Vice-líder, Mauro diz que Lula sinalizou não se envolver em campanha onde base estiver dividida
A iniciativa seria para diminuir a "animosidade" comum em anos eleitorais e fortalecer a figura de Lula pensando na reeleição em 2026
16:09 | Mai. 27, 2024
Vice-líder do Governo, o deputado federal Mauro Filho (PDT) comentou ao O POVO que a “promessa” que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu é de que não irá se envolver em município com mais de uma candidatura da base governista. O parlamentar projeta que o presidente tem feito recomendações aos ministros para evitarem disputas eleitorais este ano.
A iniciativa seria para diminuir a “animosidade” comum em anos eleitorais, especialmente municipais, com mais de cinco mil pleitos acontecendo no país. Para o pedetista, a posição de Lula poderia fortalecer sua candidatura em 2026.
“O presidente Lula está dizendo que ele não vai a disputas em que tem dois candidatos da base. A pergunta é se ele vai cumprir ou não? Se ele realmente deseja ser candidato à reeleição, eu acho que essa postura pode ser uma postura mais tranquila, porque, assim, ele não se desgasta nem nada”, afirmou.
E seguiu: “Isso já seria uma demonstração importante para aqueles que não estão no PT, mas que estão numa aliança, por exemplo. Se puder preservar isso, eu acho que é muito bom. Eu acho que ele está passando essa orientação para os ministros, a mesma coisa, pode ser que isso diminua a animosidade que normalmente existe, inclusive no processo eleitoral, mas eu acho que ele vai procurar fazer, forçar os ministros e ele próprio assim para seguir”.
Acordo para emendas e paz na Câmara
O “clima” do Congresso também deve esfriar, em sua visão, com o acordo feito para a liberação de emendas até o dia 30 de junho. Tinha gerado insatisfação, no início do ano, o fato de Lula ter vetado trecho da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que obrigava um prazo para o pagamento das emendas. Com o acordo, o veto vai permanecer e um entrave apenas o veto do PL da "saidinha", que muda as regras da saída de presos do regime semiaberto.
“A partir de 30 junho não pode mais ter transferência, o governo para. Daí a briga dos deputados em querer liberar suas emendas até 30 de junho, mas isso já ficou acordado. Emendas individuais só sairão da questão de saúde e assistência social, as do tipo fundo a fundo. Ia ser pago 85%, mas foi feito pressão e ficou 100%. Nas emendas PIX, ficou acertado que o governo vai pagar no primeiro semestre 55%”, disse.
“Então tá mais ou menos traçado, o pessoal deu uma acalmada. É tanto é que terça-feira, o veto daquele artigo da LDO que tudo tinha que ser pago até o dia 30, empenhado e pago. É uma tentativa de acordo que foi feito para poder manter o veto, eu acho que isso tá pacificado”, destacou ainda.