Luizianne diz "lamentar muito" eleição no PT, fala em influências externas e diz: "Processo deles"
Ela confirmou que não conversou nem com Elmano, nem como Evandro, mas ressaltou que um possível apoio só poderá ser concretizado após diálogo com o governador
23:05 | Mai. 13, 2024
Em sua primeira manifestação pública após o resultado do encontro municipal que escolheu Evandro Leitão como pré-candidato do PT à Prefeitura de Fortaleza, a deputada federal Luzianne Lins (PT) disse "lamentar muito" os processos e o rumo do partido que, segundo ela, está "esvaziado pelo pragmatismo". Em evento do novo bloco liderado por ela, nesta segunda-feira, 13, a ex-prefeita disse que só vai decidir se apoiará ou não Evandro após uma conversa com seu grupo e com o governador Elmano de Freitas (PT).
A deputada classificou como "muito doído e muito ruim" o processo "todo que aconteceu", em menção ao encontro municipal que terminou com 141 votos para Evandro e 58 abstenções, justamente de delegados que apoiavam a tentativa dela de voltar a ser candidata. Ela voltou a mencionar "influências externas", como já tinha questionado com o resultado da eleição de delegados, a primeira parte da escolha do candidato.
"Lamento muito tudo que aconteceu no PT. Lamento. É a primeira vez que eu estou falando, mas é muito ruim o processo todo que aconteceu, muitas interferências externas no PT. Para nós, é muito doído, muito ruim, a gente estar vendo o partido se esvaindo no pragmatismo", ressaltou.
Luizianne confirmou que não ter conversado ainda com Elmano, nem como Evandro, e que a decisão se irá participar da campanha será apenas após diálogo com o governador e o grupo ligado a ela, que demarcou espaço na sigla com uma nova coorente. A deputada lembrou que o governador está no exterior. "Só vou tomar qualquer decisão depois de várias conversas, e principalmente, depois da conversa com o governador. Tem que conversar com o governador sobre isso", apontou ainda.
O prazo para a decisão já está marcada: dia 13 de julho, quando seu bloco - denominado "Campo de Esquerda" - irá realizar congresso. "Dia 13 de julho, que é (daqui a) dois meses, nós vamos fazer um congresso do Campo de Esquerda, onde nós vamos discutir todas as situações que aconteceram no Estado do Ceará e em Fortaleza, então nós vamos só pensar, vamos conversar com todo mundo", explicou.
A deputada foi sutil ao comentar sobre sua participação no processo eleitoral, mas se referiu à pré-candidatura de Evandro como um "processo deles", ao mencionar a participação de "um ministro da Educação", Camilo Santana", e um "governador", justamente Elmano.
"Em muito menos, eu tenho lá o poder nenhum de esvaziar qualquer coisa, porque esvaziar uma pré-candidatura que tem ministro da Educação, que tem governador do Estado, que tem não sei quem, quem sou eu, né, pra poder interferir no processo deles. Para ser uma gota de água no oceano, pra fazer a minha parte", avaliou. Ela, no entanto, negou que sua participação na campanha de Waldemir Catanho (PT) em Caucaia a afastaria do processo em Fortaleza.
Essa foi a primeira manifestação da ex-prefeita sobre o processo de escolha do PT para a Prefeitura de Fortaleza. No encontro, apenas ela e Evandro inscreveram candidaturas, confirmando a polarização entre seus respectivos grupos. No último minuto, ela autorizou um representante a retirar seu nome. Apesar da adesão dos demais pré-candidatos e a vitória de Evandro, os delegados da chapa de Luizianne demarcaram espaço e votaram todos pela abstenção.