Juazeiro: candidato a prefeito usa redes para defender Palestina e tem plano de governo com 6 páginas

Lino manifesta apoio à questão palestina contra as ações bélicas conduzidas pelo primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Gaza. Na foto de perfil, tem uma bandeira da Rússia, assim como postagens em defesa de Cuba

Candidato pelo Partido da Causa Operária (PCO) à Prefeitura de Juazeiro do Norte, Lino Alves registrou candidatura na Justiça Eleitoral com um programa de governo conciso: seis páginas. Ele concorreu ao Executivo da principal cidade do Interior em 1988 pelo Partido dos Trabalhadores (PT), totalizando 550 votos, sendo o quarto de quatro postulantes.

Os adversários dele na disputa de 2024 são o atual prefeito, Glêdson Bezerra, do Podemos, o deputado estadual Fernando Santana, do PT, e Sued Carvalho, da Unidade Popular (UP). Os planos de governos dos concorrentes têm, respectivamente, 55, 37 e 52 páginas. O acirramento na corrida se dá entre Glêdson e Fernando.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

O programa de governo de Lino expressa discordâncias em relação ao quadro político e econômico brasileiro. Ele não realiza abordagem centrada em aspectos de Juazeiro e de sua administração. Trata da realidade das cidades de modo geral. "As cidades brasileiras, destruídas por décadas de política neoliberal, necessitam de enormes mudanças para que garantam qualidade de vida para os trabalhadores. No entanto, apenas trocar a gestão da Prefeitura não é o suficiente para que essas mudanças sejam realizadas", defende o candidato no programa.

"Primeiro porque a instância municipal é insuficiente para resolver essas questões, que são praticamente as mesmas em todo o País. Segundo, porque a prefeitura, em si, não tem o poder de levar em frente tais mudanças diante da burguesia, que detém o poder real desde a esfera nacional, até mesmo o das próprias cidades", complementa Lino, em texto de forte teor ideológico.

Alves destaca que a administração pública não deve ser entregue a burocratas, mas, sim, exercida pelos próprios trabalhadores em cada área de atuação. Embora não faça promessas, afirma que o salário considerado ideal para os servidores municipais seria de R$ 7 mil, atribuindo o número a cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). "É um valor indicativo do que deveria ser o piso, podendo ser ainda maior caso seja necessário", defende.

O que é o PCO?

O Partido da Causa Operária, o PCO, é uma legenda de extrema-esquerda fundada em 1995 por membros da tendência Causa Operária (CO), abrigada no PT. Embrião do PCO, eles representavam a extrema-esquerda do PT. Foram expulsos do partido em 1992.

A Causa Operária surgiu em 1979, após ruptura com a Organização Socialista Internacionalista e criação da Tendência Trotskista do Brasil (TTB). A CO se contrapunha frontalmente ao sistema de produção capitalista. Assim, por dentro do PT, ela não vislumbrava somente um governo reformista, mas o acontecimento de uma revolução socialista brasileira.

A maioria dos petistas, contudo, defendia a moderação da legenda. A Convergência Socialista, tendência expulsa do PT no mesmo contexto, deu origem ao Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU). Os quadros da CO foram impedidos de integrar esta nova agremiação, razão pela qual se mobilizaram pela fundação do PCO, liderado por Rui Costa Pimenta a nível nacional.

A contrariedade da ala majoritária e moderada do petismo — liderada por Lula e José Dirceu — com a autonomia de tendências que funcionavam como próprios partidos dentro do PT teve suas implicações no Ceará. Foi o que ensejou a saída de Maria Luiza Fontenele do partido, levando seus aliados do Partido da Revolução Operária (PRO), cuja existência não era oficial, mas política.

Uma organização trotskista, isto é, uma organização inspirada no ideário do revolucionário russo Leon Trotsky, defende a tese da revolução permanente. A premissa central da tese é de que ela deve se dar em nível mundial, razão pela qual os discursos dos candidatos filiados têm normalmente um tom internacionalizado.

"Para o PCO os interesses do proletariado brasileiro coincidem com os do proletariado mundial tomado em seu conjunto. Nos solidarizamos e apoiamos as lutas dos explorados e de suas organizações independentes da burguesia em todo o mundo", diz um trecho da apresentação do PCO, disponível no site da instituição. 

Nas redes sociais, Lino manifesta apoio à questão palestina contra as ações bélicas conduzidas pelo primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Gaza. Na foto de perfil, tem uma bandeira da Rússia, assim como postagens de Cuba. 

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

lino alves lino

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar