Glêdson sobre relação com Fernando Santana: "Recebi uma grande facada nas costas"
Prefeito de Juazeiro do Norte falou ainda sobre aliança com PDT, de Ciro Gomes, e alertou para eventual tentativa de nacionalização da eleição na cidade: "Lula não vai administrar Juazeiro do Norte"O prefeito de Juazeiro do Norte, Glêdson Bezerra (Podemos), avaliou o cenário pré-eleitoral na cidade do Cariri cearense e comentou sua relação com o deputado estadual Fernando Santana (PT), ex-aliado e atual pré-candidato a prefeito. Eles devem ser adversários nas eleições municipais de 2024. Em entrevista à Rádio O POVO CBN Cariri, nesta terça-feira, 26, o prefeito disse que recebeu uma “facada nas costas”.
Questionado sobre a eleição e sobre como explicar a o apoio que deu a Fernando no pleito de 2022, Bezerra explicou o atual distanciamento e criticou a postura do petista. “O carro chefe para a apresentação da nossa pré-candidatura vai ser a capacidade de realizações. A avaliação de adversário para mim fica em segundo plano. Porém, quando questionado sobre o assunto, não tem como não dizer que eu recebi uma grande facada nas costas; que, na verdade, não foi nem nas costas, eu recebi uma facada de frente”, disse.
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Como Glêdson apoiou Santana quando ele foi candidato a deputado estadual em 2022, o prefeito sinalizava esperar uma retribuição de apoio na sua candidatura à reeleição neste ano, o que não ocorreu. “Eu sabia que ia levar a facada porque o povo tinha me dito. Eu apoiei o Fernando e tantas pessoas me disseram, ele não vai cumprir a promessa com você”, relembrou Glêdson.
E seguiu: “Acabou tudo. Essa facada vai doer para o resto da minha vida. A pior coisa do mundo é quando você se encontra com sua esposa, sua mãe elas lhe dizem: ‘Eu não lhe disse? Eu não lhe avisei?’. Chega dá uma raiva. Você olha no espelho e diz: O que fui fazer? Mas faz parte, eu tentei, fiz minha parte”.
Também em entrevista à rádio O POVO CBN, na última segunda-feira, 25, Fernando atribuiu o afastamento de Glêdson à postura do prefeito que começou a “atacar o governador Elmano e o ministro Camilo Santana”. Afirmou ainda que o gestor compôs time que teria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT).
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Apoio de Ciro e outros partidos
Glêdson conta com apoio do grupo pedetista ligado ao ex-ministro Ciro Gomes, que disse recentemente que o gestor sofre perseguição por parte de Camilo e seus aliados. O prefeito comentou a recente aproximação com o PDT.
“Ciro tem uma larga folha de serviços prestados ao nosso Estado e ao País. Uma grande joia da política cearense e brasileira. Contar com o apoio dele e do PDT é um motivo de muita alegria. O apoio de partidos é sempre importante do ponto de vista de conseguir tempo de TV e rádio”, destaca.
A aliança com o PDT pode ser selada com a vice na chapa de Glêdson. Segundo o gestor, ainda não há martelo batido sobre o nome, mas ele não escondeu o apreço pela ideia de ter Diogo Machado (PDT) como companheiro de chapa.
“Se o Diogo aceitar o desafio de compor uma chapa ele será muito bem aceito pelo nosso grupo, que é o grupo dele. Tem muito o que acrescentar, é um cara educado, fino, um articulador, conversa com todos. Por ora não tem nome batido de vice, mas vamos fechar esse raciocínio ouvindo o grupo”.
O prefeito cita ainda o arco de alianças com o qual vem dialogando para fechar acordos. Entre os partidos que compõem as conversas cita ao menos oito: Estamos conversando com um arco grande. Com o PP; com o PSDB, tem o Novo do amigo e senador Eduardo Girão. Também temos o PL; o Cidadania que está federado com o PSDB, o União Brasil que tenho amizade de longa data com o Wagner e o Podemos que é o meu partido.
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Nacionalização da eleição em Juazeiro
Perguntado pelo jornalista Farias Júnior, da Rádio O POVO CBN Cariri, se a eleição deste ano pode se desdobrar como uma prévia do pleito de 2026, onde especula-se novamente uma disputa entre o lulismo e o bolsonarismo, Glêdson não descartou a necessidade, mas fez um alerta ao eleitorado.
“Estrategicamente falando, para eles, acredito que vão tentar nacionalizar um debate municipal. Quando você não consegue ir de igual para igual, tenta fazer essa polarização. E já aproveito a oportunidade para dizer para as pessoas que não caiam no conto do vigário. Isso não tem nada a ver. O Ceará três vezes mais forte, Juazeiro quatro vezes mais forte. Juazeiro já passou por isso no passado e percebeu quanto ficou ruim essa história de querer atrelar, até porque Lula não vai administrar Juazeiro do Norte, nem o Ceará. Lula administra a nação, o Brasil. Eles vão tentar fazer isso”, projetou.
Já sobre a polarização entre esquerda e direita, o gestor lançou um desafio aos adversários. “Quando levantarem essa história, vou fazer o bom desafio; já coloco de agora. O que eles acham que é política de esquerda? Vejam quem foi que mais fez no espectro do que se considera política de esquerda hoje. Se eu tiver menos, nem para candidatura vou. Porque eu tenho mais realizações a apresentar”, destacou.