na chapa. Leonardo é apoiado pelo atual prefeito, David Martins (PSB).

Nas outras duas cidades, o PT compõe a coligação de partidos sem presença na cabeça da chapa ou na vice. Em Acopiara, Camilo está ao lado da candidata Fabia Almeida (MDB), apoiada pelo prefeito Antônio Almeida Neto (MDB). Já o PT está na coligação do candidato Dr. Vilmar (PSB), adversário de Fabia. 

Em Canindé, o ex-governador se alia a Kledeon Paulino (Republicanos), nome escolhido pela prefeita Rozário Ximenes (Republicanos). O PT está na aliança do adversário Professor Jardel (PSB). 

"Eu sempre procurei ser uma pessoa coerente. Lá em Palmácia, o atual prefeito nos apoiou, mas infelizmente teve um problema lá do ponto de vista do meu partido, mas eu fiz questão de reconhecer, de ser grato às pessoas que sempre estiveram do nosso lado, principalmente na eleição do Elmano para governador, (minha) para senador e (do Lula) para presidente", afirmou.

E seguiu: "Por isso, o meu posicionamento em relação a isso, mesmo contrariando (o PT). Mas foi conversado com o meu partido, eu disse que mesmo com a decisão do partido, eu falei que meu posicionamento pessoal seria esse".

Sobre Canindé, Camilo disse que a prefeita Rozário "sempre foi uma grande parceira". Ele disse que "lutou" para que o PT estivesse junto de Kledeon. Segundo o principal líder do PT no Ceará, o partido tomou conhecimento da sua decisão e, ainda assim, optou por cerrar fileiras com o Professor Jardel (PSB).

Questionado se os posicionamentos contrários ao PT gerariam rusgas com setores do partido, Camilo respondeu que sempre busca ser "franco" e "sincero". "Em alguns locais, neutralidade, não me posicionei nem para um lado nem para outro, porque os dois lados nos apoiaram. Então, sempre procuro ser justo nessas situações".