Luizianne lança Campo de Esquerda e cita incômodos com processos de decisões do PT em municípios

A deputada federal afirmou que se chateou com "questões que aconteceram durante o processo" que definiu Evandro Leitão como candidato petista

A deputada federal Luizianne Lins (PT) apresentou neste fim de semana o manifesto de lançamento do Campo de Esquerda, movimento de correntes militantes e grupos socialistas, progressistas e de esquerda. Ela afirmou que a decisão veio a partir de debates políticos após situações dentro do partido, "principalmente nos últimos seis meses".

No sábado, 27, Luizianne citou "incômodo" de militantes histórico do PT com os processos e decisões eleitorais tomadas pela sigla em municípios do Ceará.

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"Esse manifesto vem a partir de um processo muito intenso de um debate político que aconteceu principalmente nos últimos seis meses aqui na história do Ceará e na história de Fortaleza, um processo onde em alguns locais houve de uma forma muito incômoda por alguns militantes históricos do nosso partido, que infelizmente não concordaram com algumas dinâmicas que foram tomadas pelo PT em algumas cidades", disse à imprensa.

A parlamentar afirmou que o Campo de Esquerda deverá aglutinar setores dentro e fora do PT, pois segundo ela, muitas pessoas saíram do partido por divergências e desavenças com o processo eleitoral recente. "Um partido de esquerda ele tem acima de tudo de primar pela democracia interna, debate de iguais, troca de sensibilidades", afirmou.

Questionada se guarda mágoa após o PT ter definido Evandro Leitão para concorrer à Prefeitura de Fortaleza, Luizianne disse não ter o sentimento, mas afirmou ter se chateado com o processo que em suas palavras, não foi justo.

"Acho que mágoa não é o sentimento certo (...) Eu não tenho nenhuma mágoa (...) Eu penso que o PT possa em nenhum momento se colocar como um partido como a gente tá vendo aí. (...) Eu acho que hoje os partidos vem sendo cada vez mais como uma circunstância e ocasião do que um projeto político ideológico que a gente acredita", afirmou.

"E realmente não tem como a gente não se chatear com questões que aconteceram durante esse processo. Eu tenho dito, a gente inclusive se juntou muito a partir disso, não foi um processo justo, não foi um processo comumente que se vê na tradição do PT", completou.

Em seguida, Luizianne declarou que o Campo de Esquerda, movimento que lidera, é uma resposta dos quadros petistas que querem continuar lutando e acreditando que o partido deve ser um instrumento da classe trabalhadora.

"Então eu acho que Fortaleza tá se perguntando porque não foi a Luizianne a candidata a prefeita pelo PT. Mas vamo pra frente porque tem muita luta pela frente", disse.

Campo de Esquerda

No lançamento do manifesto com a participação de lideranças como Deodato Ramalho, a vereadora Professora Adriana, a vice-presidente do PT em Fortaleza, Liliane Araújo e o pré-candidato à Prefeitura de Caucaia, Waldemir Catanho, o Campo de Esquerda apresentou suas defesas:

  1. Solidariedade Global e Lutas Internacionas
  2. Defesa Intransigente dos Direitos Sociais e dos Trabalhadores
  3. Diversidade e Pluralidade de Ideias
  4. Compromisso com a Transformação Estrutural
  5. As Raízes, Bases Fundantes e Compromisso com a Esquerda

Entenda o surgimento do Campo de Esquerda

A deputada federal e ex-prefeita representava uma das cinco pré-candidaturas do PT que concorreram internamente para definir o nome da sigla na disputa pela Prefeitura da Capital. Em março, o diretório municipal havia decidido que o pré-candidato seria definido pelo método de encontro de delegados do PT.

No dia 7 de abril, o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) Evandro Leitão (PT), conquistou a maioria dos votos dos delegados, somando 141 votos. Duas semanas depois, no dia do encontro municipal, Luizianne Lins (PT) retirou sua pré-candidatura. Ao todo, 58 petistas ligados à ex-prefeita se abstiveram da votação. Com a derrota, após a definição do pré-candidato Evandro Leitão, a ex-prefeita passou a organizar o Campo de Esquerda dentro do PT.

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