Aracati: Federação PT-PCdoB-PV desfaz coligação com oposição a Bismarck Maia e libera partidos

O que ocorre em Aracati é uma disputa entre aliados do governo Elmano de Freitas. Ao desfazer a decisão, a federação alegou "descumprimento de diretrizes"

A Federação Nacional Brasil da Esperança (Fé Brasil), composta pelos partidos PT, PCdoB e PV desfez a coligação com o opositor do prefeito Bismarck Maia (Podemos), o candidato Caetano Neto (Republicanos). Os partidos foram liberados para apoiarem informalmente o candidato que quiserem.

O PT estadual havia intervido e desfeito a parceria feita pelo PT municipal, junto da comissão provisória da dederação em Aracati, afirmando que a sigla não apoiaria ninguém na disputa da cidade distante 147,13 km de Fortaleza. A orientação foi ignorada pelo PT de Aracati que firmou, em convenção no último dia 27, uma coligação com o Republicanos.

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Decisão foi recorrida e seguiu para a instância nacional da federação. Em nota, assinada por Luciana Santos, presidente nacional da federação, foi alegado que a convenção eleitoral realizada pela comissão provisória “descumpriu diretrizes e decisões legitimamente estabelecidas no processo decisório da Federação”.

Ou seja, a princípio o PT municipal firmou aliança com Caetano Neto (Republicanos), que representa oposição ao prefeito Bismarck Maia (Podemos), cuja candidata à sucessão é a vereadora Roberta Cardoso (Podemos). Bismarck e o Podemos integram a base do Governo Elmano de Freitas (PT) a nível estadual.

Um dia antes da convenção petista no município, o PT Ceará encaminhou ao PT de Aracati que a coligação não deveria ser feita. O partido afirmou, na ocasião, que não apoiaria nenhum candidato a prefeito, liberando os filiados para fazerem campanha por qualquer dos nomes na disputa.

A sigla municipal não levou em consideração a decisão da estadual e, na convenção, manteve, junto da Federação, a aliança e chegou a encaminhar as atas para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A coligação com o Republicanos ainda consta no sistema.

Segundo o presidente da Federação no Ceará, Luís Carlos Paes, é neste ponto que a federação nacional entra, determinando, conforme quis o PT Estadual, que os partidos não iriam se coligar oficialmente, mas estavam liberados.

“Grande maioria vai apoiar os opositores [de Bismarck]. Foi o que decidimos na convenção, mas oficialmente, não há coligação. Possivelmente, a informação será atualizada nos próximos dias no TSE”, diz o presidente.

Além de reverter a decisão, a federação nacional mudou a composição da comissão em Aracati. A presidência fica com um filiado ao PCdoB, Antônio Alysson de Aguiar Paula, a primeira vice-presidência com um filiado ao PV, Walter Lima Frota Cavalcante e segunda vice-presidência com o PT, com Ivanilde Pereira da Silva.


Apoio a Caetano Neto era criticado pelo prefeito Bismarck Maia e comemorado por Zé Airton

O que ocorre em Aracati é uma disputa entre aliados do Governo Elmano de Freitas: Bismarck Maia, prefeito de Aracati, e José Airton Cirilo (PT), deputado federal natural da cidade e articulador da política local.

O PT de Aracati, a princípio teria chapa própria, mas decidiu retirar a pré-candidatura da vice-prefeita Denise Menezes e apoiar o ex-vereador Caetano Neto (Republicanos). O diretório petista no Município fez duras declarações ao prefeito Bismarck, citando “modelo patrimonialista de uma oligarquia familiar”, e defendeu fazer parte de uma frente ampla. O prefeito devolveu as críticas.

Bismarck rebateu às críticas, dizendo que a movimentação do PT “fecha de vez” o quadro político da oposição. Ele disse que a sigla tinha sido beneficiada direta ou indiretamente pelo deputado Eduardo Bismarck (PDT), cassado neste mês pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Forte opositor de Bismarck, o deputado José Airton se pronunciou sobre a decisão e reforçou a escolha do PT municipal. Ele chegou a afirmar ao O POVO que, no âmbito estadual, a tendência de apoio se repetiria, o que acabou não ocorrendo.

Em resposta, Bismarck citou Airton como “membro tradicional do PT”, que “conhece o partido e quem quer apoiar”, relembrando a parceria com os petistas nas duas ocasiões em que governou Aracati, o que teria ocorrido sem o apoio do deputado.

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