Alcides chama Elmano de 'pau mandado' e líder responde: 'Fortaleza não cairá na mão de palhaço'
Sessão da Assembleia Legislativa do Ceará teve bate boca entre o deputado da oposição e membros da base. Alvo do líder do governo Elmano era o filho de Alcides, o deputado André Fernandes, pré-candidato a prefeito de Fortaleza
19:25 | Mai. 29, 2024
A sessão plenária desta quarta-feira, 29, foi marcada por embate acalorado entre o deputado estadual Alcides Fernandes (PL) e o líder do Governo Elmano, Romeu Aldigueri (PDT) e o líder do PT na Casa, De Assis Diniz (PT).
O clima esquentou quando Alcides criticou os indíces na Segurança Pública do Ceará. Ele chamou o governador Elmano de Freitas (PT) de "pau mandado" e "criado-mudo" do hoje ministro da Educação, Camilo Santana (PT).
"Infelizmente o líder de vocês (Elmano) é frouxo, é um pau mandado (do Camilo), não passa de um criado-mudo que não faz absolutamente nada. E não adianta mudar de secretário, tem que mudar é o Governo do Estado do Ceará. Tem que modificar é o governador", disse.
O deputado estadual Romeu Aldigueri usou a tribuna para rebater a fala de Alcides. O líder governista da Casa pediu para que o parlamentar retirasse as palavras ou então, caso não o fizesse, que a mesa diretora a retirasse da taquigrafia da Casa.
Alcides então questionou quais palavras seriam pois não estava lembrado e declarou: "Foi por que eu chamei de criado-mudo? Mas ele não é mesmo criado-mudo do Camilo?".
O presidente da sessão, o deputado Danniel Oliveira (MDB) acatou o pedido do líder do Governo Elmano e determinou a retirada das ofensas de Alcides contra o governador da taquigrafia.
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Aldigueri disse entender que talvez o filho de Alcides, o deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, André Fernandes (PL) esteja pedindo para que o parlamentar estadual para fazer tais ataques. Romeu afirmou que Fortaleza "não cairá na mão de palhaço".
"O povo vai julgar nas urnas agora. Eu tenho certeza que Fortaleza não cairá na mão de aventureiro, de ator circense, de palhaço. De gente que passa o dia gritando raivosamente, tecendo ódio, divulgando fake news para tentar enganar o povo cearense. Não irá. Fortaleza não irá para as trevas de jeito nenhum", disse.
De Assis chama Alcides de "pastor da morte"
Enquanto falava, Romeu Aldigueri também citou o aumento do número de assassinatos por parte de policiais em São Paulo, gestão elogiada na fala de Alcides que defendeu a morte "se forem de bandidos".
"Pastor prega mortes? Acabamos de ouvir um pastor dizendo que ele quer matar as pessoas. É lamentável esse tipo de atitude, mas o julgamento das urnas em Fortaleza e no Ceará será feito. É lamentar e esperar que o Espírito Santo ilumine essas mentes doentias", declarou Aldigueri.
De Assis usou da fala para criticar Alcides por defender a posição e disse que iria se referir ao parlamentar como "pastor da morte". O líder petista também disse que era inadmissível ouvir ofensas desta ordem no plenário da Assembleia.
"A partir de hoje, tomando a liberdade de ter ouvido em bom tom determinado deputado dizer que tem que matar. Eu só me dirigirei a esse deputado como pastor da morte e não da vida. O enxofre e o veneno que exala da boca de determinados elementos desta casa é deplorável. E muitos que seguem são iludidos, enganados e aqueles que usam a palavra de Deus para dizer que tem que matar bandido. É inadmissível neste plenário ouvir uma ofensa desta ordem", afirmou.
Após a fala, Alcides pediu a retirada da taquigrafia da fala do petista, o que foi acatado por De Assis.
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Assembleia rejeita repúdio a vandalismo contra gabinete de André Fernandes e nova votação é pedida
Perto do fim da sessão, a Assembleia votou solicitação de Alcides de uma nota de repúdio da Casa à manifestação do movimento Levante Popular da Juventude que queimou um boneco de Judas com o rosto de André Fernandes, e pichou o gabinete do deputado federal.
A proposta foi inicialmente considerada rejeitada, pois obteve oito votos favoráveis, não alcançando o necessário para ser aprovada. Mas Alcides solicitou anulação da votação. Ele destacou que o procedimento em votação simbólica, sem registro de voto no painel, é de pedir para quem concordar permanecer como está. No caso, quem discordava deveria permanecer como estivesse e quem concordasse deveria ficar de pé. Com baixo quorum, a sessão foi encerrada e a solicitação de anulação da votação foi acatada pela presidência.