Wagner concorda com Cid sobre evitar hegemonia do PT com três governos; Guilherme rebate
Em participação no programa Debates O POVO, os pré-candidatos à Prefeitura de Fortaleza criticaram a taxa do lixo e comentaram sobre candidaturas próximas colocadas na disputa eleitoralCapitão Wagner (União Brasil), pré-candidato ao Paço da Capital cearense, afirmou que concorda com o senador Cid Gomes (PSB) sobre evitar hegemonia de um partido só ocupando a Presidência da República, o Governo do Ceará e a Prefeitura de Fortaleza. O comentário dado durante o programa Debates O POVO nesta sexta-feira, 22, é referente ao PT.
O postulante considera o cenário “ruim”, por "perder a oportunidade de fazer contraponto” à gestão. “Quando a gente vê, por exemplo, o Guilherme [Sampaio] admitir que agora, depois de 17 anos desse grupo no poder do estado, perceberam que a inteligência é o caminho para resolver o problema da violência, a gente vê que falta o contraponto”.
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Wagner se refere ao trabalho de continuidade dos ex-governadores Cid e Camilo Santana (PT), juntamente com o atual chefe do Executivo cearense, Elmano de Freitas (PT). Ele usou como exemplo positivo a relação entre as gestões do ex-governador Tasso Jereissati (PSDB) e do ex-prefeito de Fortaleza, Juraci Magalhães.
“Então, acho que para a democracia, para as instituições, para imprensa, para economia, a disputa é muito saudável. Nesse ponto eu concordo com o Cid, quando o Cid questionou, inclusive, essa sede do PT de querer tudo para si e não compartilhar sequer com os aliados um espaço no poder”, apontou.
No evento de filiação do senador ao PSB, partido que compõe o arco de alianças do PT, Cid considerou não ser bom para a política um único partido monopolizar as principais posições.
"Não estou dizendo que sou dono da verdade, mas procuro discernir o que é certo e errado, muitas vezes em detrimento de mim mesmo (...) Não acho que é certo você querer tudo, ser dono de tudo. Nessa mesma lógica eu já disse publicamente. É o que penso. Não é bom para política, não é especificamente o PT, não é bom para a política do Ceará, que nos últimos anos tem sido uma política que várias forças se somam, ter uma força só, um partido só com as três principais posições”.
Do outro lado do debate desta sexta-feira, o presidente do PT Fortaleza, Guilherme Sampaio, rebateu Wagner. Na sua avaliação, “quem decide isso é o eleitor”. “Só faltava agora, porque eu sou adversário do PT, PSDB etc, eu achar que o PSDB não deve lançar um candidato a prefeito porque ele já tem um presidente. Quem tem que dizer isso é o eleitor”.
E seguiu: “Se ele quer aquele candidato, aquela aliança, se ele quer ou não que esteja alinhado. Isso é democracia e o PT se constituiu em 44 anos como uma alternativa de poder em quase todas as eleições recentes em Fortaleza. Um partido como esse tem quase que obrigação moral, diante de seu eleitorado, de se apresentar. Se o cidadão entender que não deve, cabe a ele”.
Prefeitura de Fortaleza
Um dos pontos levantados no programa da Rádio O POVO/CBN foi a taxa do lixo estabelecida na gestão do prefeito José Sarto (PDT). Ambos os pré-candidatos afirmaram que revogariam a proposta no início de seus mandatos, caso eleitos. Wagner colocou como meta resolver a situação nos primeiros 100 dias de gestão. Já Guilherme explicou que no primeiro dia encaminharia um projeto para a Câmara Municipal de Fortaleza.
"Primeiro, sou contra esse discurso fácil que o governo municipal utilizou de que a prefeitura tem obrigação de criar taxa do lixo. Maracanaú não tem taxa do lixo e a cidade é muito mais limpa do que Fortaleza. É um equívoco. Existem outras formas de aumentar a arrecadação. Então, esse é meu compromisso de primeira hora nos 100 primeiros dias: acabar com a taxa do lixo", disse Wagner.
Sampaio afirmou que "a taxa do lixo está aí e a cidade continua suja". "Nenhuma promessa foi cumprida. Se eu vier a ser escolhido candidato e for eleito, e nesse aspecto estou concordando com o Wagner, no primeiro dia do meu governo, envio projeto de lei acabando com a taxa do lixo. Um prefeito não é obrigado a cobrar taxa do lixo".
Ao final do debate, o petista completou que "falta o Sarto liderar Fortaleza”. “É como se tivesse um vácuo na cadeira do prefeito e ninguém se envolve com uma administração que não tem liderança", completou.
Wagner, Girão e Fernandes
Durante o programa, Wagner disse respeitar a pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo). O comentário se estendeu ao bolsonarista André Fernandes, postulante ao Paço de Fortaleza pelo PL.
"Eu acho que são candidaturas viáveis, que elas podem acontecer, mas, logicamente, a gente está conversando para evitar que isso aconteça. Eu acredito que minha candidatura é mais ampla, que representa um campo que, isso não é apontamento para qualquer que seja o pré-candidato, mas ela é mais ampla. Entra muito bem no campo da direita, do centro, tem eleitores que são de esquerda".
Guilherme, Luizianne, Evandro, Artur e Larissa
Após participação no Debates O POVO, Sampaio explicou que esteve com o secretário Artur Bruno e que ele reafirmou sua pré-candidatura. Quanto à deputada Larissa Gaspar, o dirigente informou que ela “está se recuperando de um procedimento de saúde”, mas já registrou a chapa de delegados que defende sua postulação.
"Os demais, meu caso, Luizianne Lins e Evandro Leitão, estamos em plena atividade, fazendo reunião. Acho que vamos chegar ao encontro com as cinco pré-candidaturas". E seguiu: “O que estou vendo, na condição de presidente do PT, é que as chapas, as correntes, os pré-candidatos estão se preparando para o processo de eleição democrática dos delegados e depois, aí sim, nós teremos outro estágio de diálogo que pode eventualmente resultar num consenso".