Quem é André Fernandes? Conheça o candidato do PL à Prefeitura de Fortaleza

Fernandes foi o deputado mais votado do Ceará em dois pleitos. Soma alguns desacordos com ex-aliados, como Capitão Wagner e companheiros de partido como Acilon Gonçalves e Carmelo Neto

André Fernandes, deputado federal pelo Ceará, é filiado ao PL e candidato à Prefeitura de Fortaleza nas eleições municipais de 2024. Ele tem como vice em sua chapa Alcyvania Pinheiro, ex-secretária Executiva de Juventude e Esporte de Caucaia.

O deputado começou a carreira fazendo vídeos para a internet. Ingressou no meio político em 2019, como deputado estadual no Ceará, com bênçãos do recém-eleito presidente Jair Bolsonaro (PL).

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No parlamento, ocupa posições de liderança na oposição do Governo Lula e na bancada do partido dele, o PL. Na política cearense, Fernandes soma alguns desacordos com ex-aliados, como Capitão Wagner (União) e até companheiros de partido, como Acilon Gonçalves e Carmelo Neto.

André Fernandes: de youtuber a deputado mais votado do Ceará

André Fernandes nasceu em 1997, em Iguatu, distante 388,82 km de Fortaleza. É filho de Marilene de Moura Fernandes e do pastor Alcides Fernandes da Silva, hoje deputado estadual no Ceará.

Fernandes foi aprovado no vestibular para o curso de Economia na Universidade Regional do Cariri (URCA) e no concurso de Praças da Polícia Militar, mas preferiu estudar ciências políticas, segundo biografia no portal da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará.

É bacharel em Ciência Política e em Relações Internacionais, e possui pós-graduação em Gestão Pública e em Direito Constitucional. É ainda tecnólogo em marketing.

Começou a carreira fazendo vídeos para a internet, primeiro com tom humorístico e depois com viés conservador de defesa de “ideais cristãos”. Em 2018, protagonizou uma discussão com a jornalista Patrícia Lélis, a quem chamou de “doida”. Lélis rebateu, chamando o então estudante de Direito de “palhaço”.

No mesmo ano, Fernandes anunciou que concorreria a deputado estadual, em um convite que partiu do PSL (hoje fundido ao União Brasil), do então presidente da sigla no Ceará, Heitor Freire, além do próprio Jair Bolsonaro, que se candidatou à Presidência da República pela mesma legenda. Tanto Fernandes quanto Bolsonaro foram eleitos. André foi o deputado mais bem votado do Ceará naquele pleito. 

André Fernandes e Capitão Wagner: de ex-aliados a opositores em Fortaleza

Em 2022, ele concorreu a deputado federal e foi eleito o mais votado no Ceará. Assim como Bolsonaro, ele concorria pelo PL. No parlamento, ingressou como titular nas Comissão de Fiscalização Financeira e Controle e na Comissão de Educação. Ocupou a vice-liderança da oposição na Câmara e a vice-liderança do PL.

Na época, ele apoiava ao governo do Ceará o hoje opositor Capitão Wagner (União Brasil). Também o apoiou em 2020 e em 2018, respectivamente nas candidaturas a prefeito e a deputado federal.

Nas eleições deste ano, tanto o próprio Fernandes quanto aliados cobram uma “lealdade” de Wagner, em retribuição aos apoios passados. No debate da última quinta-feira, 8, o deputado federal citou indiretamente o ex-aliado, dizendo: "Tem um candidato aqui que eu apoiei por três vezes. Ele deveria, nesse momento, estar me apoiando. Retribuir. Mas, além de não fazer isso, ainda hoje, me tem como adversário.”

O apoio de Wagner a André e vice-versa, no entanto, segue em discussão, segundo Capitão Wagner. Ele afirmou que seguirá dialogando com as duas outras candidaturas mais à direita (a de Fernandes e do senador Eduardo Girão-Novo) até o dia final do pleito.

Segundo apurado pelo O POVO, o União Brasil e o PL discutiram a possibilidade de uma aliança ainda no primeiro turno, mas não selaram acordo. As cúpulas nacionais dos partidos chegaram a se reunir para retirada da candidatura do deputado federal André Fernandes e o PL, então, apoiaria Capitão Wagner (União), indicando a vice na chapa. Acordo teria caído após conversa de Bolsonaro com Fernandes.

André Fernandes soma desacordos com Acilon Gonçalves e Carmelo Neto

Dentro do PL, Fernandes soma alguns desacordos com líderes da sigla no Ceará. Dentre eles, o presidente estadual da sigla, Carmelo Neto e o ex-presidente do PL-CE, Acilon Fernandes.

Acilon presidia o PL antes da filiação de Bolsonaro. Em 2020, conseguiu eleger 13 prefeitos, no Ceará, pelo partido. Em 2023, ele renunciou à direção, alegando “divergências de entendimento com outros membros da sigla”, que não seriam nem da “Executiva Nacional, tão pouco à Executiva do Partido Liberal no estado do Ceará”.

Apesar de não citar nomes, o movimento ocorreu em meio a discussões com André Fernandes, um dos maiores defensores, na época, de uma candidatura encabeçada pelo PL para as próximas eleições de Fortaleza, no caso, as deste ano.

Outras alas do partido defendiam uma composição com outras forças, a exemplo do União Brasil de Capitão Wagner.

Ao mesmo tempo, dentro do partido, Fernandes ainda discordava com o deputado estadual Carmelo Neto. Ambos se colocaram à disposição para concorrer à Prefeitura de Fortaleza pelo PL. A disputa durou meses e foi comentada até pelo ex-governador Cid Gomes (hoje PSB), que defendeu que “a escolha mais inteligente do PL seria lançar Carmelo em 2024”.

Os dois - Carmelo e Fernandes - disputavam ainda a atenção do ex-presidente Bolsonaro, nas ocasiões de visitas ao Ceará.

Com a renúncia de Acilon, Carmelo assumiu o PL Ceará, em uma costura que envolveu um acordo para que o deputado abrisse mão da disputa, deixando livre o caminho para o deputado federal André Fernandes, ser o candidato na eleição de 2024.

Fernandes foi lançado pré-candidato em abril deste ano, em um ato com presença do ex-presidente Bolsonaro. Teve a candidatura oficializada em 2 de agosto, em uma convenção fechada. Hoje, recebe abertamente o apoio de Carmelo Neto. O ex-presidente do PL, Acilon Gonçalves, afirma que só se manifestará em um segundo turno.

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