‘Não é a esquerda que precisa atualizar o debate sobre segurança pública, são os que governam’, diz Técio

Comentário rebate fala do governador. Pré-candidato também rechaçou posturas do prefeito e de concorrentes alinhados à direita acerca do tema

Pré-candidato do Psol à Prefeitura de Fortaleza, o produtor cultural Técio Nunes defende a postura da esquerda na área de segurança pública. De acordo com o postulante, "não é a esquerda que tem que atualizar o seu debate sobre segurança pública, são esses que governam".

O comentário foi dado ao O POVO no sábado, 22, durante o primeiro seminário de discussões para formar o plano de governo do psolista. No mesmo dia, o Estado amanheceu com a notícia de que dez homicídios foram registrados em Fortaleza e na Região Metropolitana durante a madrugada.

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Mesmo sem citar nomes, Técio criticou uma declaração do governador Elmano de Freitas (PT). Em entrevista ao jornal O Globo no último dia 9, o petista afirmou: “A esquerda tem que se atualizar, porque por muito tempo enfatizamos que a injustiça social, a desigualdade e a pobreza são causas importantes da violência nos centros urbanos, e ainda acredito nisso. Só que não é a única causa", enfatizou.

Técio também criticou postura do prefeito da Capital e pré-candidato à reeleição, José Sarto (PDT), bem como os postulantes Capitão Wagner (União Brasil) e André Fernandes (PL).

"Tenho visto esse debate sendo tratado de forma muito hipócrita. Seja o prefeito dizendo que segurança não tem nada a ver com a prefeitura. A prefeitura tem o papel de ocupar e disputar esses territórios com política pública eficiente. Ao mesmo tempo, não dá para somar nessa crítica que aposta no terror, no pânico, da extrema direita", seguiu, mencionando dois pré-candidatos que comentaram sobre os homicídios nas redes sociais.

O tema da segurança pública, inclusive, foi tratado no encontro. São previstos cinco seminários, conforme explicou o psolista, com "eixos temáticos específicos". Eles colaborarão com a elaboração do programa de campanha de Técio.

"Segurança pública estará tá no centro do nosso programa, porque, no fim das contas, isso tem tudo a ver com essa lógica e em como a desigualdade social se debruça nas nossas periferias de forma tão violenta", avaliou.

Além dessas discussões, o trabalho será voltado na escuta da população. Visitas aos bairros Bom Jardim, Granja Lisboa e Messejana já estão agendadas.

"A gente vai para os territórios para ouvir a população sobre o que ela está sentindo e também o que ela propõe de mudança, porque, às vezes, as pessoas têm mudanças para apresentar. Então, a gente vai fazer esse processo em paralelo, né? Uma hora rola aqui na sede, outra hora vai ter nos bairros", explicou Técio, que também preside o Psol Fortaleza.

Conforme o dirigente partidário, a federação Psol-Rede pretende dobrar o número de vereadores na Câmara Municipal de Fortaleza (Psol), hoje possuindo os mandatos de Gabriel Aguiar e Adriana Gerônimo, ambos psolistas.

"Hoje a federação só pode inscrever 44 candidatos. Nós já estamos com essa chapa quase completa. A nossa expectativa é de passar o número e que a federação tenha que depois trabalhar como acomodar esses candidatos dentro das vagas".

Segundo Técio, o objetivo é "ter um bom resultado não só na chapa majoritária, mas também atingir essa meta" da vereança. Além dos postulantes à reeleição, entre os nomes disponíveis estão os de Ailton Lopes e de Anna Karina para concorrer a cadeiras no Legislativo municipal.

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