Psol lança Técio sob impacto da morte de pré-candidato e com protesto da vice: 'Só tem homem'

Candidato a prefeito defende tese de 'poder para o povo". Cindy Carvalho, vice, questiona fato de só haver homens candidatos em Fortaleza. Ela tentou concorrer a prefeita pela federação, mas ficou na vice

11:50 | Ago. 04, 2024

Por: Júlia Duarte e Érico Firmo
Técio Nunes, candidato do Psol a prefeito de Fortaleza (foto: Divulgação/Psol)

A federação Psol-Rede realiza convenção na manhã deste domingo, 4, em Fortaleza, para oficializar a chapa formada por Técio Nunes (Psol) candidato a governador e Cindy Carvalho (Rede) na vice. O evento ocorre sob impacto da notícia, dada por Cindy, da morte do pré-candidato a vereador Wellington Mesquita.

Muito emocionada ao discursar, Cindy mencionou ter sido questionada sobre a ausência de mulheres nas fotos no painel do palco da convenção, onde há imagens de personagens como Karl Marx e Che Guevara. Cindy se lançou pré-candidata a prefeita, mas, como o Psol tem maioria na federação, Técio foi escolhido e ela ficou como vice.

"Não esperem que eu seja coadjuvante de nada", afirmou Cindy. Ela disse que questionou à direção nacional pelo fato de todas as candidaturas a prefeito em Fortaleza serem homens.

"Eu entendo e respeito totalmente a federação. Eu questiono a federação também. Porque eu disse: 'Vamos eleger uma mulher. Porque só tem homem", afirmou a candidata a vice.

 

"Porque homem por homem a gente já está vendo vários", acrescentou. "Porque, no final das contas, se a gente não se unir, eles não estão nem aí pra gente", disse se dirigindo às mulheres. Em seguida, ela se retirou para dar encaminhamentos sobre o falecimento de Wellington.

Técio fez um discurso de união e apontou que a homolagação da candidatura "encerra" muito debate interno e a defesa agora é de "poder para o povo". "Eu fui um pré-candidato que rodou mais de 20 comunidades aqui de Fortaleza, escutando as pessoas, colhendo ideias para transformar a nossa cidade a partir da perspectiva daqueles que mais precisam dessas mudanças o nosso povo da periferia de fortaleza", ressaltou.

E seguiu: "Nós queremos no final das contas construir o poder popular o poder do nosso povo e é por isso, que se a gente ganhar a Prefeitura de Fortaleza, nós vamos implementar um processo de participação democrática". 

Presidente do partido no Ceará, Alexandre Uchoa, ressaltou que o partido também foca na eleição de vereadores, projetando a permanência de Adriana Gerônimo e Gabriel Aguiar e a ampliação com outras cadeiras. Ele cita um cenário conservador e que, assim, o partido faz "resistência". 

"Nós estamos dispostos a resistir a todos esses ataques. O Psol é ferramenta de resistência, de organização, a Rede é ferramenta de resistência e de organização, a União Popular é ferramenta de organização. Essa coligação tem a tarefa de enfrentar os facistas nessa eleição", afirmou.

"Se a gente não cuida, vai ter uma bancada extremamente conservadora. As forças de resistência vão ter que lutar muito, ocupar todas as esquinas, ocupar todos os territórios, onde a gente puder. O pior disso é que, se a gente não vence nas urnas, a gente vai ter um parlamento que vai votar tudo que é de ruim", apontou ainda.

Atualizada às 18h35min