Wagner diz que pode encontrar André e discutir critérios para formação de chapa
Enquanto André aponta "maior partido" e "maior liderança" para composição, Wagner discorda e prefere "intenção de voto e rejeição" como requisitosCapitão Wagner (União Brasil) e André Fernandes (PL), pré-candidatos alinhados à direita a prefeito de Fortaleza, podem se encontrar em Brasília e discutir critérios para formação de chapa nos próximos dias. A expectativa de reunião foi projetada por Wagner em conversa com O POVO nesta terça-feira, 28.
"Estou aqui em Brasília agora. Chegando na Câmara, provavelmente vou encontrá-lo e se tiver abertura para a gente sentar novamente, discutir, estou à disposição, mas tem que ter definição de critérios prévios e, estabelecidos os critérios e as condicionantes acontecendo, os dois lados têm que honrar o compromisso. Não pode ser um critério que só beneficia o Wagner ou que só beneficia o André", explicou o postulante do União Brasil.
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Requisitos como "o maior partido, quem tem o apoio da maior liderança e quem tem hoje uma maior militância engajada nas ruas" foram apontados por Fernandes no último sábado, 25, para um entendimento a favor de uma composição. Os itens, no entanto, são novidade para Wagner. De acordo com o ex-deputado, eles têm mantido conversas e "em nenhum momento foi tratado desses fatores que André passa a condicionar agora".
"Até então, isso nunca tinha sido colocado. O que tinha sido colocado eram critérios relacionados a intenção de voto, a rejeição, quem tinha mais capacidade de chegar ao segundo turno e vencer a eleição". Fatores, inclusive, que Wagner considera favoráveis para ambos os lados.
Quanto aos novos itens estabelecidos por Fernandes, ele discorda e indica necessidade de diálogo para estabelecer "critérios que possam colocar os dois em pé de igualdade".
"Simplesmente ter o partido maior, simplesmente ter mais tempo de TV não é suficiente, porque o Geraldo Alckmin (PSB), na eleição de 2018, era quem tinha o maior tempo de TV, era quem tinha o maior recurso partidário e não chegou nem no segundo turno. Então, isso só não pode ser condicionante para se tomar decisão", pontuou.
No pleito que elegeu Jair Bolsonaro (PL) como presidente do Brasil, o agora vice-presidente Alckmin tinha 5min28seg de tempo dentro do horário eleitoral diário. O eleito, por sua vez, teve apenas 8 segundos. Alckmin ficou em quarto lugar, com 4,76% dos votos, e Bolsonaro ocupou a primeira posição, com 46,03%, partindo para segundo turno e sendo eleito.
Apesar disso, Wagner afirma estar "feliz" com a abertura dada por Fernandes. "Isso já é um passo muito bom para que a aliança possa acontecer ainda no primeiro turno. Já tenho convicção que no possível segundo turno essa aliança é mais do que natural, mas a gente torce para que ela aconteça ainda no primeiro".
O pré-candidato do União Brasil no Ceará também externou não ter interesse "nenhum" em ser vice, assim como acreditar que nem Fernandes gostaria de ocupar a posição. Contudo, considera que o partido "tem vários quadros muito bons que podem agregar a qualquer chapa".
"Nós falamos de um patamar de crescimento dele e um patamar de decréscimo meu. Nem eu decresci suficiente para chegar no patamar estabelecido, nem ele cresceu suficiente para chegar no patamar de crescimento", seguiu Wagner ao comentar sobre diálogo com Fernandes.
"Então, se fosse pelos critérios que nós definimos na conversa inicialmente que a gente teve, a preço de hoje, eu seria o nome. Mas, repito, essa data não foi estabelecida. A gente não bateu o martelo de forma definitiva, porque eu não quero levar o nome de mentiroso em relação a essas questões", explicou, reafirmando respeito por André e desejo de evitar constrangimento para ambos os lados.