Camilo minimiza liderança de Wagner em pesquisas: "Já vimos vários cenários destes no passado"

Ex-governador do Ceará ainda disse estar "focado na educação", mas voltou a defender alinhamento entre as instâncias de Governo

13:06 | Jul. 02, 2024

Por: Ludmyla Barros
Ministro Camilo Santana defende que haja unificação em Juazeiro do Norte (foto: AURÉLIO ALVES)

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), disse considerar a liderança de Capitão Wagner (União Brasil) nas pesquisas eleitorais para a Prefeitura de Fortaleza “um retrato do momento”, citando cenários semelhantes em eleições anteriores. O ex-governador do Ceará ainda disse estar “focado na educação”, mas voltou a defender alinhamento entre as instâncias de Governo.

Wagner lidera a disputa em todos os levantamentos até o momento. Em pesquisa Datafolha, contratada pelo O POVO, por exemplo, concentrou 33% das intenções de voto.

Questionado sobre essa liderança, em específico, Camilo elencou-a como momentânea, sem citar o nome do pré-candidato do União Brasil. “Pesquisa é um retrato do momento, a gente já viu vários cenários destes no passado”, disse o ministro, em evento de entrega de 78 creches, em Fortaleza.

Wagner já chegou a liderar pesquisas em outras eleições nas quais concorreu e acabou não saindo vencedor, como o pleito para o governo estadual em 2022. Na ocasião, perdeu para o atual gestor estadual Elmano de Freitas (PT), apoiado por Camilo.

Agora, o pré-candidato da Prefeitura apoiado pelo ministro da Educação é Evandro Leitão (PT), que apareceu em quarto lugar na mesma pesquisa O POVO, com 9% das intenções de voto. A margem de erro é de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Sobre Wagner, Evandro emitiu comentário semelhante ao de Camilo, também sem citar o opositor. “E quem aparece mais à frente neste momento (Capitão Wagner), claro que se deve ao recall, ao fato de já ter sido candidato a prefeito outras vezes. Aliás, sempre começa na frente e termina atrás", disse ao O POVO.

Camilo reforça argumento de alinhamento nas eleições deste ano

Segundo o ministro da Educação, ainda haverá um “momento certo para entrar na eleição”. No entanto, ele reforçou o discurso levantado desde a disputa do Governo Estadual em 2022: de alinhamento entre Governo Federal, Estadual e, agora, com as Prefeituras. “Quem ganha” com o cenário, segundo o ministro, é “o povo do Ceará”.

“A minha energia tem sido dedicada à educação, ajudar o presidente Lula, o Brasil e o Ceará. Vai ter o momento certo para entrar na eleição. Mas sempre tenho definido a importância, quando fomos para a eleição do Elmano, dizendo a importância do alinhamento do Governo Federal”, disse Camilo.

O ministro seguiu, citando o tratamento durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no qual ele era governador do Ceará. “Eu sofri isso. Nunca fui recebido por um ministro ou pelo presidente da República lá em Brasília. Olha só o prejuízo pro estado. Veja a diferença que é hoje, quantas vezes o presidente da República veio, quantos ministros vieram aqui com o Elmano”, afirmou.

“Quando existe esse alinhamento, quem ganha com isso não é o governador Elmano, não é o presidente Lula, não é ministro Camilo, quem ganha com isso é o povo do Ceará, de Fortaleza e dos municípios”, completou o ministro.

Os aliados da base do Governo seguem a mesma defesa do alinhamento que Camilo. Na oposição, ocorre o contrário. Dentre os pré-candidatos, o prefeito José Sarto (PDT) já chegou a afirmar que a perspectiva de um “triplex” (Camilo, Elmano e Evandro) não seria razoável em Fortaleza.

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