Eleições 2024: entenda a aproximação entre Capitão Wagner e a base de Sarto

Ambos os lados têm um adversário comum: o PT de Elmano de Freitas, Camilo Santana e Lula

Após entregar o comando da Secretaria da Saúde de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, Capitão Wagner (União Brasil) começa a mobilizar forças para sua pré-candidatura na disputa pela prefeitura da capital cearense. Ele sinaliza, inclusive, possível apoio da base do prefeito de José Sarto (PDT) em um eventual 2º turno.

Nesta semana, por exemplo, Wagner visitou a Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) e a Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). O primeiro momento ocorreu na terça-feira, 5, onde teve encontro "institucional" com o presidente da CMFor, o vereador e aliado do chefe do Executivo fortalezense, Gardel Rolim (PDT).

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Em conversa com O POVO, o ex-secretário disse que aproveitou a oportunidade para rever colegas vereadores durante o seu período no Legislativo municipal e também conversar com aliados e possíveis apoiadores.

"Primeiro matar saudade dos amigos, rever aqui vários vereadores que foram vereadores comigo durante o período que eu passei. Momento de muita satisfação. Conversar com nossos aliados, conversar com possíveis aliados para o futuro no segundo turno", explicou.

Na ocasião, ele contou que tem aberto um canal de diálogo com muitos partidos, tanto a nível local como a nível nacional, pensando em costurar políticas. Contudo, disse ter receio de tornar público os nomes das siglas por temer "retaliação" tanto da Prefeitura de Fortaleza como do Governo do Estado.

Além disso, Wagner alegou estar em conversa com outros pré-candidatos já lançados na Capital  e prevê que até ao final das convenções, em junho, pode se ter "surpresa" e diminuição de candidaturas.

Já na quarta-feira, 6, a visita do pré-candidato foi ao Parlamento estadual. Por lá, ele abriu espaço para apoio não apenas de Sarto, mas também de outros partidos alinhados à direita.

"O que hoje existe é um ambiente de muita tranquilidade e de harmonia que pode, sim, gerar uma aliança no segundo turno. Não só com a base de apoio do Sarto, mas também com a base de apoio do PL, do Novo. Mas pra isso eu tenho que tá lá, se eu disser que já tenho isso acertado pode soar como arrogante, até porque eu não sei se vou tá lá", disse.

E prosseguiu: "Pode ser que o Sarto esteja lá, o candidato do PT, o próprio André [Fernandes], Eduardo Girão, mas a gente tem que tratar isso com muito cuidado para não ser mal interpretado pelos demais candidatos".

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Base de Sarto

No pleito que elegeu Sarto, realizado em 2020, Wagner e o pedetista eram adversários diretos. Ambos chegaram a disputar o segundo turno das eleições, mas o atual prefeito venceu com 51,69% dos votos. O primeiro turno foi marcado por uma diferença de cerca de 30 mil votos entre os então candidatos.

Com o rompimento do PDT com o PT, a sigla pedetista tem se colocado na oposição ao governo. Sarto e o governador Elmano de Freitas, por exemplo, divergem sobre diferentes assuntos, como limite de velocidade na mesma avenida.

Em entrevista recente ao O POVO, o ex-governador Ciro Gomes, que no racha do PDT fica ao lado de Sarto e do ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, explicou que, após o imbróglio, "hoje está mais claro" que o papel da sigla "é de fazer oposição”. Ele também alegou que o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), “está destruindo o PT”.

Além disso, parte da base de Sarto na Câmara de Vereadores votou favorável à aprovação do título de cidadão de Fortaleza ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), uma das maiores figuras na oposição ao governo do também petista Luiz Inácio Lula da Silva.

Capitão Wagner, alinhado à direita, está na contramão de uma gestão alinhada à esquerda. O PDT de Sarto, ocupando lugar na oposição, abre espaço para essa formação de aliança em eventual segundo turno na capital cearense em que o adversário seja um candidato do PT.

Com informações do repórter Guilherme Gonsalves

 

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