Juazeiro: Santana nega cobrança de taxa do lixo e acusa Glêdson de governar com "truculência"

O candidato a prefeito de Juazeiro do Norte destacou aliança com o presidente Lula, o ministro Camilo e o governador Elmano, além de afirmar que não implantará novas taxas no município

19:53 | Set. 16, 2024

Por: Guilherme Gonsalves
O candidato à Prefeitura de Juazeiro do Norte, Fernando Santana (PT) (foto: Denilson Soarez/O POVO CBN Cariri)

O candidato à Prefeitura de Juazeiro do Norte, distante 527,57 km de Fortaleza, Fernando Santana (PT) foi o último postulante do Crajubar a ser sabatinado pela rádio O POVO CBN Cariri. A entrevista foi feita nesta segunda-feira, 16. O candidato destacou como trunfo a sua aliança com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chegando a dizer que foi recebido na casa do chefe do Executivo e entregou o plano de governo.

Além de Lula, ele cita o apoio do ministro da Educação, Camilo Santana (PT) e do governador Elmano de Freitas (PT).

Na sabatina, Fernando também teceu críticas a atual gestão do prefeito Glêdson Bezerra (Podemos), afirmando que não irá criar novas taxas no município. Ele apresentou propostas como políticas públicas para receber romeiros, acabar com os lixões e uma guarda "capacitada e armada".

O que mudou desde que concorreu a prefeito de Barbalha?

O primeiro tópico abordado foi o fato de Fernando Santana ter sido candidato a prefeito de Barbalha em 2016, mas sem conseguir se eleger. O petista destacou ser nascido em Juazeiro do Norte e, na época, atendeu uma solicitação, mas esperou o momento certo para concorrer na terra do Padre Cícero.

"Se você pegar os dados, o deputado que mais trabalhou na história nos últimos tempos por Juazeiro foi o deputado Fernando Santana. Articulei recurso, trabalhei ao lado do governador Camilo Santana pra trazer teleférico, Arena Romeirão, estive ao lado dele em todas essas obras, aquela estrada que liga o aeroporto a Missão Velha, Casa da Mulher Cearense, recurso da Alameda, recurso do Hospital Maria Amélia. Oara reformar a Praça Padre Cícero, fui eu que consegui o recurso, então sempre trabalhei muito por Juazeiro", declarou.

Fernando também disse ser devoto do "Padim", em menção a Padre Cícero, e que a cidade cresce pela fé e pela crença do povo, embora precisa da atuação do poder público. De acordo com ele, a atual prefeitura não acompanha o ritmo de Juazeiro do Norte.

"Por ver tudo isso, toda essa dificuldade, o isolamento de Juazeiro, um prefeito que isola Juazeiro, um prefeito que é contra o Lula, fala mal do Camilo, fala mal do governador Elmano, ataca todo mundo, isola a cidade. Eu tomei a decisão de ser um candidato para ser opção nova para que o povo entenda que eu não sou melhor do que ninguém, nem quero ser, o que eu tenho é time, é grupo, para fazer muito mais por Juazeiro com apoio da Maricele, minha vice, do Lula, Camilo e Elmano", afirmou.

Comares e coleta seletiva de lixo

Questionado se irá ingressar no Consórcio Municipal para Aterro dos Resíduos Sólidos (Comares), onde 21 municípios do Cariri fazem parte, Santana disse que o primeiro passo será fazer parte da parceria tal qual Barbalha, Crato e Caririaçu para acabar com o lixo. O candidato também negou qualquer possibilidade de implantar a taxa do lixo.

"Fazer a parceria com o aterro sanitário de cara, logo no primeiro ano para acabar com o lixão que Juazeiro ainda tem a céu aberto", declarou.

Cobrança da Zona Azul

Sobre a quebra de contrato feito pela prefeitura com a empresa que cobrava a Zona Azul, Fernando disse que não planeja deixar nada como está na gestão, mas pretender fazer um estudo discutido com a população e comércio para achar uma solução.

"Eu não planejo deixar nada como está como essa atual gestão, que não fez nada. Só cancelar contrato (...) Ouvir os comerciantes do centro de Juazeiro, ouvir a população, nós precisamos discutir com Juazeiro todo e encontrar uma decisão que seja boa. Primeiro, que organize a cidade, e segundo, que a população tenha acesso a esse planejamento", afirmou.

Evasão fiscal e formalização dos comerciantes

Para evitar a evasão fiscal e melhorar o processo de formalização dos comerciantes locais, Fernando apontou como saída um trabalho focado para acolher os romeiros que vão a Juazeiro do Norte, e é um componente importante para a economia do município.

"Primeiro, nós temos que fazer um trabalho para acolher o romeiro, porque ele só vem para Juazeiro pela fé, não vem por outro motivo. Ele não tem um banheiro para a população idosa, mães com criança de colo, ele não tem durante a romaria uma ambulância, se passar mal ninguém sabe pra onde ele vai, nem quem vai socorrer. Ele não tem uma patrulha para garantir segurança", declarou.

"Sabe por que ele (comerciante) tá informal? Porque ele não encontrou incentivos para ele se formalizar. O que nós temos que fazer é conversar com os comerciantes, a prefeitura estar próximo do comerciante. Nós temos que dar a ele condição de se formalizar", explicou.

Apoio de Lula

O candidato Fernando Santana se disse "muito feliz" com as conversas com o Lula. De acordo com o deputado, ele foi recebido na casa do próprio presidente, juntamente de Camilo, e chamou o líder petista de um "grande parceiro".

"Conversamos muito, inclusive ele recebeu o nosso plano de governo, eu fiquei maravilhado, puder conversar um pouco com ele sobre as romarias, que abrange o Nordeste como um todo, e ele se colocou a extrema disposição para nos ajudar em tudo em nossa gestão. Tive no gabinete dele por três vezes, tive na casa dele com o Camilo e é um grande parceiro", comentou.

Ele ainda acusa que Glêdson o ataca porque "não tem o que falar e nem mostrar o que fez na gestão", também nem de mostrar os apoios. “Como político, ele é uma decepção. E dessa decepção, eu me afastei porque tudo que nós conseguimos para Juazeiro ele nunca teve a coragem de agradecer”, disse.

E afirmou ainda: "Ele falar mal de todo mundo. Esculhambar com todo mundo, acha que é dono do mundo. Na romaria, eles queriam impedir as pessoas entrarem no portao da igreja" e "É uma forma de governar de arrogancia e truculencia

Porte de arma para guardas municipais

O candidato do PT defendeu o porte de arma para todos os guardas municipais, mas "casado" integralmente com um trabalho de saúde mental com os profissionais.

"Eu só acredito que fará efeito o uso da arma se nós trabalharmos juntos a saúde mental do guarda municipal. Aí nós vamos defender um trabalho sério, firme e continuado de saúde mental para os nossos guardas de capacitação e assim ampliar o uso para que todos possam usar arma e não só alguns", afirmou.