Wagner minimiza padrinhos e cita 2022: "Estavam melhor avaliados e ganhei em Fortaleza"

Pesquisa elencando o nível de influência de lideranças políticas nas eleições deste ano foi divulgada pelo O POVO nesta segunda-feira, 1º

O pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, Capitão Wagner (União Brasil) afirmou que “não está preocupado” com a influência de padrinhos políticos nas eleições para prefeito da capital cearense. Pesquisa elencando o nível de influência de lideranças políticas nas eleições deste ano foi divulgada pelo O POVO, nesta segunda-feira, 1º.

Questionado sobre os resultados, Wagner - 1º colocado segundo a mesma sondagem, com 33% das intenções de voto - citou o pleito de 2022 para o Governo do Ceará, no qual ele foi derrotado ainda em primeiro turno pelo então candidato Elmano de Freitas (PT), apoiado pelo hoje ministro Camilo Santana (PT) e pelo presidente Lula (PT). 

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Segundo Wagner, o cenário era diferente, com os “padrinhos” melhor avaliados e a influência do eleitorado interiorano, com um "perfil diferente do de Fortaleza". Mesmo assim, relembra, ganhou na capital.

“[Nas eleições deste ano], não me preocupa. Com todos esses padrinhos na época, que estavam muito mais fortes e melhor avaliados, eu ganhei em Fortaleza. Fortaleza tem um perfil de votar muito mais pelo candidato do que pelo padrinho. Eu não me preocupo”, disse, respondendo sobre a influência de Camilo, em específico. 

O pré-candidato afirmou, no entanto, “estar trabalhando” para conquistar aliados, diferentes dos “padrinhos políticos". "Estou buscando alianças, e é preciso frisar que existe diferenças entre padrinho e aliado. Padrinho apresenta alguém que não tem projeto, que é desconhecido. Se você verificar na pesquisa, acho que 97% me conhece, patamar acima do prefeito Sarto”, disse.

Comentário se refere também à pesquisa Datafolha, encomendada pelo O POVO. Nela, Wagner, que é ex-deputado e presidente do União Brasil Ceará, assume o topo da lista dos nomes mais conhecidos, com um total de 97%. Em seguida, está o prefeito Sarto, que tentará a reeleição e obteve 96% nesse cenário.

"Não tem como dizer que o Sarto vai ser apadrinhado", diz Wagner

Wagner ainda disse que, assim como ele, Sarto não pode ser considerado “apadrinhado”, já que é conhecido pela população, que o julgará pelo mandato na Prefeitura.

“Por mais que ele apresente alguns aliados, a população já tem a condição de votar ou não votar nele pelos quatro anos de gestão. Não tem como dizer que o Sarto vai ser apadrinhado, a população já conhece ele e eu também já sou conhecido”, afirmou.

Quanto à rejeição, especialmente do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do governador Elmano de Freitas (PT) e do ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT), Wagner elencou a possibilidade de uma “repercussão negativa”, mas que, assim como a positiva, não deverá impactar no mesmo grau do que nas eleições estaduais de 2022.

“O eleitor em Fortaleza é mais crítico, essa influência é menor tanto positivamente quanto negativa. Não podemos achar que por conta da rejeição de determinado padrinho, o candidato não vai ter potencial de crescimento porque tem gente que vota pelo candidato. Vai pesar positivamente e negativamente, mas num grau menor do que em 2022”, disse Wagner.

Wagner e o discurso antipadrinho

O discurso “antipadrinhos políticos” é utilizado por Wagner desde as eleições de 2022, quando, apesar de ser o candidato apoiado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), ele se colocava como o “candidato do povo”, ao mesmo tempo que criticava a candidatura de Elmano.

Após a vitória do petista, já na campanha para a Prefeitura, Wagner seguiu com o discurso, em meio à polarização entre PT e PDT, rompidos em 2022.

Além disso, desta vez há uma mudança quanto ao apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, “padrinho” de um outro postulante: o deputado federal André Fernandes (PL).

"Temos o candidato do Bolsonaro, o candidato do Camilo, o candidato do Ciro, e eu não quero padrinho político, eu quero ser o candidato do povo, esse é o título e o apadrinhamento que eu quero", disse o pré-candidato, ainda em dezembro de 2023.

Em última declaração, após o resultado da pesquisa Datafolha, encomendada pelo O POVO, o comentário manteve-se na mesma linha. "Acredito que Fortaleza não aceita mais esse modelo de escolha de um apadrinhado, porque o padrinho vai embora depois da eleição. Tenho deixado isso claro desde a eleição de 2022. Então, pé no chão, muita responsabilidade sem comemorar, sem euforia, até porque a gente está a três meses da eleição", disse na última semana.

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