Vice de Girão: "Se há algo que tenho vaidade é de ter sido a companheira do coronel"

Silvana Bezerra é viúva do coronel Adauto Bezerra e nunca havia disputado cargos eletivos. Questionada sobre o que foi determinante para aceitar o convite para a vice, a candidata ressaltou a confiança no senador Girão

12:32 | Ago. 06, 2024

Por: Vítor Magalhães
Silvana Bezerra é viúva do ex-governador e coronel Adauto Bezerra e foi indicada como candidata a vice-prefeita na chapa do senador Eduardo Girão; Ambos do partido Novo. (foto: Vitor Magalhaes / O POVO)

A empresária Silvana Bezerra (Novo), candidata a vice-prefeita de Fortaleza em chapa encabeçada pelo senador Eduardo Girão (Novo), participou de entrevista na Rádio O POVO CBN, nesta terça-feira, 6, e falou sobre a decisão de entrar na corrida eleitoral, mesmo sem experiências anteriores, a relação com o ex-marido, o ex-governador e coronel Adauto Bezerra (1926-2021), e também o que espera de uma gestão possível gestão do Novo na capital.

Silvana, viúva de Adauto, ressaltou a relação com o marido em diversos momentos da entrevista. Ao ser indagada sobre em que medida traria o legado do coronel para a política e em que medida representaria uma novidade como gestora, a candidata reforçou laços com o ex-companheiro, embora tenha reconhecido que é necessário acompanhar as mudanças temporais.

Se há algo que tenho vaidade na vida é de ter sido a companheira do coronel. Praticamente 30 anos (de casados), dei minha vida ao coronel. E sair de casa, como eu saia com ele, e eu nunca fui a um lugar que não tivesse uma pessoa que o agradecesse e às vezes ele nem sabia pelo quê. A generosidade dele, capacidade de trabalho, a seriedade”, lembrou.

E seguiu: “As coisas mudam e você não pode permanecer no tempo. A vida tem ciclos, mas o ser humano quer sempre a mesma coisa: paz, tranquilidade, família, ter um bom emprego, saúde. As mudanças existem, mas as pessoas querem a mesma coisa; embora a forma de gerenciar mude e você tenha que acompanhar o tempo”.

Questionada sobre o que foi determinante para aceitar o convite, a candidata tratou como uma decisão difícil, mas ressaltou a confiança em Girão como um dos fatores que pesaram na definição.

“Tenho uma vida reservada e nunca tinha pleiteado a possibilidade de entrar na política, embora eu tenha sido companheira de uma vida inteira do coronel (Adauto), mas o senador Girão me procurou, fez o convite (...) E vindo do Girão, uma voz do setor da sociedade que é conservador, eu me senti lisonjeada, porque uma mulher que não sai de casa, que não tem um Instagram, que vive praticamente dentro de uma bolha; ser lembrada, eu tinha que levar aquilo como uma missão”, disse.

Cidade

Silvana ressaltou a experiência prévia trabalhando no Instituto Médico Legal (IML) como uma forma de conhecer as dores da população e a Cidade. “Eu sou profissional de saúde. Trabalhei 16 anos dentro do IML e tenho a experiência do que é a dor do povo, e às vezes uma coisa que me chamava atenção é que quando morria um homem de bem, eu via os Direitos Humanos dando cobertura a quem tinha tirado aquela vida. E aquela família se sentia completamente desprotegida (...) Você passa a enxergar a dor; Eu posso não ter uma vivência real de todos os bairros, mas tenho uma visão do que as pessoas estão passando”, declarou.

A candidata ressaltou que entrar na política é uma forma de servir. “Quando você entra na política tem uma oportunidade grande de servir, se doar. Enxergar a dor do outro, o que se pode, dentro da honestidade e capacidade, fazer (...) O cidadão está cansado, quem está satisfeito com a cidade em que vivemos? O senador está junto de pessoas qualificadas, não fez acordos. Temos liberdade para gerenciar uma prefeitura com meritocracia; botar pessoas competentes nos cargos e dar resultado para a população”, pontuou.

Mulheres na política

Sobre a entrada de mulheres na política, em especial com indicações de vice em diversas chapas na Capital, Silvana defendeu a participação feminina nos espaços de poder. “O fato das mulheres se engajarem é um fator positivo, porque a sensibilidade da mulher é importante. Para Fortaleza, a opção é muito favorável. Não por ser mulher ou não, é porque merecemos estar. Não colocar porque é mulher, mas porque ela tem condição de estar porque fez por merecer por conhecimento, envolvimento”, destacou.

Sobre sua candidatura, disse ter senso de responsabilidade. “Vou mostrar o que queremos, o que desejamos para a cidade (...) Estou preparada para isso; acredito que na vida são desafios e você passar isso para o outro. A sensação que tenho é como se as pessoas olhassem para mim e eu pudesse ser a voz dos que não tem. Como se fosse a capacidade de dar uma esperança a quem não tem mais esperança na política. Essa questão que estou recebendo passa a me dar uma responsabilidade muito maior”, concluiu.