Indicação de candidato a vice em Maracanaú gera polêmica na Assembleia

Candidatos no Município, deputados denunciaram que vice do prefeito Roberto Pessoa é condenado por agressão a mulher

06:00 | Ago. 28, 2024

Por: Marcelo Bloc
Gerson Cecchini é candidato a vice na chapa encabeçada pelo prefeito Roberto Pessoa, em Maracanaú. (foto: Reproduçaõ/DivulgaCand)

As eleições municipais são o assunto do momento na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). O pleito em Maracanaú ganhou destaque durante a sessão desta terça-feira, 27,  na Casa. Dois deputados estaduais concorrem à Prefeitura do município da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Opositores da atual gestão maracanauense, Lucinildo Frota (PDT) e, mais incisivamente, Dra. Silvana (PL) fizeram duras críticas à escolha de Gerson Cecchini (União Brasil) para concorrer como vice na chapa encabeçada pelo atual prefeito Roberto Pessoa (União Brasil). Isto pelo fato de que Cecchini foi condenado por agressão a uma mulher.

Segundo a deputada, a condenação veio por denúncia de uma mulher, que estaria grávida na época. "A condenação saiu há três dias e aqui eu dou visibilidade a esta condenação, por ser uma mulher, por entender que uma mulher merece respeito. E por acreditar na força da mulher, eu não acredito que Maracanaú deva aceitar um vice desse porte", afirmou Silvana.

Eu queria ver ele dizer o que disse comigo, com essa crente aqui, para ver se ele ficava de pé. Ele não ficava. Porque um bandido, que diz o que ele disse, publicamente, contra uma mulher grávida (...) Pois eu reafirmo, Gerson Cecchini, venha dizer o que você disse a essa mulher para essa crente aqui, que não era indenização que eu iria pedir de você, seu traste, porque quem agride uma mulher não presta para nada e não deve concorrer a cargo nenhum", completou a parlamentar, afirmando que apresentará um projeto de lei na Casa para que pessoas acusadas de agressão não possam ser candidatas.

Acordo judicial

Ex-opositor e hoje aliado de Roberto Pessoa em Maracanaú, o deputado Júlio César Filho (PT) fez questão de ponderar que, na ocasião, houve exaltação dos ânimos e agressões verbais de ambas as partes. "Foi feito um acordo na Justiça com a parte envolvida. E um acordo só pode ser feito se ambas as partes concordaram. Então, se a parte envolvida concordou em receber uma indenização no valor de R$ 7 mil, é porque ela perdoou. Só para justificar que não foi agressão física, houve troca de insultos", argumentou.

O POVO apurou que a ação, registrada sob o número 0052988-95.2020.8.06.0117 na 2ª Vara Cível da Comarca de Maracanaú, teve como base a agressão verbal e “tentativa de agressão física” cometida por Cecchini, contra uma recepcionista de hotel, em 2020. O processo já se encontra em trânsito e julgado, tendo ocorrido conciliação entre as partes.

Procurada pela redação, a campanha de Roberto Pessoa manifestou-se através da nota. 

"Esclarecemos que o caso relatado de má fé pela deputada Dra Silvana e pelo deputado Lucinildo Frota para causar factoide na campanha eleitoral já foi extinto pela Justiça, após cumprimento da sentença e em concordância com a autora do processo, estando este assunto judicialmente encerrado. Reiteramos que em nenhum momento do episódio houve agressão física e sim discussão verbal entre as partes. Lamentamos ainda que os candidatos não estejam focados em apresentar ações em prol de Maracanaú e do povo maracanauense, que é o objetivo da campanha eleitoral e do processo democrático", diz a nota.

Deputada afirma que colega vem sendo humilhado

Após a fala de Julinho, Silvana voltou ao púlpito para lamentar o que chamou de humilhação pública pela qual o colega vem sendo exposto. Ela lembrou que Julinho sempre foi opositor ferrenho de Pessoa, mas foi preterido de mais uma vez concorrer em Maracanaú contra o prefeito, e agora tem que ficar defendendo agressor de mulher na chapa do antigo adversário político.

Silvana finalizou afirmando não ter havido acordo entre as partes, mas uma determinação judicial de que fosse paga um valor indenizatório.