Crato: Perdeu o debate? Confira pontos do confronto entre os candidatos

Três candidatos disputam no Crato: o atual vice André Barreto, o suplente de deputado Dr. Aloísio e o sobrinho do atual prefeito, o vereador Lucas Brasil

O POVO realizou nesta quarta-feira, 21, debate no município do Crato, na Região do Cariri e a 538 quilômetros de Fortaleza. Três candidatos participaram do confronto: o atual vice-prefeito André Barreto (PT), indicado pelo prefeito do Crato, José Ailton Brasil, Dr. Aloísio (União Brasil), apoiado pelo PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, e Lucas Brasil (PSDB), sobrinho do atual prefeito do Crato.

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André Barreto tem apoio de Camilo Santana, ministro da Educação, de Elmano de Freitas, governador do estado e de José Guimarães, líder do governo Lula na Câmara dos Deputados. PSB, PSD, MDB, PP, DC, PMB, PRTB, PRD, PDT, Mobiliza, Podemos, Republicanos e as Federações PT/PCdoB e PV e Psol/Rede também apoiam o candidato.

No caso de Aloísio, a convenção que lançou sua candidatura, houve a presença do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), do prefeito de Maracanaú Roberto Pessoa (União) e de Carmelo Neto (PL), deputado estadual e presidente do PL Ceará.

Já o tucano, ainda em 2022, ele optou por romper politicamente com José Ailton Brasil - seu tio e atual prefeito do município - por não ter lugar para ele na administração municipal. Um ano depois, Lucas anunciou sua candidatura a prefeito.

O debate foi realizado no auditório do Edifício Pátio Cariri, mesmo prédio onde está o estúdio da rádio, e teve o jornalista Luciano Cesário como mediador.

Tom do debate: O confronto foi marcado pelo aprofundamento de temas que permeiam o Município. Educação, saúde, infraestrutura, esporte e emprego foram áreas abordadas pelos candidatos. O atual vice-prefeito defendeu a gestão e mostrou resultados alcançados nos últimos anos da administração, enquanto seus adversários questionam pontos que poderiam ser melhorados. De forma geral, o debate acontece de forma respeitosa, sem ataques pessoais entre os postulantes.

Primeiro bloco e pergunta livre: a paternidade da Grendene

A primeira etapa do debate começou a partir de uma pergunta da produção. O tema foi geração de renda. Dr. Aloísio criticou a gestão e afirmou que os moradores têm uma carga excessiva de impostos. “A administração que está atualmente no município nos oito está fazendo um carga muito pesada para o sofrimento da senhora que está no alto da penha, da senhora que está no seminário e está pagando taxas abusivas de água, esgoto e inclusive o esgoto mais caro”, disse.

O petista usou seu tempo para celebrar ações da gestão e citou a instalação da Grendene, a chegada do Colégio Farias Brito e a articulação para a chegada de instalações da Autopeças Padre Cícero. “Só não criamos mais empregos por nosso adversários entraram com ações impedindo a doação de terrenos para a instalação de novos empreendimentos em nosso Município”, afirmou.

Lucas Brasil disse ver “muitas dificuldades na geração de emprego”. Ele criticou que, em sua visão, o município fica apenas “esperando o Governo do Estado, o Governo Federal para trazer outras empresas”. “Nós representantes do povo temos que correr atrás de dar incentivo para os pequenos investimentos que temos no município investir realmente nas empresas”, disse.

Ele citou seu partido que “ sempre procurou liberdade” e ajudou o povo a sair do coronelismo, além de exaltar a figura do ex-senador Tasso Jereissati, um dos pilares do PSDB, por ter articulado a vinda da Grendene.

No primeiro bloco de perguntas, Lucas Brasil perguntou ao vice sobre a criação de empregos e a articulação da gestão para a vinda de grandes empresas para o município. Barreto respondeu e chamou o adversário de “bom menino”. “Ainda vai adquirir uma boa experiência na vida pública e não tem acompanhado a gestão nesses últimos sete anos”, ironizou.

