PSD se alia a Roberto Pessoa em Maracanaú e rifa Bruno da Madeireira, que reage: "Não apoiarei"

Ex-postulante do PSD, Bruno da Madeireira criticou a decisão do partido e o prefeito Roberto Pessoa

Mesmo tendo um pré-candidato filiado à sigla, o PSD de Maracanaú optou por apoiar a campanha de reeleição do prefeito Roberto Pessoa (União Brasil). Em reação, o postulante do PSD, Bruno da Madeireira criticou a decisão do partido e acusou o prefeito de usar “da força política para eliminar opositores.”

"Roberto Pessoa usa da sua força política para eliminar mais um de seus opositores. A decisão do PSD de Maracanaú, ao concentrar seu apoio em outra candidatura, levanta questionamentos sobre os princípios de representação democrática e pluralidade dentro do partido", disse Bruno da Madeireira.

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O ex-pré-candidato afirmou que há boatos sobre sua desistência, o que seria falso. Segundo Bruno, ele irá se isentar neste pleito e "não apoiará" Pessoa.

“Estão dizendo que eu desisti, deixando entender que eu apoio o Roberto Pessoa. Em nenhum momento eu apoio o Roberto Pessoa e nem apoiarei. Tenho grande respeito pelo Roberto, a pessoa em si. Mas relacionado à política e à gestão, eu nunca serei situação”, disse, em conversa ao O POVO.

A decisão de apoio ao prefeito partiu do diretório municipal do PSD de Maracanaú, presidido pelo vereador Júlio César, com apoio do deputado federal Luiz Gastão (PSD), o mais votado do município. Segundo informado tanto por Bruno quanto por Júlio César e seu filho, deputado estadual Julinho (PT), o apoio foi endossado por todos os pré-candidatos a vereador no município, pelo PSD.

Bruno classificou a ação como “manobra”, apesar de afirmar respeitar a decisão. “Conseguiram fazer uma manobra junto do líder Luiz Gastão, junto do Roberto Pessoa e do Júlio César, e pegaram os pré-candidatos a vereador do município e assinaram contra a minha legenda. O Estadual não pode passar por cima dessa decisão”, disse.

Já Júlio César e Julinho elencaram o apoio dos pré-candidatos como sinal de fragilidade da campanha de Bruno. “Dos 22 pré-candidatos a vereador em Maracanaú, do PSD, nenhum apoiava a pré-candidatura dele. Era muito frágil essa pré-candidatura”, disse o deputado estadual.

Júlio César alegou que, desde o momento da filiação, Bruno já tinha conhecimento de que “Julinho era prioridade”, se referindo à pré-candidatura do filho, que chegou a ser postulante, mas teve o nome retirado por decisão do PT.

Com a retirada de Julinho, foram realizadas reuniões que resultaram no apoio ao atual prefeito. Intercalaram-se nos encontros nomes como o de Gastão, Domingos, Júlio César, Julinho, Bruno da Madeireira e Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD.

Bruno disse que tentou “contornar” a situação nos debates. Júlio César elencou-as como “cruciais” para a percepção de que a candidatura de Bruno “estava inviabilizada.”

Júlio César defende apoio a Roberto Pessoa; Bruno diz que Podemos também se isentará

Sobre a aliança com Roberto, o presidente do PSD Maracanaú, Júlio César, afirmou: “O PSD faz alianças com o União Brasil no Brasil todo. No Ceará, talvez em 50 municípios, não entendo por que ele estranhou. O Julinho não podia ser candidato a prefeito, quando ele entrou já sabia que a prioridade era ele”

Bruno elencou o apoio a Pessoa como “prejudicial” à população da cidade, informando uma isenção não apenas dele, mas do Podemos, partido no qual mantém uma base de apoio.

“Tenho uma chapa montada lá. Agora de manhã já liguei para o presidente do partido municipal que é ligado a mim e informei a ele que a gente vai ficar neutro, a gente vai ficar independente”, disse.

E completou: "Vou pedir para a população de Maracanaú, que aqueles que acreditam no meu projeto: votarem branco, votarem nulo, o que quer que seja, mas não vamos apoiar nenhuma das correntes que estão concorrendo aqui no Maracanaú.

Julinho e Bruno tinham acordo; Bruno alega quebra, Julinho rebate

Julinho e Bruno da Madeireira, a princípio, teriam um acordo de apoio mútuo, segundo informado pelos dois. Julinho era pré-candidato à Prefeitura pelo PT. Na reta final da campanha, seria realizada uma pesquisa. O nome que estivesse na frente encabeçaria a chapa, enquanto o outro seria ou indicaria a vice.

No entanto, o deputado estadual teve a postulação barrada pelo PT Municipal, em um processo cheio de recursos, que acabou por retirá-lo da disputa. Com isso, além de não ser candidato, Julinho anunciou apoio a Roberto Pessoa, a quem chegou a fazer oposição em 2020.

Bruno disse que esperava um apoio de Julinho. “O Julinho foi barrado. Então o que deveria ser cumprido no acordo? O Julinho e o Júlio viriam apoiar nossa candidatura. Os dois conversaram com o Roberto Pessoa e resolveram apoiá-lo”, disse Bruno.

Julinho rebateu, dizendo que o acordo valia apenas em um cenário no qual os dois eram postulantes. Além disso, ele afirmou que não pode contrariar a decisão do PT, apoiando outra pessoa que não a indicada pelo partido.

“Se eu apoiasse outro candidato a prefeito, eu estaria cometendo uma irregularidade eleitoral, que era infidelidade partidária. Talvez pela inexperiência e juventude do Bruno da Madeireira na política, ele não entenda essa vida partidária, essas regras dentro da Justiça Eleitoral”, disse Julinho.

Como fica cenário em Maracanaú?

O prefeito Roberto Pessoa (União Brasil) tenta reeleição, mais uma vez, em Maracanaú. Seria o quarto mandato dele. Na oposição, havia justamente a pré-candidatura de Bruno da Madeireira (PSD), que foi retirada.

Além dele, há as pré-candidaturas dos deputados estaduais Dra. Silvana (PL) e Lucinildo Frota (PDT). Segundo declarações de Silvana, em março, existem discussões para uma aliança política com Lucinildo. Conforme o andamento na disputa, eles decidiriam quem seria o candidato a prefeito, enquanto o outro disputaria no posto de vice.

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