Contra Patrícia e Domingos, Audic comemora união da oposição em Tauá e espera apoio de Elmano

Audic Mota afirma que confia nas palavras de Elmano e Camilo Santana. Conforme o ex-parlamentar, Elmano disse que apoiará quem o apoiou em 2022, quando disputou o Governo do Ceará. Domingos era candidato a vice-governador na chapa de RC

16:23 | Abr. 10, 2024

Por: Carlos Holanda
Os grupos de Audic Mota e Domingos Filho medirão forças em Tauá (foto: Máximo Moura/Assembleia e FERNANDA BARROS/O POVO)

O município de Tauá, no Sertão dos Inhamuns, reeditará confronto que coloca em lados opostos o grupo da atual prefeita, Patrícia Aguiar (PSD), contra os opositores que, se na eleição de 2020 saíram separados, neste ano selaram união contra a atual gestão. A acomodação política de Patrícia é liderada pelo ex-vice-governador Domingos Filho (PSD). O ex-deputado estadual Audic Mota (MDB) disse ao O POVO que MDB, Republicanos e PP, forças dirigidas por Eunício Oliveira; Chiquinho Feitosa e Idemar Citó; e Zezinho Albuquerque, respectivamente, serão a espinha dorsal de uma frente pensada para o embate contra Domingos e Patrícia.

"Na verdade, essa frente foi basicamente a mesma que se uniu em 2022 e apresentou resultado muito favorável na chapa do governador Elmano. Se juntou em 2016 e elegeu Carlos Windson. Depois essa frente se dividiu em 2020 e perdeu a eleição. Mas, unida, teria ganho com boa margem de votos. Conseguimos unir em frente única MDB, PP, Republicanos. Maior desafio do último mês, mas conseguimos. Maioria ficou filiada ao MDB", comemora Audic Mota.

Em 2022, a candidatura de Roberto Cláudio (PDT) ficou em segundo lugar em Tauá, ainda que com Domingos na vice. Elmano obteve 13.697 votos — 41,80% —; Roberto, 11.301 votos — 23,49%. Audic se reporta ao último pleito em tom irônico quando afirma sobre a votação de Tauá: "Não existe pesquisa de intenção de voto melhor que a urna".

Em 2020, Patrícia Aguiar (PSB) se elegeu prefeita com 48,91% dos votos válidos, seguida de Fred Rego (no extinto DEM), então prefeito, com 34,99%. Dr. Edyr (então no PP), irmão de Audic, veio imediatamente em terceiro, com 13,96% da preferência do eleitorado. A soma da votação dos dois que ficaram atrás de Patrícia é a razão pela qual Audic celebra a união. Juntos, em tese, eles teriam capacidade de superá-la.

A proximidade do calendário eleitoral faz com que o Palácio da Abolição redobre a atenção para os municípios nos quais aliados estarão em disputa, caso de Tauá. Domingos Filho retirou o PSD da base do prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), com todos os cargos que ocupava. O objetivo? Aproximar-se do governo de Elmano, contra quem havia disputado eleição no ano anterior. A busca pelo apoio do Abolição, assim como do ministro Camilo Santana (Educação), se dará de lado a lado.

"O PT local que sempre foi Patrícia deseja ficar com ela, e o PV deseja ficar conosco. Essa é outra batalha para travar", admite Audic.

Indagado, então, sobre se a preferência do PT por Patrícia não induziria Elmano a apoiá-la, ele afirma haver compromisso do governador em estar com quem o apoiou em 2022. "O compromisso do governador independe do PT. Acredito eu mais que o governador, inclusive, tenha o poder de trazer o PT para essa frente ampla do que o contrário. Confio nele. Confio no governador", disse e repetiu.

Audic Mota é um dos pré-candidatos ao Executivo do município do Interior, ao lado de outros emedebistas: Dr Edyr (MDB), Fúlvio Gonçalves (MDB). 

Domingos destaca apoios de PT e PSB

O presidente estadual do PSD e ex-vice-governador Domingos Filho rebate a fala de que a oposição em Tauá estará unida nas eleições de outubro, ressaltando que PT e PSB estarão ao lado de Patrícia Aguiar. "Não é verdade que a oposição está unida, pois os principais partidos que disputaram as eleições em 2020 (PSB e PT) estão coligados com o PSD. O PT, partido ao qual eles são filiados, decidiu firmar aliança com a Prefeita Patrícia Aguiar". 

Ele também faz ponderações sobre o resultados das eleições para o Governo do Estado em 2022 e o impacto desse resultado na próxima disputa municipal. "A referência no resultado das eleições gerais (federal e estadual) não expressa o tamanho das forças políticas nos pleitos locais, em que as pessoas avaliam diretamente seus líderes", sublinhou.

E acrescentou: "Tanto que na mesma eleição (2022) a disputa travada entre as lideranças locais demonstra uma diferença marcante de votos entre a deputada Gabriela Aguiar (15.149) e o suplente de deputado Audic Mota (7.204), o mesmo que ocorreu nas eleições municipais de 2020 em que a disputa entre os dois grupos registrou uma diferença expressiva entre Patrícia Aguiar (16.964) e Edir Mota (4.843)".