E citou a fábrica da Grendene, segundo ele, “fruto do trabalho árduo da nossa gestão junto ao Governo do Estado e que nós conquistamos para o bem da nossa população”. “Mas além de procurar atrair novos empreendedores, nós queremos apoiar e incentivar os nossos pequenos e médios empreendedores que já estão no município”, ressaltou.

Lucas questionou sobre o destino dos terrenos que a gestão concedeu para empresas e que não teriam sido usadas e agora acumumulam lixo. “O senhor passou sete anos no gabinete onde, realmente, não propôs essa propositura para a população. Onde foram doados vários terrenos, mas quero ver onde as empresas se instalaram nesses terrenos, o que está acontecendo com os terrenos que não foram construídos”, disse.

Bloco pergunta livre: esporte

Em outro bloco de pergunta livre, o petista e o adversário do União Brasil voltaram a ter embates. Perguntado sobre propostas para a área, Aloísio citou as condições do estádio do Município, o Estádio Leôncio de Souza Miranda, popularmente conhecido como "Mirandão".

“O primeiro exemplo da má gestão de vocês nesses últimos oito anos está a olhos vistos que é Estádio Mirandão que roubaram toda a fiação e recentemente tinha uma grande quantidade de formiga no gramado impedindo qualquer tipo de atividade”, alfinetou.

O vice-prefeito justificou o equipamento não ter sido revitalizado ainda. O projeto do estádio está pronto, mas o recurso vai ser usado para obras no canal do Rio Grangeiro. “Só não aconteceu por uma questão de responsabilidade com a vida das pessoas, nós tivemos que optar entre a obra do Mirandão e a do canal que está em fase final de licitação”, ressaltou.

Ele prometeu que o Mirandão será reformado a partir do próximo ano e que vão construir mais areninhas e mini areninhas. O adversário criticou. “É o modus operandi de vocês tentar trazer obras mostrar pra população obras faltando os 45 minutos do segundo tempo de oito anos de gestão. Vocês não tem o que dizer que em oito anos de gestão vocês vão fazer agora”, disse.

Taxa do Lixo

Um dos blocos de perguntas englobou tema em voga na região do Cariri, a gestão de resíduos sólidos. Lucas Brasil questionou o vice-prefeito sobre propostas para o lixão do Município e problemáticas acessórias, como animais e queimadas. Barreto afirmou que a gestão já faz ações nessa área e que não deposita lixo no lixão municipal. Ele ressaltou que o prefeito assinou contrato provisório para que os resíduos sólidos sejam depositados a um aterro sanitário em Juazeiro.

Ele assumiu o compromisso de que nenhum morador do Crato vai pagar a Taxa do Lixo a partir de 2025 e cita uma lei “imposta” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Nós já sabemos como fazer para evitar que os domicílios residenciais não pagem taxa de lixo no próximo ano”, afirmou.

Lucas Brasil rebateu afirmando que a taxa terá que ser cobrada, cláusula do contrato com o Consórcio Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (Comares). “Porque se o cidadão não pagar quem vai pagar é o Município. E o Município vai conseguir pagar essa dívida, essa quantia?”, perguntou.

O vice-prefeito voltou a repetir que a Prefeitura, sob sua gestão, arcaria com as despesas e, assim, a população não teria que pagar a taxa. Dr. Aloísio entrou no tema e direcionou críticas ao prefeito porque “trouxe o projeto de cobrança da taxa de lixo, que foi aprovada em 2021 pelos vereadores”.

“Você vê agora o candidato da situação, candidato do prefeito Zé Ailton dizer que vai tirar. Inclusive, o presidente desse consórcio disse que já vai cobrar em dezembro. Nós vamos sair desse consórcio, o Crato não pode pagar o lixo por outras cidades”, afirmou.

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