Com Fernando, Camilo critica Glêdson e diz que prefeito representa "projeto do Bolsonaro"
Fernando Santana (PT) disputa a prefeitura de Juazeiro do Norte pelo partido dos trabalhadoresO ministro da Educação, Camilo Santana (PT), fez um vídeo ao lado do candidato a prefeito de Juazeiro do Norte, Fernando Santana (PT), declarando seu apoio e pedindo votos nesta segunda-feira, 23. Na fala, Camilo cita seu grupo político e aponta o do principal adversário de Fernando nas eleições: o do atual prefeito Glêdson Bezerra (Podemos).
"De um lado, o projeto do Bolsonaro [...] aqueles que pregam a fake news, a mentira, o ódio. Esse que é representado pelo atual prefeito e candidato à reeleição”, afirmou o ex governador. E seguiu afirmando que seu aliado "representa o time do Lula, o time Elmano, o time Camilo".
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Em um cenário bastante acirrado na terra do Padre Cícero, ideologias políticas têm dividido os juazeirenses. Glêdson e Fernando Santana representam os lados das duas grandes forças políticas nacional e disputam a preferência dos eleitores. Camilo esteve em Juazeiro no sábado, 21 quando participou de carreata com Fernando e outros integrantes da campanha petista.
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Fernando foi coordenador da campanha eleitoral do então candidato a governador Camilo Santana, em 2014, na região do Cariri. Posteriormente, assumiu o cargo de secretário adjunto do Gabinete do Governador.
“O Fernando tem todas as condições para fazer um grande trabalho. Porque ele conta com o apoio do presidente, conta com o apoio do governador e conta com o meu apoio, que vocês conhecem e sabem do meu compromisso” declara Camilo.
O ministro está de férias das atividades da pasta e deve se dedicar em fortalecer as candidaturas petistas no Estado do Ceará, sendo Fortaleza e os municípios do Cariri prioridades.
Qual o contexto da disputa em Juazeiro do Norte?
Deputado estadual apoiado pelo ministro da Educação, Camilo Santana (PT), Fernando enfrenta um conglomerado de partidos de oposição ao grupo que dá sustentação ao governador do Estado, Elmano de Freitas (PT), eleito em 2022 ainda no primeiro turno.
Em seu arco de alianças, Glêdson conta com PDT, PSDB, Cidadania, PP, União Brasil e PL. Na convenção que o lançou como candidato à reeleição, o prefeito Glêdson conseguiu reunir, no mesmo palanque, o ex-presidenciavél Ciro Gomes (PDT) e o deputado estadual Carmelo Neto (PL), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Embora hoje concorram ao Executivo, Glêdson e Fernando se mantiveram próximos até o início deste ano, quando o prefeito ainda tentava postular a reeleição com a chancela do Palácio da Abolição. Como a aliança não foi possível, o chefe do Executivo municipal costurou um bloco arregimentando todas as legendas fora da composição encabeçada pelo representante do PT.
Fernando, por sua vez, consolidou-se como o desafiante com mais capital para tentar impedir a reeleição de Glêdson, que chegou ao poder em 2020 ainda na esteira da força do bolsonarismo no Ceará.
Naquele ano, a oposição à direita elegeu, além de Glêdson, o prefeito de Caucaia, Vitor Valim, então no Pros, mesmo partido de Capitão Wagner à época. Passados quatro anos, Valim se deslocou para o governismo, embarcando no PSB, e Wagner migrou para o União Brasil, pelo qual concorre em Fortaleza em 2024.
Outros nomes de opositores ao governo eleitos em cidades importantes, tais como São Gonçalo do Amarante, também acabaram por aderir à base de Elmano e Camilo.
Sem segundo turno
Município tradicionalmente avesso a reconduzir gestores, Juazeiro esteve perto de alcançar número de eleitores suficiente para assegurar possibilidade de segundo turno, mas não atingiu o patamar requerido.
O primeiro turno na maior cidade da região do Cariri, no entanto, já assume desde já ares de uma disputa mano a mano, com dois polos muito bem definidos: de um lado, as forças do governismo estadual, lideradas por Camilo e Cid Gomes (PSB). Do outro, a oposição, que tem superado divergências ideológicas para se aglutinar em torno dos pleiteantes com mais chances nos principais municípios.
É o caso, por exemplo, de Ciro e Carmelo, este um bolsonarista-raiz e deputado estadual mais votado em 2022. Em Juazeiro, ambos foram recepcionados na convenção de Glêdson como os grandes fiadores de sua candidatura, que tenta agora derrotar a influência do “camilismo” na região que é berço do ex-governador e hoje chefe do MEC.