Sarto diz que não assinou CPI para evitar uso político, e não por medo: "Diferença abissal"
Sarto afirmou que, embora não tenha assinado a CPI, não o fez por medo, mas para não dar combustível para a atuação dos opositores do à época governador Camilo Santana (2015-2022)Candidato à reeleição pelo PDT, o prefeito José Sarto afirmou nesta quarta-feira, 4, que o candidato Evandro Leitão (PT) não tem credenciais para gerir Fortaleza em razão do medo que, segundo o pedetista, ficou demonstrado pelo hoje opositor em relação às facções criminosas durante sessão na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), em 2018. Sarto foi o terceiro entrevistado na Sabatina O POVO, transmitida pela Rádio O POVO CBN. A ordem dos candidatos foi definida em sorteio.
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Os dois foram deputados estaduais juntos. Evandro liderava o governo de Camilo Santana (PT) no Legislativo estadual, com Sarto na vice-liderança do governo. A discussão se dava em torno da instalação ou não de uma CPI que teria objetivo de investigar as facções criminosas, inclusive com enfoque em eventuais relações dos grupos criminosos com o poder constituído. Evandro não quis que a investigação fosse levada a cabo sob alegação de que tinha família. O PDT pressiona a Casa, atualmente presidida por Leitão, pela divulgação do vídeo do então líder do governo na tribuna.
"Se essa Casa quiser aprovar a CPI do narcotráfico, eu sou a favor, mas não vou colocar minha assinatura porque eu sou pai de família, minha família precisa de mim", disse Evandro à tribuna, conforme matéria do O POVO publicada na edição impressa de 16 de fevereiro de 2018.
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Sarto também não assinou a CPI e foi questionado sobre isso na Sabatina O POVO. "Eu nunca disse que tinha medo de facção, eu não tenho medo de facção. O Leitão tem. À época, a nossa razão (pela qual não assinou) é exatamente a que ele está dizendo hoje: a motivação política da CPI. Tem uma diferença abissal, enorme, entre não assinar por compreender que é uma narrativa da oposição que quer, evidentemente, desgastar governos, e outra é dizer que tem medo de investigar facção. É uma diferença quilométrica", disse aos entrevistadores Jocélio Leal e Érico Firmo, ambos colunistas do O POVO.
Indagado mais uma vez, agora sobre se o resultado prático não seria o mesmo, a ausência da assinatura, ele respondeu que não. "Porque, como líder de uma bancada, como líder de um governo, ele é uma opinião qualificada. Dizer que tem medo de investigar facção, dizer que tem uma questão pessoal, ai é um outro patamar, porque o candidato hoje quer ser prefeito de Fortaleza mostrando que tem medo. Medo porque o governo do Ceará entregou presídios para as facções", criticou Sarto.
E questionou: "Veja só, como é que um candidato desse quer ser prefeito de Fortaleza, se tem medo de sentar na cadeira de prefeito, que não comporta esse tipo de atitude?". O gestor ainda acrescentou que a campanha de Evandro suprimiu outro vídeo das redes sociais, este em que Evandro entrega uma camisa de candidato a vereador nas mãos de uma potencial eleitora. Para Sarto, a atitude configurou "crime eleitoral".